terça-feira, 28 de novembro de 2023

"Cartas 💔" 28 - Je ne regrette rien

Eu me sinto, ainda, ligada à essa história, como quem continua atada ao que já se foi, ainda há bolas gigantes de metal e âncoras de ferro por aqui. Eu não entendo sinais, eu preciso das perguntas. Eu sei que ela sabe disso, mas é como se cada pergunta dela matasse minha certeza sobre tudo que vivemos.
E eu sei que tudo que eu fiz ou faço é porque pra mim é o correto e eu nem queria ser filha da puta, mas às vezes eu cedo espaço demais pro ódio, amor e pra líbido fazerem morada nessa casa. Em revezamento. Nunca ao mesmo tempo.
Em resumo: se ela não me liga, eu não ligo. Porque entendo isso como se ela não quisesse falar comigo. Se ela não me procurar eu acho que nunca mais vou dar o ar da graça na vida dela. É assim que eu interpreto, eu não lido, eu não sei fazer contato.
E assim seguimos.
Assim seguiremos.

O silêncio dela sobre nós ainda é algo difícil de receber. A saudade deveria ser normal aqui? Se eu cedo pra saudade, me sinto fraca, se eu cedo pra libido me sinto arrependida, e sinto que eu sigo usando transas desesperadas para esquecê-la.
Nada muda.
Nada mudará.

Como eu posso exigir algo dela se, mesmo depois de tudo no sábado passado transei com a amiga dela de novo, depois do trabalho? Como eu posso exigir que ela me desculpe, sem que eu peça desculpas? Como querer que ela fique em paz se eu sei que ela vai saber que eu transei com outra mulher no mesmo ritmo que com ela, na mesma cama...?
Me arrepender já não adianta. Coloquei, então, meu arrependimento pesado no bolso, hoje eu não posso fazer porra nenhuma além disso.


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