Sinto-me apática.
Numa explicação rápida, eu sinto como se eu mesma, minha mente, minha alma ou sei lá o que estivesse se desprendo do meu corpo. Nada me faz muito sentido pra mim. Estou tendo sérios problemas em me concentrar em algo nos últimos dias, de forma notável, e não vejo saÃda pra isso. Eu não consigo sequer acompanhar os diálogos dos meus amigos. Eu me sinto sempre perdida, pra trás. Eu me sinto assim, pairando... Flutuando sempre. Desinteressada.
Não encontro sentido e prazer em fazer mais nada do que eu gosto porque tudo que eu encosto me lembra ela.
Ela estragou as minhas coisas preferidas. Está matando minhas possibilidades. Ela está na personagem do meu filme favorito porque são iguais e eu que antes eu amava Mia Wallace, agora odeio. Ela estragou os tons quentes dos meus quadros favoritos, manchou os tons frios, ela me tirou tudo que há de colorido. Ela matou o meu sorriso. O prazer em tomar um vinho. Ela estragou cada um dos livros que eu mais gosto, porque me lembram dos olhares atentos e curiosos dela tentando ler algo entre as páginas que eu lia e passava, ela se impregnou nas páginas do meu livro do Neruda e agora está ousando se deitar sobre os sonetos de amor do Camões também. E ela nem gosta de sonetos. Ela está acabando com minha felicidade, minha existência, minha vibe, com meus textos. Ela fodeu com minha playlist de sexo. Com minha playlist de amor. Com minhas playlists. Com toda música que escuto, e lembro dela cantando distraidamente pela casa. Ela me roubou toda paz, quietude. Possivelmente colocou em alguma daquelas caixas de papelão e levou embora junto com toda tranqueira.
Meu coração se enche de saudade dela consumindo coisas que deveriam me remeter à mim mesma. Isso é maluquice.
O amor me derrotou, me desanimou, me deixou fechada, me deixou louca e pra ser bastante honesta eu já cansei desse jogo, pra hoje eu só queria poder sorrir e ouvir minha risada de novo.
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