domingo, 24 de dezembro de 2023

ninguém bate, parte três

Hoje já é literalmente quase natal.
Acho que hoje é o último dia onde o espírito natalino vive de uma forma efervescente e concreta no coração das pessoas, eu não sei.
Mas sei que hoje é quase natal, véspera... e pra mim já é natal. Tudo que resta pra amanhã é um feriado triste, alcoolizado, cansado e que eu acho que já não tem mais o encanto da coisa, entende?
Natal costumava ser meu dia favorito. Luzes de fada não me visitaram esse ano, não iluminaram meu quarto, não quebraram a cortina... E lembrar disso não me trouxe nada além do lado da frio de uma saudade insana. Há meses, entre nós, há um silêncio quase mortal. Seria um presente ter pelo menos um áudio dela dizendo "Jessie, estou aqui!". Algo que sinalize que ela ainda pensa em mim como penso nela. Algo que me mantenha em paz de que ela está bem, lá onde o céu é mais azul. Algo que me traga esperanças. Que me faça sorrir de novo.
Eu perco muito tempo desejando isso. Muitos minutos, horas, dias, meses, anos... Muito tempo. As horas correm velozes mesmo contra minha vontade, escapam por entre meus dedos e  quando percebo já se passou um quarto de tempo. Sentada assisto as voltas dos ponteiros. Boa noite, feliz natal, coisa e tal. Torcendo pro tempo passar rápido e o dia amanhã nascer de novo logo e tudo isso acabar. Os dias me envolvem com tamanha rapidez que fico tonta. Volto a desejar vê-la de novo entre luzes de fada, entre vãos de portas, entre brechas do tempo, entre dias secretos... Mas não há sinal dela por aqui.
Ela não está impressa nas páginas dos meus livros de poemas. Nem no sabor excepcional do meu doce favorito. Não está, também, nos momentos felizes, mas também não está no pior de todos, não está dentro dos pacotes de presentes, nem mas datas, nem nada. Eu não a encontro mais... Ela está somente na brisa leve que vem de lá, e sopra na minha janela.
Mas estamos aí... Mais um natal.
Eu juro, eu não pedi.
Não pedi por ela.
Mas eu ainda quero muito...



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