sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

s'il te plaît, disparais

A primeira vez que eu bati os olhos nela, meu corpo inteiro, inteirinho tremeu. De imediato tivemos uma conexão capaz de me roubar a noção do horário, do certo e do errado. Me gerava arrepios quando ela estava próxima, juro, eu ficava alterada até quando ela só encostava no meu braço. Nua comigo ela criou um laço tão forte e apertado que chegava a me sufocar... Mas era bom, nunca diria que não. Foi tão bom que eu fui criando na minha cabeça a ideia de que eu a amava mesmo. De que era mais que paixão, bem mais que isso... E na minha cabeça a reciprocidade era visível, eu achei que ela sentiu o mesmo que eu senti. Na verdade, ainda penso que sim. Se ela conseguiu fingir tudo que vivenciamos juntas, ela merece um prêmio por ser uma ótima atriz. Mas também não duvido.
Enfim, creio que juntas tocamos a mais fervorosa paixão, que ainda queima no meu peito apaixonado.
Eu adorava nossas loucas ideias. Nossos assuntos sem fim. Nossos encontros aqui e ali. Eu amei infinitamente cada uma das vezes em que meus lábios tocaram os dela, eu juro.
Eu fui ficando cada mais vez mais maluca por ela.
E de repente... Tudo foi ficando em algum canto escondido, guardado no armário da falta de vontade e interesse dela. Às vezes ela me encontrava, mais depois nem um oi simpático rolava... E eu fui ficando pra depois. Ela foi ficando pra lá também.
Quando eu dei por mim, nós tornamos totais desconhecidas. Não vou negar que a saudade e o sentimento ainda morem aqui dentro e é justamente esse o problema.
Sentir tudo que senti por ela foi uma delícia, foi maravilhoso, eu juro, mas se eu pudesse voltar atrás, em tudo. Não ter cedido a isto.. não ter permitido que acontecesse nada. Poderia ter me poupado.
Teria evitado morar sozinha nessa história porque tudo que vivemos foi tão intenso, mas tão intenso que às vezes... eu... eu me arrependo.


Share:

Talvez você também goste desses:

0 comentários: