quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

ninguém bate (parte dois)

É quase natal. De novo.
Natal era a época do ano que eu mais costumava gostar. Gosto das luzes, do clima, sei lá. Tudo fica diferente no final do ano... Tudo. É como se as pessoas quisessem viver com uma dose extra de pressa e intensidade. O natal traz um clima diferente. Uma emoção, comoção a mais. Não sei explicar.
Mas é... Daqui alguns dias, mais um natal.
Mais um.
Não sei porque lembro mais dela nessa época do ano, a saudade fica mais intensa, mais densa, mais pesada, quase paupável. A saudade que sinto dela atravessou os anos. Juro, anos sem sequer vê-la, muito e muito tempo que não nos falamos e que eu acho que sei nem mais como é a voz dela... Mas ainda penso.
Ainda penso muito nela, pra ser honesta. Principalmente no final do ano. Desejo não desejar que a gente se veja de novo, algum dia. Porque a cada dia que passa isso vai se tornando mais difícil, sabe? Mais impossível.
Deseja somente que ela esteja feliz, onde quer que esteja, torço para que ela esteja iluminada sob a luz do céu que brilha mais azul do que o céu que brilha na cidade cinza.
Cinza e com saudades pra sempre, pensando direto nas batidas que ela deu atrás da minha porta naquela tarde cansada... Me proporcionando uma surpresa deliciosa.
Mas é isso. Mais um natal. Mais uma data.
Mais um natal e ainda é isso que eu mais peço: não querer pedir.
Não querer pedir por ela.


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