Não tomo mais caipirinha deve ter no mínimo uns três ou quatro anos. Talvez até mais.
Eu acabei associando o sabor dessa bebida em específico ao gosto do beijo dela nos domingos de Sol, especificamente nos domingos de Sol, vendo o tio dela fazer um monte de copos, enquanto o pai dela contava piadas de revistinha e reclamava de time de futebol.
Eu amava o rubor no rosto dela que a caipirinha dava. Das palavras trocadas. Das risadas.
Eu também amava os domingos sem Sol, sem praia, sem caipirinha, sem nada... Mas com ela.
Mas os domingos de Sol... Ai.
É foda explicar. A saudade ocupa cada canto do meu espaço, do meu corpo, da minha cabeça. Tudo. Aperta, sufoca. Me faz lembrar de cada memória. Não que eu não goste, mas morar nos dias de saudades não é dos ambientes mais confortáveis e habitáveis em que já estive, convenhamos.
Penso que se ela voltasse, eu voltava também, na mesma hora. Eu dançaria com ela no olho do furacão, foda-se! Eu atravessaria minha vida toda em plena paixão, ela teceria uma nova obsessão pra minha cabeça porque não há nada que eu faça que consiga fazer com que eu esqueça dos domingos de Sol, dela tirando delicadamente os meus óculos de grau enquanto sorria, tudo ficava embaçado e antes que eu fechasse meus olhos, ela me beijava sem parar com sabor de maconha, caipirinha e uma paixão fervorosa nos lábios.
Eu nunca me esqueci.
Ela, sem dúvida, foi o borrão mais lindo que eu já vi.
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