Ela tem nela um brilho muito pessoal, é só dela, rouba meu ar. Delicinha. É fã pra caralho da minha atenção e parece gostar de estar sempre na mira do meu olhar.
Eu tava bem maluca quando a encontrei sem querer, já perto das duas horas de uma madrugada despretensiosa e gelada na zona oeste de São Paulo, um baile qualquer. Assim que ela me viu a cara de surpresa foi instantânea, pra ambas. Ela sorriu, já brecou o jet e já ficou perto demais de mim, tomou do meu copo, tomou do copo dos moleque, eu virei o gin dela quase todo. Sei que conhece o bonde porque já pegou vários amigos meus, mas até então nada me impede. Eu tava solta, ela soltinha, ela é filha da putinha na arte do flerte, não erra nunca, mira, acerta e leva. Ela é típica dessas que adoram saber que a gente tem vontade, adora fazer vontade, eu tenho vontade e ela sabe o que eu quero, nem desespero, mas quando ela rebola devagar enquanto a música toca alto, encostadinha assim... minha mente trava nela, dá mais vontade. Minha boca saliva e me falta o ar. Aff, vagabundinha. Dança jogando pra mim. Eu puxo pela cintura e poucas ideia.
"Não me olha assim... Eu gosto da sua cara fechada." - ela falou e eu dei risada.
Quer droga toma, quer whisky toma.
"Não quero que você saia daqui..." - falei no ouvido, e ela ouvindo palavra por palavra, tacando rebolada em mim, eu apertei ela contra meu corpo, apertei a bunda não tô nem aí, beijei a boca e o pescoço.
"Seu beijo é tão gostoso que me faz querer sair daqui, mas com você."
Será que é hoje?
Será?
Acho que é.
Caralho, até que enfim!
Assim que ela dançou grudada em mim eu já entendi as intenções dela comigo, de primeira. Odeio esperar, não vou deixar ela tão louca ao ponto de rasgar a madrugada passando frio e vontade de me dar.
Ela fez o baile perder a graça, em pouquíssimo tempo depois ela estava comigo... lá em casa. E eu achei bastante engraçado quando ela me olhou com a expressão séria e perguntou num tom de voz sarcástico se eu não achava que meu quarto era um espaço apertado pra mim tendo em vista que desde que ela me conheceu eu nunca paro quieta, nem no dia que a gente quase se beijou na viela umas semanas atrás, nada, nunca parada. E não paro de me mexer, a não ser que eu esteja na defensiva, que eu aí eu paro. No mais, sem parar. zɐʇ. Nunca parada, porra, nunca em silêncio.
"Fica parada um pouco." - ela disse, brincando, esticando as mãos em sinal de pare e se posicionando em frente a mim. A encarei brava e ela sorriu um sorriso gostoso, eu gosto quando ela entende meu olhar sério, enfim. Continuou me paralisando e sem tirar o olhar do meu tirou a camiseta, me permitindo observar uma pequena tatuagem bem abaixo do seio esquerdo. Gostei do momento. - Ficou seis segundos me olhando parada, percebeu?
Não percebi, tava tentando a ler a escrita abaixo do seio.
Ela é debochada. Eu sou perrequeira.
Mas quando ela estava nua na minha cama, eu lambi os seios, a barriga, a virilha... Transamos ouvindo músicas ruins e tudo isso pareceu ser somente seis segundos também, só consigo perceber que quando encosto a boca na dela o tempo passa célere, e percebi também que minha boca no corpo dela é deliciosamente inevitável.
Ela nem percebeu, mas eu quase consegui ficar parada na pura observação várias vezes só enquanto ela virava o olho tomando dedada, o que ela me pede que eu não dou? Eu não sei resistir à essa beleza humana. Eu teria um quadro dela nua na parede do meu quarto, por mais doido que isso possa soar. Saca a perfeição? Eu sei que não existe... Mas ela beira o quase, sabe.
Só queria meu ar de volta e mais dela nua na minha cama, pra hoje? Mais nada.
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