sábado, 14 de setembro de 2024

estudo os teus sinais, sedenta, desfrutando dessa insana liberdade

Eu não sei escrever poesia!
Mas ela teima que vai me inspirar uma, algum dia
Eu dou risada
Porque eu não sei juntar palavras
Que façam sentido
Assim, num amontoado de sentimentos gostosos
Que representem o que ela me faz sentir
Principalmente quando pede pra eu fuder com ela
E cantar meu amor desvairado
Sobre seu corpo despido
"Você só quer buceta, né?" - ela me diz
E transamos prazerosamente
Devagar
Vivendo a exploração calma
De dois corpos que se desejam
Enquanto desfrutamos de uma dose de felicidade intensa
Que aquece o peito
E acelera o coração
Com um alto teor de gin, energético e líbido correndo em nossas veias
O único consolo quando sua buceta chora
São meus dedos
Ou minha boca
Minha língua
Que se divide entre seus seios tão bonitos
E seus lábios grandes e pequenos
Minhas mãos impacientes
Que tocam insistentemente seu corpo com destreza e muita
Muita
Muita
Paixão
E muita
Muita
Muita
Vontade
Enquanto de longe Bethânia canta
"Tô com saudade de tu, meu desejo..."
Não é música pra se ouvir despido, eu acho
Mas quem escuta é algum outro apartamento
Então a gente aproveita o embalo
Tomamos pra nós essa trilha sonora
E sorrimos porque entendemos a letra
Porque mesmo que nudez nos tome o corpo
Aquela poesia musicada nos veste bem
Cada palavra dita ali, tudo faz sentido
Mas eu? Porra.
Eu não entendo nada de poesia!
Nada, nadica!
E além do mais o que eu escreveria
Pra mulher que habitualmente me rouba as palavras?
Pra mulher que mantém minha língua ocupadíssima trabalhando em silêncio?
Não escreveria nada, nem de poesia eu entendo
Mas não há nada mais poético que essa foda
Esse beijo
O cheiro dela impregnado em mim
E esse quadril indo pra frente e pra trás, devagar
Devagar 
Devagar
Devagar
Eu sinto ela pulsando
E ela continua abrigando meus dedos em seu casulo
Quente
Apertado
Único
Delicioso
Ela respira no meu ouvido
Mas não diz nada
Geme baixinho
Gosto de transar em pé
E sentada
Porque minha boca chega na dela com tanta facilidade que me cala
Ela diz que paga minhas palavras com seu valoroso mel
Eu não sei só escrever putaria
Ela diz que sabe que não
E me beija os lábios com quem já sabia
Que eu escreveria qualquer coisa sobre ela
Qualquer coisa mesmo
Mas eu sei lá
Eu só não sei mesmo escrever poesia


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