sábado, 6 de julho de 2024

céu de veludo

Encontrei-a quase na areia já. De longe eu já pude reconhecer aquela mulher, os olhos dela às vezes me buscavam ao redor também, pude ver de longe enquanto me aproximava. Ela sorriu assim que me viu. Eu acho que isso quer dizer que ela também fica feliz quando me vê, não sei.
Gosto de pensar que tudo entre mim e essa mulher acontece como num passe de mágica porque às vezes é tão rápido quanto... Depois de algumas caipirinhas em bares diferentes, duas ou três horas de uma conversa animada, lá estávamos nós... no conforto e silêncio do apartamento branco. Um pouco de água pra equilibrar, um baseado pra afastar a má energia... mas ainda assim, de novo nós, mais uma noite a sós, se querendo tanto e se entregando muito mais do que poderíamos, mas é sempre assim quando se trata de nós, não é? É sempre a mesmíssima coisa. A gente se gosta, porra. A gente se ama pra caralho. Eu acho. Talvez. E tudo bem. Eu não estou aqui pra questionar o sentimento, nem nada parecido. É só mais um texto onde eu escrevo a minha visão sobre isso, sobre o que eu sinto, olhando pro meu próprio umbigo e pro que me beneficia, somente pensando no que satisfaz minhas vontades.
Foda-se. Ela faz parte do meu cotidiano. Há anos.
Essa mulher é uma das poucas coisas reais pelas quais eu me sinto tocada, ainda. Mesmo sabendo que nenhuma experiência que vivo em total sintonia com ela seja única, ainda assim, eu  sigo morando dentro da vontade de viver essa paixão bem louca, esse amor infame que nos preenche com risadas e fodas mais gostosas e elaboradas que um papi and mami. Gemendo meu nome abafado, no pé do meu ouvidos, até ficar rouca e caralho... Como eu amo a voz dela quando fica rouca! Fazendo festa enquanto eu entro e sigo mantendo a língua no céu da sua boca. Assim... Repetidamente.
Eu queria paralisar o tempo nos nossos momentos de puro entrosamento, mas ela me abraça e os segundos continuam correndo através de nós, o tempo vem rasgando a gente há anos.
Uma desenvoltura imensa em tudo que fazemos juntas. Uma intensidade que beira o desperdício. Eu sou maluca por essa mulher mesmo que eu não saiba como demonstrar isso.
O que é que eu deveria sentir para que eu seja considerada normal?


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