terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

bagunceirinha memo tu

Ela cria comigo diversas memórias que eu sei que eu nunca mais vou perder, e que acredito e confio que não sai mais mesmo dos meus pensamentos recorrentes, mas especificamente tudo que aconteceu hoje eu sei que tão cedo não vai sair mais do meu histórico de memórias mais acessadas recentemente, aquele cantinho das memórias mais gostosas, especiais, saborosas. É incrível olhar pra nós duas refletidas no espelho do quarto dela, ela grudada comigo, quase colada mesmo... Sorrindo. Rindo. Leve. A tranquilidade com que ela conduziu toda situação comigo. O som da voz dela ocupa cada canto desse quarto e eu não quero o silêncio por aqui nunca mais. Nós não temos mesmo nenhuma consciência do impacto que as coisas nos geram.
E foda-se, né? Pra variar, eu tô no nono andar nessa noite de terça.
Traguei meu baseado pra premiar a vista maravilhosa que eu tive da gente, da janela, da cidade, do quarto, do cabelo dela bagunçado, do corpo assanhado despido com voracidade, amor e cuidado, mas a gente... ela...  Acredito que ela nua facilmente seria "A Grande Odalisca", "Nu Couché" ou acho seria mesmo, mesmo, mesmo "Danaë" porque o Klimt não errou uma. Perfeição. E além do mais Danaë é quase tão linda quanto ela. Ela seria arte, ela é sorte, é inspiração de samba canção, meio tom, de textos cheios de volúpia, bem querer e açúcar, cheios de mensagens de amor pra ela que eu nunca sei se ela lê. Mas são dela, só pertencem à ela.
Meus dedos sobre a pele dela, quase óleo sobre tela. Ela só não conseguiria ser "Monalisa", primeiro porque ela não sabe valer porra nenhuma e a única coisa que ela e Monalisa tem em comum é o olhar de doçura. E ela também não saberia ser "L’Origine du Monde", não nasceu pra rodar o mundo sem rumo, perdida, sem apreciação daquela bela vista e ela é linda demais pra acabar escondida na sala da casa do Lacan.
Ela tem a minha observação por completo, beira a emoção, quase uma devoção... sou fã daquela mulher por completo. E se eu achar que outra é minimamente igual, certeza que é somente uma réplica. Às vezes no ápice eu me pergunto como vivo tanto tempo sem ela, longe disso, longe dela. Nem tudo é ou deveria ser a busca por prazer, mas o que eu posso fazer se ela exala paixão pra mim? Fede a mulher que me faz gozar rápido. Que me beija os lábios com fervor. Que escorre quando eu boto. Que me bota de quatro. Mas enfim. Ela é tela crua. Prestes a exibir a imagem mais linda que meus olhos já viram. Prestes a me deixar pintar o sete, minha língua calmamente desliza na pele, o calor dessa cidade deixa a gente suando sempre ou será que só fica quente quando a gente se junta? Não sei, mas meus dedos sentem que ela umedece e eu não consigo documentar muito bem o resto, entro nela, e recebo um convite nada formal pra um mergulho entre as pernas dela, me faz perder o ar,  sem querer ser engraçadinha, é que sou asmática. Mas sigo com voracidade e eu me permito pintar na minha cara fechada o mais sincero sorriso que a convida pra se permitir ser feliz comigo - também, recomeçar e ela sabe que a presença dela me deixa tranquila e calma, me conforta. Faz eu sacar que hoje não tem revolta alguma dela comigo. Sem tempo fechando. Gozou me olhando nos olhos, entrelaçou os dedos nos meus. Me faz não querer perdê-la de vista nunca mais. Não quero vê-la somente por fotos bonitas.
Tudo tão paz, colorido e bonito que parece que a qualquer momento eu vou abrir os olhos no meu quarto, caindo de dentro das mil possibilidades de um simples sonho, coberta de saudades e vontades da cabeça aos pés, em um mundo completamente monocolor. E é só isso que eu não quero.
Então pra hoje o que eu mais quero é apreciar cada detalhe dela, das molduras bonitas, de nós, da cidade, de tudo... Pra não perder nada.


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domingo, 26 de fevereiro de 2023

semana passada a saudade bateu

Era, sei lá... Aproximadamente uma da manhã, eu não sei. O ácido me derretia com uma intensidade terrível, distorcia totalmente minha noção de tempo. Sem horários, sem nada. Sem amarras. Praticamente à vontade, solta, entregue para àquele momento ali com ela. Eu não acreditava nem mesmo que a presença dela vinda de tão, tão distante fosse real. Mas era. Real até demais. Real ao ponto de que só o fato de que assim que ela encostou em mim já mexeu comigo e me encheu de sentimentos. Arrepiou os pelos, deu choque no beijo. Sim, beijo. Afinal... Eu não consigo - ainda - não desejá-la em cada vez que a gente se encontra e não consigo conceber que ela fica com uma dezena de outras pessoas, também. Na minha ausência. Como apontar o erro dela e fazer a mesma merda ou talvez pior? Torço para que muito em breve eu consiga não ceder pra essas trepadas sem sentido, torço para fazer daquela mulher alguém comum, alguém que não ganha minha atenção, alguém que eu realmente não quero mais. 
Enfim. A droga chacoalhava meu cérebro, acredito que o dela na mesma intensidade e não nos deixou dormir nenhum pouco, foi gostoso até, foi intenso como sempre é, e eu senti todos os sentimentos bons pipocando tudo de novo, quase 100% calmaria pro meu barco... Se não fosse a ansiedade sendo âncora e me antecipando os problemas que virão assim que ela abrir esses olhos lindos pela manhã, a ansiedade me adianta sentimentos que eu ainda não tenho, o receio e anseio de uma nova despedida ali, me espiando pela fresta, prestes a entrar no cômodo à qualquer instante, à me obrigar a fugir. Eu tive mesmo que exercitar uma tranquilidade e paciência que eu não tenho.
Mas dessa vez... dessa vez eu consegui e mantive a calma enquanto eu sabia que algo de muito complicado viria pela manhã, assim que a brisa dela passasse, assim que a gente acordasse juntas. Torci pra que a gente não dormisse, então. Pra que pelo menos um dia fosse um pouco menos tóxica e radioativa essa relação. E ela estava ali, tão indefesa, tão desmascarada, nada tóxica e totalmente descontaminada, eu não pude evitar poupar aquela mulher de sentir toda a angústia que esse encontro me causa, via de mão dupla. Entrei na dança, como manda o figurino. Cedi e fiz ela sorrir, feliz.
Eu queria evitar lembrar dela pelada quando eu toco em outros corpos, por isso não fico com mulher que se pareça nem mesmo que minimamente com ela, nem com o mesmo nome, para que eu não seja obrigada à pronunciar um chamado silencioso por ela. Nem com o mesmo signo, e eu tô pouco me fodendo pra essa porra de signo. Mulher de saia e allstar preto jamais. Good vibes jamais. Repelindo qualquer coisa que me remeta à ela, mas transando com a própria em cada oportunidade que tenho, sem desperdiçar uma.
Quis viver o momento ciente das consequências, pronta pra caralho pro impacto das coisas que a gente se permite, se obriga e se expõe sem necessidade nenhuma. Uma busca incessante. Desperdiçando meu sonho de dançar tango no nosso casamento, como combinamos aos dezessete anos de idade, uma noite qualquer ali perto do canal 6. E talvez, isso até se concretize de alguma forma um dia.
O amor é um sadomasoquismo do caralho, né? Veja. De novo eu aqui nessa cidade, no nono andar, depois da foda mais foda, escutando ela falando besteira, frases bobas e sem conexão, assuntos que a gente não precisa absorver, pillow talk, não cansa e não pesa. É incrível o quanto ela exala tranquilidade quando quer trepar comigo ou quando consegue o que quer - o que queremos.
Eu sigo sendo a apaixonada de nós duas, acho... e ela segue ela soprando fumaça na minha direção, ela ainda é a mesma pessoa desafiadora. Eu observava pela janela do quarto dela algo como uma estrela no céu, parecia até próxima da Lua, tão solitária quanto eu. Mesmo tendo a lua ao lado. Assim como eu. É foda. Enquanto eu fumava meu beck me questionei porque continuar indo atrás dessa filha da puta quando a gente simplesmente só encaixa no sexo e nada mais. Não vejo e não quero, acredito, conexão alguma com essa mulher. Nada. Acho a vida que ela leva muito chata, etiquetada, pautada. E ela me acha maluca, acha que eu transo com cinquenta mulheres na mesma semana e isso nos gera um sério problema de confiança. E a verdade é maior e mais renitente que isso, eu transo com outras a cada vez que não me sinto amada o suficiente.
Fumamos muito e conversamos sobre quase tudo. Quase. É incrível o quanto ela consegue não me deixar na bad quando ela quer, pelo simples fato de ela querer. É incrível o quanto ela consegue adentrar a nuvem pesada de chuva e me levar pra dias incríveis de Sol por aí, quando ela quer... E eu quero também, eu quis durante todo esse tempo... Mas agora eu só quero mesmo, muitíssimo que ela seja somente mais uma. Só mais uma mulher cujo gosto do beijo encantou meu paladar, algum dia.


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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

elle s'appelle Danaë

É sempre um imenso prazer os encontros que a vida me presenteia, e a felicidade em mim é nítida a cada vez que eu desembrulho um novo encontro com essa mulher em específico, a cada vez que o o sorriso dela se abre pra mim, a cada vez que ela sorri com essa cara de boa menina e os olhos apertam, a cada vez que a gente transa lento assim, fabricando lubrificação e amor aos litros, a cada vez que tem um novo toque, encontro, gerando mais e mais intimidade e sempre uma memória nova pr'eu lembrar, guardar, querer reprisar.
Quando eu a vi pela primeira vez foi como se ela alinhasse meus chakras, good vibes, quase caretaça, roots, é do tipo que se enfia o mato e é gratiluz, dois locs vermelhos no cabelo que me prendem, linda, só bebe whisky e fuma meu beck e tudo bem, a gente se quis e se quer assim. Ela fez a música ficar mais baixa, quase imperceptível tamanha a importância de tudo que a voz dela me fala, seja o que for, ela faz a música ficar mais lenta em pleno baile quando joga em mim essa raba. Eu acho impressionante o quanto eu consigo ser viciada na textura que a língua dela tem, chega ser sufocante, não deixa com que eu conclua porra nenhuma do meu dia sem sem ter o pensamento brutalmente interrompido pela vontade que eu tenho dela, do corpo e todos os poréns. Queria esquecer, cinco minutinhos... Mas se bobear eu fico o tempo todo lembrando, sufoca meus pensamentos. Buceta também vira hiperfoco? Foda-se. Viciada. Maluca. Será que dá pra ser nóia do beijo dela? Parece fogos o momento em que ela me chama de canto e diz que tá chamando o uber pra casa. E a gente faz algumas cenas de romance no banco de trás. Indescritível o momento, o segundo que ela toca meus lábios, que ela está, de fato, entre meus lábios. A língua desliza pra dentro e eu sou fã de beijar na boca demais.
As mãos tem a tendência de puxar pra mais perto. Consequências da nudez em dupla, eu e ela. Meus seios tocam os dela e eu molho demais assim. E eu quase sempre tô rendida quando ela entra em mim. Ou eu mergulho na vontade dela, queria morar entre suas pernas.
Entre nós nada nunca foi planejado, combinado. Mas é sempre tão gostoso quanto seria se a gente fosse capaz de planejar cada segundo, porque pra mim é sempre esperado, sabe aquela injeção de alegria de quando a gente fica com a mulher que sempre quis ficar? Gera alguma expectativa. Alguma vontade. Me bota pra pensar o dia todo em mulher.
>> Nela <<
Só nela, iboa. E ela é bem bagunceira.


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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

beija minha boca, tira minha roupa, tira o meu sossego

Ela me tira do sério, me arranca lá do meio da bagunça do caos diário, me drena toda maré de tédio que o mundo e esse tanto de gente chata me causa, me enche de beijo na boca, de amor, de saudades... Mas me rouba as palavras, uma vez ou outra. Me deixa moleca, sapeca, me faz sonhar e concretizar uma pá de loucuras ao lado dela. Quebra minha rotina no meio, encurta minha semana, me deixa desejando sempre um próximo encontro, mesmo que seja aqueles minutinhos que voam, que ela tem de vez em quando, antes do trabalho. Eu sempre apareço e a gente compartilha o beck e risadas. Me beija a boca pra se divertir, passa o dia compartilhando comigo memes e a parte chatona da vida, ela sabe que o fato de que eu faço ela rir com tudo torna tudo de ruim um pouco mais leve, até os dias nebulosos, peso compartilhado é mais fácil de carregar. Ela consegue me fazer entrar em festa por completo, corpo, alma, mente, coração... vibes de carnaval em plena segunda ou terça-feira de janeiro à janeiro, felicidade que me invade sem data. Deliciosa. A gente brinda a gente, fazemos festa só pela presença uma da outra, e eu a chamo de gostosa, estamparia um outdoor só pra gritar que ela é gostosa pra caralho, e ela me devora sem dar grande importância aos talheres que deve usar, sem modos, só me bota na boca, e olhar pro rosto dela me deixa relax, me dá grandes porções de felicidade e de ocitocina. Ela leva embora meu tempo e ganha um dia a mais ou dois de paixonite, eu vou embora jurando que vou desejá-la por um dia ou dois, não mais que isso, mais rápido que a saudade ela me tem de volta, ganha de mim o que quer, não tem compromisso, mas ganha minha lealdade, a saudade me faz ter vontade de transformá-la num quadro e botar na minha parede, teria meus olhos colados nessa tela. Essa mulher me tem. E me leva pra onde quiser. Me pede quarenta e cinco minutos de amor e ganha um segundo tempo toda vez, os acréscimos são os minutos de felicidade e satisfação que a gente gasta dando tchau, beijo na boca e odeio lembrar que é sempre muito difícil deixar aquela mulher sair pela porta. Quando volta? Não sei, é foda.
Já falei em outro texto o quanto ela me lembra Danaë, do Klimt. No mesmo cenário a gente vira Der Kuss, do mesmo Klimt. Emolduradas pela eternidade, encurraladas na nossa vontade de ficar juntas. E vamos. Se eu tenho ela, falta nada, a melhor droga é ela totalmente nua, gostosa, me pedindo pra tomar dedada, eu já pelada, o que me dá brisa é ela transando escondidinha comigo na sacada que dá pra rua, dando pra mim sem que ninguém saiba. Ou veja. Ou imagine que a gente tá ali, zero exibicionismo por aqui. Gosto do que é secreto. Ela me chama de problema que ela não soluciona. Eu gosto é disso. E me aciona sempre que tá com saudades ou com problemas.  Me esquecer é que ela não esquece.
Ela exerce sobre mim um gigantesco poder de atração. Minha pele arrepia, o corpo pede, a boca deseja, o pensamento gruda nela e não sai, desde a primeira vez em que eu a vi entre mil pessoas iguais, sem graça e então ela me olhou com a pupila dilatada e eu pensei "caralho que gata", parecendo uma gata mesmo lambeu meu rosto, minha boca, meu pescoço, meu corpo, não me deixou fugir da mira daqueles olhares. Não me perdeu. Entrei na dança, rebolei com ela dentro, quente, foi como se todas as luzes do mundo se apagassem naquele instante, mesmo que brevemente, e tudo que eu lembro é de meia hora antes ela com seus all star vermelhos e as estrelas brilhando, eu juro, papo de que eu posso jurar que o ácido deixou tudo até em câmera lenta ou algo assim. Enfim. Reencontros que precisam acontecer. Pauta pra minha siririca, motivo dos meus prazeres baratos e dona dos meus textos de temática apelativa com teor sexual. Ou sei lá o que. Não importa, ela é a maior criadora de experiências deliciosas que existe, e sendo muitíssimo sincera, tem sido um imenso prazer viver toda nossa realidade deliciosa e maluca ao lado dela.


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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Alabama! Alabama! Électricité!

O beijo dela é doce feito mel de flor de laranjeira, saboreio sem pressa alguma e quando cai pro meu paladar agrada e muito. Mesmo sem segundas intenções sempre, toda vez o toque dela na minha pele me gera amor e um punhado infinito de outras boas sensações, tantas que acredito serem incontáveis. Quando minha língua toca a dela é sorte, é Sol, é afeto, é alívio, delírio, o exato momento é praticamente elétrico, gera som, calor, desperta vontades, meu corpo queima sem precedentes. É eletricidade mesmo. Algo que começa no peito e rapidamente toma o corpo inteiro. Minhas mãos atrevidas a puxam pra mais perto, como se eu quisesse encostar cada pedaço do meu corpo nela. Vai ver eu quero mesmo. Sinto a energia dos nossos encontros deliciosos percorrendo meu corpo, pulsando em mim, fazendo meu coração vibrar, a gente dá choque, é bom estar pertinho, bem debaixo dos olhares gostosos que ela me dá, eu sinto essa sensação que ela me causa dançando em mim, circulando, ocupando meu corpo inteiro. Eu me basto, mas ela me preenche, me transborda, não há medidas e nem mesmo precisa. Eu não conseguiria descrever esse sentimento nem mesmo que eu quisesse, nem mesmo se eu fosse uma grande conhecedora da língua portuguesa. Mas eu só conheço minha língua na dela. A língua dela em mim. O encontro e entrelace que somos, só conheço minha língua fugindo dos lábios e se divertindo em vários cantos do corpo dela. O desejo nos olhos dela não negam que ela quer e sente o mesmo. Os meus gritam, eu jamais saberia esconder. Sou maluca por ela mesmo, fico encantada. Eu poderia olhar pra ela por horas sem querer perdê-la de vista, eu poderia escutar a voz dela falando sobre qualquer assunto por horas. Eu sou apaixonada por amar aquela mulher sem pressa. Todos os dias em que eu posso. Só isso. A gente se conecta, se merece e acima de tudo se quer.


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