ontem à noite
bebi do teu veneno
direto do cálice,
escorrendo quente
entre tuas pernas.
e eu sorria,
com o a boca,
com o corpo inteiro,
entregue.
minhas mãos te leram devagar,
como quem aprende o afeto
na sede,
na fome,
sendo afetada.
gozamos como quem morre —
um pouco,
muito,
várias vezes.
mas hoje,
acordei vazia.
o coração ainda teu,
mas, a mente inundada de culpa.
um gosto amargo na boca,
uma saudade queimando no peito,
como se o amor tivesse virado fumaça
e se enfiado nos meus olhos
só pra arder.
é ressaca de gozo,
rebordosa de querer demais,
de me perder inteira em você
e só lembrar de mim
depois.
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