sexta-feira, 4 de outubro de 2024

olha o que a saudade faz...

Mais uma vez eu no nono andar.
Já antecipo aqui - na segunda linha - que nesse texto não há nada de diferente dos centenas de outros que eu já escrevi pra ela, pra mim, uma carta pra ninguém. Não importa. Nada de novo acontece aqui, chega a ser chato até.
Eu já nem sei porque ainda escrevo, porque sinto, porque continuo insistindo nisso, nela, em nós - apesar de todos esses nós que nos prendem coisa e tal. Eu acho que escrevo pra apagar ou suprir uma necessidade subconsciente de me sentir parte de alguma coisa, de um amor, de uma saudade, de um momento congelado no tempo, que eu mesma congelei aliás. Escrevo pra me sentir viva, pra sentir o impulso do que ainda me faz pulsar. E vou me eternizando em letrinhas que transcendem minhas vontades e decepções, e essas linhas mesmo que se tornem inúteis, serão sempre minhas. Ela também se eterniza, em mim, nas minhas palavras, deita e rola nas minhas linhas, mas segue com o devido e merecido anonimato.
É sobre isso, eu acho.
E é incrível o poder que ela tem de me fazer querer depositar todas minhas palavras de amor ao pé de seu ouvido, e me deixar em frente à uma tela branca somente com esse mimimi todo de saudade. Sina de poeta é morrer de amor, eu sei, mas recuso... Nem poeta eu sou!
Sri lá.
Queria não pensar tanto nisso, mas eu penso muito ainda, muito, muito.
Enfim.
Dormi com ela numa noite quente e acordamos numa manhã gélida. Acordei mais cedo e passei o café, bolei um baseado, esperei quieta até que ela acordasse e ditasse o clima.
Estranhei que ela acordou em tranquila, fazia uns três meses que eu não a via, ou mais, eu macetei ela a noite toda e talvez isso nos tenha trazido alguma paz. O olhar dela me desarma, me sinto até mais calma e olha que meu apelido é Taz. A paz que eu busco, talvez, seja mesmo ela nua.
Vai saber.
Pensei em correr pra tirar uma foto da gente ali, uma moldura inanimada, que nos conserve sorridentes, em plena paz, sem guerras matinais conosco ainda de pijama, sem a gente negar que se ama, nada.
Quis guardar esse momento de paz pra eternidade porque nós sabemos o quanto isso é impossível, nesta realidade. É isto.


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