Às vezes eu acho que não há mais nada que eu possa fazer pra reverter a realidade em que viramos apenas duas estranhas, mas com o benefício de se encontrar com uma frequência frenética e transar com uma intimidade que é capaz de nos engolir, de nos fazer largar tudo que tem pra ser feito no dia e matar o tempo trepando lento. Eu já disse que eu acho que talvez a cada vez que ela transa comigo ela transa com alguém diferente, hoje eu transo com uma mulher que me procura, me convida, mas eu sinto ausente, distante de mim, fora da minha realidade.
Mesmo que ela não faça parte do meu presente de forma constante, não há um dia sequer que eu não me lembre das horas vividas, das drogas divididas, dos orgasmos compartilhados, dos segredos contados, da convivência. De tudo, tudo mesmo. E quando eu ameaço esquecer, eu vejo a mancha de vinho naquela minha polo branca. E lembro de tudo de novo.
E volto a sentir saudades.
Por que será que ser humano não é capaz de esquecer o que machuca, o que magoa, o que faz falta?
Por que será que não somos capazes de simplesmente deixar pra lá, seguir a vida?
Pra que tanta saudade?
De onde vem a saudade?
Ela diz que eu não presto, eu digo que ela não vale nada. E a gente vai seguindo assim... Como se um dia desses, magicamente, a gente vá esquecer de tudo, inclusive de nós, se esquecer como se tudo isso não tivesse passado de um surto. Ou sei lá, será que vamos empurrando isso até dar certo? Eu sei que a segunda opção é a mais improvável. O que nasceu com o errado escrito na testa não tem a menor chance de virar coisa certa, por mais que a gente queira ou tente muito.
Entende?
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