Ela me cerca.
Constrói lentamente um cercado a minha volta.
Eu observo.
Assisto a jogada.
Dá a volta por um lado, corre pelo outro... puxa a corda.
Aperta o primeiro nó e eu sufoco.
Gosto de sufocar, no momento certo. O que não é esse.
Mas assisto.
E me divirto mesmo assim.
Sigo.
Me cerca...
...Me cerca.
Me procura.
Me acha.
Me perde. Mas nunca de vista.
Me cerca.
O que você procura em mim?
Não vai achar.
Sabe que não, né?
Seus olhos me cercam.
O sorriso de canto dela faz minha buceta quase implorar por ela.
Sinto-me cercada, por isso usei a palavra.
Impaciente.
Me rodeia.
Me cerca.
Me olha fixamente.
Eu nem sei se gosto disso ou não gosto.
Eu vejo. Finjo que não.
E além do mais, eu gosto, gosto da atenção dispensada a mim, até.
Me cerca.
E quando pensar que me conhece, percebe que está errada e que na verdade não sabe nada.
A cabeça dela deve ser cheia de suposição. E filosofia namastê banana. A cara não nega.
Sonsa.
Sonsa do caralho.
Não mais do que eu.
Joga a corda de um lado, joga de outro, passa por baixo, eu assisto - enquanto me divirto pra caralho - as suas tentativas.
E me prende lentamente, mas eu sou um rato... Quando mais apertado é o nó, maior é a minha vontade de fugir.
Isso se ela não conseguir lançar o charme, me paralisar, e me fazer virar estátua antes.
Tchau.
0 comentários:
Postar um comentário