sábado, 27 de fevereiro de 2021

retaliações pueris

Ao meu ver isso tudo é só um labirinto onde me sinto perdida, e as saídas que eu perco tanto tempo buscando sempre me levam à algo como longos períodos de sumiço onde eu finjo uma interiorização, mas na verdade é só fuga, longos períodos de silêncio, buscas desesperadas, nudez, drogas compartilhadas, noites acordadas, trepadas usadas como moeda de troca ou band-aids emocionais, discussões acaloradas carregadas de acusações sem sentido nenhum ou conversas/convites explícitos em qualquer viela ou na casa dela, motel, rua, qualquer lugar... que se foda, a lista é gigante e tanto faz, ela pode fazer o diabo comigo que eu ainda não vou ser capaz de resistir ao sexo dela. Às vezes eu percebo o quanto escrevo demais sobre toda essa parte erótica, sexual, sei lá. Mas meu simples encontro com ela me deixa claro toda vez que a tensão e atração sexual entre mim e ela é a única coisa totalmente intacta entre nós que sobrou, e sendo bem realista: ela nua no meu colo faz eu me sentir no topo do mundo, idêntica à brisa da fita. Gosto de ambas, agora imagina o quanto eu gosto das duas juntas então?
E a saída, se é que posso chamar assim, é sempre a presença dela, só a presença dela e olha que eu nem queria nada demais porque seria legal pra caralho que ela entendesse que eu ia amar só assistir ela da sacada dela pra sala, dichavando mais um na mesa de vidro, dropando mais whisky no meu copo, e a paz... Essa somente me é concedida após toques intensos, alcoolizados e desmedidos que eu dou no corpo dela, beira o grosso até, o rude, a raiva que eu desconto deixando ela sem ar... Eu sou dada, pertencente a essa atração maldita.
Eu sou somente o rato em busca da saída, acreditando que tá saindo do labirinto quando na verdade tá só preso na gaiola correndo naquela roda. Um rato com a porra da chave da porta do labirinto no bolso, entrando e saindo, entrando e saindo e nunca cogitando parar né? Mal consciente ou uma incessante vontade subconsciente de ver o quão rápido eu vou fugir dela da próxima vez? E além do mais eu também não penso muito e blá blá blá.
Eu só sei lidar comigo mesma e só eu sei lidar comigo.
Ela é a única mulher que eu amei na vida, e toda fragilidade que esse sentimento me faz sentir me assusta e me faz perceber o quanto nós temos alguns sentimentos mal resolvidos e mal conversados pra recordar, mas eu juro que tem pedaços dessa história que eu não lembro e outras que eu não vou contar. E que se foda, eu sei o quanto dissimulada eu fui e todas as retaliações infantis que eu friamente planejei e executei só pra para mantê-la perto, eu passaria por cima de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo para tê-la por perto e o que resume isso é que eu tenho zero moral e zero dom pra ser a maior vítima dessa história. Fora esses sentimentos nós temos em comum um total de zero apego. Zero? Zero até a página dois, zero apego até eu transar com as amigas dela, zero apego até ela subir a favela louca de loló só pra pegar um conhecido meu, trinta minutos depois que eu saí do baile, zero apego até ela surtar ao me ver com outra mulher em um, dois ou três bailes e eu não sentir sentimento nenhum ao enviar um:
"para de me ligar caralho, eu tô ocupada!✓✓ 
E além do mais ela conhece minha rotina, minha vida, cada mínimo passo, cada corre, tudo... Eu sempre fui a mais sincera da relação (que nunca existiu). Pé na porta mesmo. Ela não, ela sempre omitiu todas as verdades. Então vai me cobrar o quê? Uma das pontas soltas é essa sensação de que mesmo já tendo passado por tanto tempo e por tantas situações juntas, sempre que nós estamos uma frente a outra sempre fica uma sensação de que a gente não se conhece muito, pelo menos não o tanto que a gente acha que sim. Eu também acho que cada vez que ela entra na minha vida eu sou alguém diferente mesmo e a principal diferença é que a cada vez que ela transa comigo após longos períodos longe é que ela trepa com alguém que a ama menos.
Ela me faz querer uma sucessão de fodas aleatórias, uma atrás da outra como válvula de escape, banalizando as retaliações e os sentimentos que eu posso vir a causar nela, eu e meu velho hábito de culpabilizar ela pelos probleminhas internos que eu não resolvo sozinha.
Olha eu de novo falando que mudei uma porção de comportamento, atitudes e tudo o mais... Mais do mesmo, e é como se o restante de consciência que me resta me obrigasse a sempre me desculpar por coisas que eu sei que vou continuar fazendo, por erros que cometo e já não tenho mais disposição nenhuma pra lutar contra.
Bom era quando eu era assumidamente filha da puta, né?
E por isso... Não luto contra, resumo: três horas atrás eu tava dropando um papel, ela tava beijando meu pescoço no meio de mais um baile, mais uma sexta com ela louca com meu md na água, só eu e ela, compartilhando vontade na máxima , ela me olhando fixo com cara de maldade, rebolando cada música grudada em mim. E agora ela tá aqui... Nua na minha cama, pedindo pra eu foder sem carinho no meu quarto preto. E porra, depois que o dedo tá dentro os erros já nem importam mais, né? Não pesam tanto.
Só pra constar e encerrar: eu nunca nego buceta, eu sou dada demais aos erros. Mas... Pelo menos eu sou bastante decidida.
Eu gosto mesmo de um caos, de um probleminha... Sempre tive esse defeito.



Share:

0 comentários: