quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

egoísta

Eu fecho os olhos.
Respiro fundo.
Depois mais fundo.
Repito tudo e nada ameniza o nervosismo, nada faz acalmar o coração agitado dentro do peito. "É ela, né?" - a cabeça me lembra e agora pronto, temos um frio na barriga por aqui também. Ainda bem que é costume eu estar nervosa e com isso eu até lido bem.
De cinco em cinco minutos confiro a hora no relógio do pulso. É mania. Não temos nenhum horário marcado, mas eu sempre me sinto em cima da hora, atrasada mesmo... 
Mesmo escapista, hoje eu prometi pra mim mesma que vou ficar e encarar a situação, a mulher e tudo que ela tiver pra me oferecer, que seja. Não vou fugir. 
A cabeça mantém a calma mesmo em meio a intensa agitação mesmo com dois tecos pairando na corrente sanguínea, e além do mais fica tudo mais tranquilo quando eu não preciso procurar uma rota de fuga, a cara sigo na vibe maré brava.
Não sei se é ansiedade ou a 99. Ou ambas.
E que se foda.
Os meus olhares atentos (re)decoram cada centímetro dela, eu gosto.
E eu que ainda nem sei porque eu vim. Mas vim. Aliás, sempre venho, né?
É sempre o mesmíssimo e repetitivo contexto, é sempre a mesma pergunta e eu no fundo, mas bem no fundo já tenho minhas respostas. Cada uma delas. Me questiono muito pra tentar entender porque eu me faço presente em pouco tempo, tão fácil que entre meu aceite até eu me dar conta de que estou novamente presente em sua ilustre presença nua não se passam nunca mais do que três horas, tão fácil que chega a ser ridículo, cômico na verdade.
Quando é o nome dela na tela do celular eu faço tudo ser possível, é somente mesmo sobre isso. Peixe, e além do mais: jusqu'ici tout va bien. Oito segundos de memórias tendenciosas ao saudosismo, alguns meses de afastamento e uma mulher no período fértil pensando somente com a buceta e bum, mistura perfeita pra me fazer cair sentada pelada no colo dela... Nem um gênio com sua lâmpada seria mais rápido em satisfazer os desejos dela. É. Eu sempre aceito o convite dela. Segredo nenhum, inclusive. Sempre obtém respostas positivas e sem perder muito do tempo eu me faço presente aqui, sem muitas desculpas, eu só queria escrever sobre isso pra eliminar de vez, eliminar da minha cabeça toda sensação de fraqueza que eu sinto depois de voltar de uma sessão de algumas horas ou dias nua dentro do campo visual dela, coberta pelas digitais dela, ela, ela, ela... Lua de mel sem lua, sem mel. Só eu e ela na alta, na máxima, em momentos só nosso, onde minha predileção por ela chega num nível absurdo enquanto eu sinto a respiração quente dela, no pé do meu ouvido. Cedendo ao puro perigo, ao vício. Meu ego grita. Ela volta porque ela (nas palavras dela) não encontra ninguém que transe com ela na com a mesma vontade como eu. Eu vou foder ela com raiva pra descontar isso, e ela sabe. Por isso ela dá os pulos dela pra caber dentro do meu tempo e do meu abraço. beijo com raiva, fodo com raiva... Mas sem rancor ou equivalentes.
Parece que tudo quando se fala de emocional sempre vai ser sobre ela e acho que mesmo que eu gire o mundo ao contrário tudo sempre vai voltar a ser sobre ela.
Eu desligo o celular, única mulher que me deixa off pro mundo, nem aí pra tudo e hoje é a única que eu quero ouvir pedindo pra eu meter mais rapidinho, um dedo a mais e seria delicioso escutar um "pode ir mais forte...".
É.
Já que eu vim, eu vim... né? Não me dou ao luxo de dizer não mesmo sabendo que isso vai me fazer pensar até onde vale a pena a situação, mas ainda assim eu prefiro ter que lidar com a culpa do que com a saudade, vontade dela. Pesos e medidas. E isso, sendo bastante sincera e egoísta é somente sobre como eu me sinto, meu corpo não mente, ela me bagunça, ela me faz sentir tão bem, tão única, tão em paz e alinhada com ela, com o mundo, comigo, com tudo. Cosmo girl e toda a descarga de energia, de adrenalina que só ela causa. Ela me repele e ela mesma me atrai e eu... Eu tô sempre pensando com a buceta, sem boas avaliações de risco, sem noção do quanto eu me exponho ao risco e sem pensar minimamente no impacto, sem pensar na manhã seguinte. Mas ela sempre teve esse dom, esse lance todo de me jogar pro alto, tipo brisa de droga mesmo, mas essa é uma perspectiva positiva de toda a situação. A minha perspectiva... E quando eu fujo dela ainda eu só o faço por mim.
E também é por mim que eu venho.
E sempre, seeeempre foi por mim que eu vim.


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