quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Me venha e eu te vou.

Pessoas comuns são feitas de pele, de ossos, nervos, músculos, sangue pulsando, coração batendo, bombeando sangue por entre as veias, preocupações. Eu sou feita de sentimentos incabíveis e sensações que pulsam mais do que qualquer coração e bombeiam pensamentos mais rápido que o sangue que corre por entre as veias. Eu sou feita de você. Meu coração pulsa, bombeia saudade de você, contamina tudo que eu sou, estou doente. Eu já não sei bem o que eu sou ou que eu vou ser quando isso acabar. Sou meio que um órgão transplantado, outrora sem uso, que ninguém quer, um coração que aprendeu a bater sem motivo, fora do corpo. Eu queria estar em você, eu queria ser o vermelho dentro das tuas veias e ser tudo que cobre a retina do seu olhar, meu bem, queria ser a sua vida. A vida da sua vida. O sorriso nessa boca, o ar que adentra seu pulmão. Deixa-me entrar no seu corpo, ser contigo a história de amor carnal, humana e banal. Mastigaria por ti toda nossa distância, comeria estradas, engoliria as nossas diferenças (seja qual diferença for). Tenho um sorriso, corpo, alma, pensamentos, letras, poesias, versos apenas pra você. Doo-me como quem doa o que tem de mais valioso. Você nunca retribui. Sorrindo, ainda me diz “Ah meu bem... Eu não gosto de amores vomitados”. Se quiser saber, meu coração ainda não aprendeu a bater fora do corpo.
A saudade ainda é a secreção mais pútrida do ser humano, o que convenhamos, é uma pena, morena.



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