terça-feira, 26 de agosto de 2014

Você procura por algo mais.

A chave está na sua portaria” – Avisa a mensagem que chegou no celular. Acho que é o fim. Talvez o fim em si, dito em alto e bom tom... enfim anunciado. Acabou e eu me pergunto: como acabou? Você falou tantas coisas, apontou tantos erros mesquinhos. A sensação que tenho é que eu dormi e quando abri os olhos você já estava retirando das prateleiras nossos retratos, guardando suas roupas. E foi assim... Assim que eu me lembro, pelo menos.
Certo, você se foi.  Parei de contar e dramatizar tanto quando percebi que já são quase três meses. Quase noventa dias. São dias pra caralho pra eu acordar com o vazio na cama, acordar sem teu bom dia. Não posso dizer que não andei dramatizando, bebi tanta tequila uma noite que acabei sentada no chão do apartamento tentando te ligar, não sei nem qual seria sua reação se o teu telefone tivesse chamado aquela madrugada. Eu ainda dramatizo, em cada novo beijo que eu dou em cada novo boca que eu encontro e em cada novo coração que eu tropeço e caio em cima, eu dramatizo quando respiro. Sinto-me como se eu estivesse presa no “e se...?” e isso tem me deixado louca. Nunca vai existir esse tal de “e se...?”. Você já deve estar construindo seu novo conto de fadas, enquanto eu durmo toda noite com a porta destrancada caso você ache que já seja hora de voltar.
Não é por nada, só queria lhe contar: noite passada eu conheci alguém com o mesmo nome que o teu. Sorriso diferente, olhar diferente, beijo e sexo... Tudo diferente. Não pude evitar comparações. Não pude deixar de desejar lhe esquecer com a mesma frequência com a qual me lembro. 
Não seria incrível, meu bem, se eu conseguisse te odiar com a mesma intensidade que eu te amo?



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