quarta-feira, 4 de junho de 2014

Ainda é sobre você.

E mais uma vez me pego aqui, parada em frente a esta tela branca, pálida, tentando escrever algo digno da sua atenção, algo que faça com que tu reflitas sobre o que fizeste comigo. Tu não sabes o mal que andas fazendo ao meu mundo, guria. Pois bem... Desde que você se foi flor, é como se eu tivesse parado completamente de viver, esperando assim por uma volta sua que convenhamos: todos sabem que não vai acontecer. Não de novo... Digo, eu não teria essa sorte de novo. E talvez isso não seja mais sobre sorte.  
Desde que você decidiu que não me amava mais eu meio que deixei de existir, tenho crises existenciais constantes e tão desprezíveis que fico imaginando porque é que eu fui depositar todo meu mundo em ti, guria. Desde que você decidiu que não me amava mais eu não escutei aquela musica, sabia? É uma música que eu tive que tirar de todas as playlists. Alterei o caminho que faço até o trabalho porque se tornou algo doloroso passar pelas ruas que nós passávamos todos os dias, "nossas" ruas. Parei de viver. Voltei a fumar, voltei a beber meu uísque vagabundo às vezes também, troquei nossos discos de blues por livros de auto ajuda tão ruins que eu só leio quando estou bêbada. Parei de frequentar aquela cafeteria hipster famosinha que você adorava e que a cada vez que íamos dávamos um nome diferente aos atendentes. Você guardava os copos e eu achava isso tão engraçado, mas essas atitudes eram tão, sei lá... Tão você. Desde que você decidiu que não me amava mais eu não uso aquela camisa com a estampa da sua banda favorita, que tu me deste só porque sabia que eu não gostava, mas eu usava pra ver aquele teu sorriso bobo, como se dissesse "venci". A verdade, guria, é que desde que você decidiu que não me amava mais é como se eu tivesse feito minhas malas e me mudado de mim, saído pra fora do meu corpo, desta casa cheia de coisas, cores e memórias suas e vazia da sua presença, do seu cheiro, do seu ar, é como se eu tivesse saído desta rua sem saída, desta cidade, deste mundo. É como se em algum momento eu tivesse apenas desistido de mim e me mudado do que eu costumava ser, de quem eu era por você. Eu era a prova viva da tal teoria de ter se tornado alguém melhor.
Só que agora, flor, me sinto tão vazia que é como se o tal alguém melhor tivesse saído pela porta, correndo atrás de você. Só restou eu aqui, parada em frente a esta tela com meia dúzia de palavras...



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2 comentários:

Anônimo disse...

Como assim? :C

Anônimo disse...

"Senti as páginas agora, este capítulo já acabou. Avançando. E indo para frente com tudo o que vai se tornar...
Se você alguma vez chegar ao lugar onde o sol brilha todos os dias... Então, vou estar em sua mente"