Quer dizer, mais nada, mais ninguém ao seu redor onde pudesse encontrar palavras clichês que serviriam de consolo ou até um abraço apertado que dissesse “Estou aqui”.
Não tinha nada. Na mesa a vodca ruim da garrafa de plástico era o veneno que usava assiduamente pra se matar aos poucos. Tão linda – diziam as pessoas – mas parece viver num mundo paralelo a esse. Ela vivia aqui, no tal mundo cruel, talvez ela fosse deste mundo mais do que qualquer outra pessoa, ela tinha noção do quão perigoso uma pessoa podia ser a si mesma, ela tinha sido, nos últimos vinte e quatro anos, seu pior inimigo, tinha brigas terríveis com sua consciência e vivia constantemente numa guerra consigo mesma. Não que fosse má, mas seria se pudesse, não que também não seja egoísta em toda ocasião que pode.
Vivia numa guerra tão desnecessária quanto estar viva. Seu sonho era escrever mais, ter mais tempo pra conhecer as
ruas do seu bairro, se conhecer, ter mais tempo. Tempo pra ser viva. Viver.
Cada dia em que ela acordava era uma luta vencida, mas... Pra quem?
Cada dia em que ela acordava era uma luta vencida, mas... Pra quem?
Nem ela sabia.
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