Ela me tira do sério, me arranca lá do meio da bagunça do caos diário, me drena toda maré de tédio que o mundo e esse tanto de gente chata me causa, me enche de beijo na boca, de amor, de saudades... Mas me rouba as palavras, uma vez ou outra. Me deixa moleca, sapeca, me faz sonhar e concretizar uma pá de loucuras ao lado dela. Quebra minha rotina no meio, encurta minha semana, me deixa desejando sempre um próximo encontro, mesmo que seja aqueles minutinhos que voam, que ela tem de vez em quando, antes do trabalho. Eu sempre apareço e a gente compartilha o beck e risadas. Me beija a boca pra se divertir, passa o dia compartilhando comigo memes e a parte chatona da vida, ela sabe que o fato de que eu faço ela rir com tudo torna tudo de ruim um pouco mais leve, até os dias nebulosos, peso compartilhado é mais fácil de carregar. Ela consegue me fazer entrar em festa por completo, corpo, alma, mente, coração... vibes de carnaval em plena segunda ou terça-feira de janeiro à janeiro, felicidade que me invade sem data. Deliciosa. A gente brinda a gente, fazemos festa só pela presença uma da outra, e eu a chamo de gostosa, estamparia um outdoor só pra gritar que ela é gostosa pra caralho, e ela me devora sem dar grande importância aos talheres que deve usar, sem modos, só me bota na boca, e olhar pro rosto dela me deixa relax, me dá grandes porções de felicidade e de ocitocina. Ela leva embora meu tempo e ganha um dia a mais ou dois de paixonite, eu vou embora jurando que vou desejá-la por um dia ou dois, não mais que isso, mais rápido que a saudade ela me tem de volta, ganha de mim o que quer, não tem compromisso, mas ganha minha lealdade, a saudade me faz ter vontade de transformá-la num quadro e botar na minha parede, teria meus olhos colados nessa tela. Essa mulher me tem. E me leva pra onde quiser. Me pede quarenta e cinco minutos de amor e ganha um segundo tempo toda vez, os acréscimos são os minutos de felicidade e satisfação que a gente gasta dando tchau, beijo na boca e odeio lembrar que é sempre muito difícil deixar aquela mulher sair pela porta. Quando volta? Não sei, é foda.
Já falei em outro texto o quanto ela me lembra Danaë, do Klimt. No mesmo cenário a gente vira Der Kuss, do mesmo Klimt. Emolduradas pela eternidade, encurraladas na nossa vontade de ficar juntas. E vamos. Se eu tenho ela, falta nada, a melhor droga é ela totalmente nua, gostosa, me pedindo pra tomar dedada, eu já pelada, o que me dá brisa é ela transando escondidinha comigo na sacada que dá pra rua, dando pra mim sem que ninguém saiba. Ou veja. Ou imagine que a gente tá ali, zero exibicionismo por aqui. Gosto do que é secreto. Ela me chama de problema que ela não soluciona. Eu gosto é disso. E me aciona sempre que tá com saudades ou com problemas. Me esquecer é que ela não esquece.
Ela exerce sobre mim um gigantesco poder de atração. Minha pele arrepia, o corpo pede, a boca deseja, o pensamento gruda nela e não sai, desde a primeira vez em que eu a vi entre mil pessoas iguais, sem graça e então ela me olhou com a pupila dilatada e eu pensei "caralho que gata", parecendo uma gata mesmo lambeu meu rosto, minha boca, meu pescoço, meu corpo, não me deixou fugir da mira daqueles olhares. Não me perdeu. Entrei na dança, rebolei com ela dentro, quente, foi como se todas as luzes do mundo se apagassem naquele instante, mesmo que brevemente, e tudo que eu lembro é de meia hora antes ela com seus all star vermelhos e as estrelas brilhando, eu juro, papo de que eu posso jurar que o ácido deixou tudo até em câmera lenta ou algo assim. Enfim. Reencontros que precisam acontecer. Pauta pra minha siririca, motivo dos meus prazeres baratos e dona dos meus textos de temática apelativa com teor sexual. Ou sei lá o que. Não importa, ela é a maior criadora de experiências deliciosas que existe, e sendo muitíssimo sincera, tem sido um imenso prazer viver toda nossa realidade deliciosa e maluca ao lado dela.
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