quinta-feira, 5 de maio de 2022

"Oi Caramelo, tá paz? Tá fazendo o que?" ✓✓

Ela tem um jeito muito particular de conseguir o que quiser de mim. Às vezes a sensação que eu sinto é que ela fica gigante e eu pequena, ela domina meu corpo, minha mente facilmente, rapidamente. Ela me mastiga e eu torço pra não sair da boca dela nunca mais, ou pra que ao menos ela não me engula, não até a manhã seguinte. Não até eu vestir minhas roupas após uma noite ao lado dela acordada. A gente se aproveita muito. Eu gosto da sensação de intimidade, dos convites que vem do nada do "vamo agora?" Vamo, então bora. Se for tem que ser agora. É isso e mais nada. Ela me beija quando tem vontade, sem aviso prévio e eu gosto muito de ser beijada.
Queria morar dentro da cabeça dela, sério.  Igual ela alugou um apartamento dentro da minha mente e mora lá dentro por muito, muito tempo num mesmo dia. Às vezes esqueço, mas volta. Ela sempre volta.
Ela é mais que puro êxtase, é puro amor. Pura paixão e diversas sessões de reapaixonamento do brabo com uma dose extra de sexo encaixado, gostoso e com saudades, porque toda vez que eu venho aqui e a gente transa, eu fico com saudades no dia seguinte. Sempre pensando na  próxima vez em que eu vou estar nua na presença dela. Com ela me beijando de uma forma tão suave que eu não consigo parar de olhar pra ela. Ela me atrai, me arrasta, me perturba, me deixa uadauel das ideia. A língua dela percorre pelo meu corpo inteiro e eu só venho pra assistir isso.
Tem coisas que eu só faço por ela. Pra ela. Porque é ela. Porque eu sei que ela vai ficar feliz. E eu gosto mesmo dela. Já quis não gostar, mas eu gosto. Tento lidar com isso, com ela e comigo mesma da melhor forma que eu posso, e consigo. Eu sou mó paz.
Eu gosto do cabelo soltinho e caramelo, dos olhos castanhos que fecham tempo. Parece que ela se destaca. Brilha. Mais uma noite. Eu estava lá. É mais um texto cíclico, eu sei. Curto período de viagem, a busca por ela em algum pico da velha cidade. A mesma coisarada.
Eu a reconheci de longe, bagulho de louco, ela me viu da outra esquina rasgando o farol vermelho e a primeira coisa que ela disse foi que teve certeza que era eu. Só eu apareço em plena 1h59 da madrugada. Diz que me classifica como: "fi de exu mirim, que quebra vidraça, não fica parada, perturba e é perturbada, coração bom e cara de brava". Eu só acho ela gata pra caralho e mimada. Gata e mimada na minha vida nos prédio, do outro lado ou na favelinha e gata e mimada no velho bairro burguês silencioso, 100% asfalto. 
Ela diz que eu sou muito dela e eu dou risada. A gente se completa, será? Eu sei que é muito possível que a gente seja mó casal chave, mas eu gosto de questionar. Ela me complementa mesmo que seja uma noite só.
Vim até aqui só pra ganhar a porcaria de um beijo na boca e ela me beijou a boca assim que me viu. Sem o trajeto de beijar ombro - pescoço - queixo/bochecha antes. Direto. Na boca. Sem rodeio. Certeiro. Gostosa do caralho.
"Saudade, caralho!". Que beijo é esse que ela tem que me gera energia pra achar que tudo pode ser acertar?
Eu gosto do jeito que ela passou a me olhar com o passar dos anos. Me orgulho de como ficamos boas em assumir que a gente se gosta mesmo e fodac.
Era saudade.
Eu sei que sim e digo que era saudade, também, da minha parte. É aquilo, vamo fazer o quê, né? 


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