segunda-feira, 14 de março de 2022

júpiter volúpia

Queria entender o que acontece e já aconteceu pra gente sempre ter um elo assim, atado, preso, nó forte, safado. Tem hora que eu nem queria atender essa nossa ligação afetiva, mundana, sexual, carnal, mas sempre atendo. Blá blá blá porque me sinto num looping, uma teia que me prende, que me busca, me sufoca. Eu escuto a sereia cantar e vou direto pro fundo do mar, me jogando de cabeça do ponto mais alto do meu tesão, direto pra dentro da buceta dela toda vez. De cabeça com a pedra nos pés. Sem precisar pensar. Buceta molhada é foda, por isso que hoje em dia me mantenho sempre posturada em relação às tentações do meu caminho, mulher que eu sei que tem potencial pra virar minha cabeça do avesso explodindo tesão e vontade de dar, eu já nem olho muito na cara,  já breco mesmo, já zero o espaço pra não ganhar espaço.
Mas ela... ao mesmo tempo em que me sufoca, me faz puxar o ar tão forte que eu me sinto viva. Ela me engole tipo maré, me engole de todas as formas, ela me engole já sabendo que eu me debato muito numa tentativa ineficaz de fuga porque eu não sou nada paz. E que se foda. Eu sou o rato que não consegue fugir de dentro da água. O peixe que não sabe nadar. Arrastado. Sonsa igual eu, só duas de mim. E além do mais, peixe não tem boa memória, morde a isca sempre que tá com fome e também quando nem tá, mas vê a isca e fica. E essa é só mais uma vez que eu tô mordendo essa isca da cabeça aos pés, lambendo ela até ela virar o olho pedindo pra eu não parar. Eu escrevo pra não esquecer detalhe nenhum. Essa é só mais uma foda ordinária com a mulher mais ordinária que eu já conheci. Mais filha da puta que eu, só duas de mim. Mais filha da puta que duas de mim, só ela. Acho. Mais filha da puta que nós duas juntas, só eu aqui dentro desse apartamento completamente nua e molhada.
Só mais uma vez. Depois de tantas outras vezes onde que eu prometi que não voltaria. Aparentemente eu sou uma grande descumpridora de promessas, também. Gado dessa mulher, dessa foda. Eu gosto dessa mulher, mesmo que ela sempre diga que não. Mesmo eu fazendo o total de zero esforço pra demonstrar meu afeto no dia a dia.
Eu sonho com ela e acordo com saudades, cheia de vontade. Basta isso. Basta lembrar do corpo quente, suado, queimado e despido dela colado no meu corpo suado, que é a medida exata pra merda feita na minha cabeça, sou eu cedendo, ela cedendo... De repente sem que eu planeje, dou por mim a gente já tá se agarrando e eu puxando a mão dela pra dentro do shorts. Dali ela decide, mas eu tenho pressa. Eu só preciso lembrar disso pra ter vontade... Foda que eu lembro sempre, foda que ela me chama sempre. Eu fico maluca com os lábios dela perto dos meus, me dá um selinho, depois me beija com vontade porque quando a vontade nasce, ela precisa morrer também, aliás acho que o principal de verdade é matar a vontade, vontade só é boa de sentir se a gente souber que vai virar lembrança gostosa depois, ou várias, virar memória celular que faz a gente dar gemido abafado de satisfação, ao lembrar.
Como que eu vou esquecer? Eu amo a língua dela na minha boca, enquanto ela mantém as mãos em mim, "não tira essa porra dessas mãos de mim!". Me olha no olho, dois dedos dentro, empurrando devagar enquanto eu rebolo lento, ela me puxa pela cintura e me falta o ar. Eu gosto encaixadinho assim, ritmado, lentinho... Rapidinha com ela já foi mais possível.
"Deixa eu sentir você dentro de mim..." Peço e ela bota mais forte, enquanto lambe meus lábios, me beija, ela grudada em mim, assim, o clima do quarto fica mais quente.
"Não para de me beijar nunca mais?" - ela fala e eu penso que depois que eu gozar ainda vou beijar ela inteira, na sequência. E isso certeza vai gerar outro textinho meia-boca.
Odeio gostar de sexo, acho que facilitar sexo às vezes é um erro, chá de buceta só é bom se for servido quente e beijar na cama é perigoso e delicioso pra caralho.


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