Era a mesma noite, a mesma data. Eu tenho certeza que a noite estava mais quente que a mesma noite, no verão passado. Era o mesmo bairro, a mesma mulher... muito mais quente também. Um ano mais velha. Há um ano me encontrando e me dando sem parar. Há um ano se decepcionando e trepando comigo em toda oportunidade que ela tem. Dominando cada brecha de tempo do meu verão inteiro, se manteve quente a acalorada pra caralho até quando não era mais verão. Gostoso. Me disse que leu no horóscopo que um amor do passado voltaria, e pouco tempo depois eu estava totalmente nua dando pra ela em cada canto do apartamento branco, depois de anos. Coincidência, eu acho, o convite certo... Mas hoje eu não quero ser amor. Só ser paixãozinha da cama mesmo.
A mesma marca de vinho vagabundo um ano depois. Os mesmos textos... Às vezes parece que é tudo sobre ela e que tudo se repete, mesmo quando não tem nem ela na história, nem na cabeça, nem na minha cama. Eu me sinto mesmo sempre presa dentro de algum tipo de looping. E isso me desespera. Me sinto travada na cara daquela mulher, na expressão insuportavelmente linda quando me olha, em como o beijo dela me desestabiliza. A voz. O jeito como pronuncia meu nome. O cheiro dela, caralho... O cheiro dela é que me dá mais saudade, vontade de verdade. Cheiro de mulher vagabunda, que dá gostoso - eu diria só pra perrecar. Eu gosto do cheiro, do gosto do corpo dela, do gosto da buceta, do cheiro das coxas, virilha, eu gosto da boca, dos lábios, de lamber os lábios, o sabor do gozo, de quando ela molha com a minha língua e dedo junto. De tudo. Foda-se. O beijo dela tem sabor de vício, de vinho tinto Góes com gelo e baseado. O beijo dela me bota no colo. E hoje eu vim só porque eu tava maluca de vontade de sentar no colo dela, é legal deixar claro mesmo. Easy.
E lá eu estava, mais uma vez de novo, de novo.... É, mais uma vez. Tipo um looping pessoal da duplinha anti casal, que se gosta sem compromisso. Eu a amo sem compromisso, eu sou maluca por ela sem compromisso... e nossos encontros sigilosos não me geram expectativa de nada além de uma foda bem dada, bem gostosa pra eu ser sempre lembrada - quero pensar que se ela não sente minha falta, espero que a buceta dela chore de saudade. Que a boca dela salive de vontade quando ela lembrar de mim provocando ela no sofá da sala, sentada no colo, minha boca na dela, um vídeo de música qualquer na TV e aquele beijo lento que eu fico louca, e eu puxando os dedos dela para que ela sinta o quão molhada ela me deixa, convidativa mesmo, ela puxando minha calcinha de lado doida pra entrar e eu molhando os dedos dela, doida pra que ela entre. Meu convite não é sutil com ela. Eu gosto da privacidade da cidade dela, do apartamento dela, do quarto. Eu gosto do conforto emocional que ela me gera quando está só eu e ela, de como ela é muito ótima em vencer - e me fazer vencer, também - minha fobia social, e às vezes eu penso em como ela aprendeu a lidar comigo com o passar dos tempos, a me deixar mais à vontade, de me fazer ter uma interação social completa. Ela é calma e paciente comigo, sabe me deixar tranquila. E me entende rápido, me lê muito rápido. Mas ainda assim eu odeio ficar presa em qualquer coisa que seja, a sensação de "prisão" me gera instinto de fuga. Só que agora acho que eu sou viciada nessa merda de joguinho sexual, emocional que a gente inventa de fazer. Essa mulher é uma verdadeira ratoeira pra mim que sou rato e fujo sempre. Ela me caça - hora na vida, hora no quarto - e quando não caça eu mesma vou lá e me entrego. Nem tudo é sexo, mas hoje é. Assim, pelo menos, eu defini que seria. O presente de aniversário dela sou eu de quatro, de costas, no colo e botando firme até ela render pra mim, gosto de saber que eu a conheço tão bem que se ela me ver de quatro vai entrar rápido, sem preliminar nenhuma, pirada, sem medida... me lambendo inteira. Eu gosto da paciência que ela tem com a nossa intimidade, me comendo aos poucos, uma luz qualquer para que eu possa vê-la, sons baixos, só eu e ela... Privacidade. Tudo perfeito pra mim.
Me olhou com cara de quem não acreditava que eu tinha aparecido assim, do nada, hoje foi sem aviso. Estava sozinha em casa.
- Parabéns! - foi meu oi, estiquei a mão pra ela entregando o vinho. Ela riu, me puxando pela cintura e me beijando, ignorando o vinho, ditando que o clima da noite seria mesmo de paz. Me lembrou, entre um beijo e outro, que o aniversário é só daqui dois dias, mas foda-se.
E a noite seguiu calma e intimista, reservada, sem máscara emocional nenhuma, sem birra de ego. Sem nada. E eu a quero assim.... quero crua. Nua. Subindo cima de mim, beijando a minha boca, meu pescoço, lambendo meu peito, meu corpo, me dando sem parar em todo canto, me pedindo pra não parar também. Pra não tirar meus dedos de dentro.... E eu obedeço, e continuo.
Sempre firme. Sempre forte. Eu quero é ver o oco.
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