sábado, 8 de janeiro de 2022

Maria Capitolina

Esse texto, Maria, será o mais curto dentre todos que já te escrevi. E eu já escrevi tantos né? Eu tô tentando pra caralho, juro, mas eu ainda não consegui dizer adeus pra gente. E quanto mais eu tento me livrar da saudade, mais ela faz questão de se multiplicar, qual a sugestão pra amenizar isso? Acho que não há. Ou há? Não pra mim, pelo menos.
Saudade da tua carinha tão linda, dos teus cabelos embrenhados nos meus dedos, a sua pele macia, boa de encostar... Que meus dedos buscaram timidamente na última vez que nos vimos.  Da sua voz. Do beijo... aaaah o beijo... Tem hora que eu não gosto nem de pensar. Mas penso quase o tempo todo. Evito até olhar fotos suas para que eu não morra de saudades.
Saudade da sua atenção e de nós duas a sós, sendo apenas nós... Porque com você, mulher, eu sempre consegui ser eu, só eu... Sem vulgos ou nada demais, você teve de mim os sorrisos mais espontâneos. Sinceros mesmo. Tudo de mim pra você foi sincero. E não há nada mais sincero pra mim que a falta que você me faz.
Eu sinto a sua falta pra caralho, aliás.
Saudade da gente dividindo baseados mesmo você não fumando. Saudade de usar ácido e rir a toa com você ali fora, na calçada. Saudades das mensagens diretas que eu esperei de você, nas madrugadas.
Eu sinto saudades do som da sua voz ecoando no silêncio do meu quarto preto e da sua risada gostosa dando vida ao ambiente, rebatendo nos poucos espaços que nós dividimos repetidamente, que saudade do caralho da gente, sabe? Saudade das tuas expressões que eu já depositei tanto afeto. Do seu jeito gostoso de me olhar, de me ver, de me enxergar além... Te queria agora alegrando meu peito. Te queria agora. Saudade do seu cheiro. E dos clichês que você me traz. Me trouxe, aliás. Hoje eu sou zero clichês, sabe? Acho que você seria incapaz de me reconhecer. Saudade do vocabulário que me enriquecia tanto, de pesquisar tudo que você falava. Saudade dos seus ois matinais. A saudade que eu sinto do sexo encaixado e incrível é só mero detalhe, mas penso muito. Ainda. Tenho memórias bem vivas ainda. Da primeira à última vez. Queria muito não pensar, eu juro. Mas a saudade é diária e me invade. Me toma, me domina. Isso me abala também.
Eu te quero bem e feliz, assim do jeito que você está. Longe de mim, que seja... Não quero que viva história nenhuma comigo... Pra hoje, só um abraço apertado e gostoso já estava bastante além do incrível. E aparentemente do possível também.
E que você esteja feliz e bem aí... Do outro lado.
Enfim.


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