quarta-feira, 22 de julho de 2020

champanhe, tapa na cara e gritaria

Quando eu te conheci naquele bailinho, aproximadamente 2h da manhã, luz que não iluminava muito mais que o meu pessoal, eu juro: a única coisa que eu consegui me atentar foi a sua risada.
Sério, serião!
Nenhuma brisa bateu mais forte que essa.
Você conhecia todo mundo que tava comigo e eu só conseguia pensar no porque eu não te conhecia, ainda.
Ô inferno de mulher! Você me vira a cabeça, me tira do sério...
Na minha cabeça, acho que eu até suava de tão nervosa que você me deixou e logo de cara, logo no seu primeiro oi sua voz me pareceu um som de paz porque por mais ou menos uns trinta segundos eu literalmente parei em você. E naquele momento em mim não haviam mais tampas de metal que não podem ser pisadas, nem barulho, nem música mais alta pra conter ou melhor: direcionar o barulho que faz minha cabeça, eu nem ao menos me lembro se minhas mãos estavam devidamente limpas naquele momento em que eu toquei em você pela primeira vez, quando você chegou abraçou a todos e comigo não foi diferente. Não tinha mais nada, perturbação nenhuma, nem música, nem brisa derretendo meu cérebro, nada mais em volta... Só você. Ganhei um abraço rápido, suficiente pro seu cheiro de mulher vagabunda e que com certeza vai foder a minha cabeça, ficar grudadinho na minha camiseta. Você me parecia um sonho bom e nesse teu primeiro toque, acho que até o copo na minha mão tremia, eu nem conseguia me mexer.... congelei em nós e percebi que do seu lado todo o caos virou farelo. Não tinha mais nada que me importasse ou que sequer pudesse me parecer minimamente importante naquele milésimo de segundo, tudo foi rápido demais. Será que foi amor à primeira vista, igual filme de romance idiota e ruim? Nunca tivemos um roteiro fraco, pelo contrário.
Conforme a primeira hora passava quanto mais baseado eu fumava mais a única coisa que eu pensava era no som da sua risada, coisa de gente maluca que pensa estranho que nem eu. Eu olhei você por alguns minutos, ótima observadora, antes de eu ser invadida por uma súbita coragem, sei lá. Você sorriu pra mim e só bastou isso pra você ficar mais linda ainda, mais linda que todas as luzes coloridas do baile todo, aliás... Mais linda que todas as luzes que eu tinha visto na cidade inteira aquela noite. E, só agora, você sabe o quanto eu sou absurdamente atraída por luzes coloridas. Talvez tenha sido a lua cheia e seus encantos, e eu cheia de amor ou talvez fosse só São Paulo, que tava linda e climática demais aquela noite, mais um monte de maconha, papéis quadrados e mágicos, tudo misturado com doses covardes de cavalinhos brancos com energético e então pronto, química perfeita pra fabricar a mais pura da minha minha súbita coragem, uma dinamite de energia correndo pela minha corrente sanguínea, aqueles cinco minutinhos de insana coragem, entende? Eu nem teria feito nada se você não tivesse voltado a me sorrir, olhando dentro do meu olho, foi como se você tivesse sido permissiva pra caralho ou algo equivalente e foi mesmo. Primeiro veio o beijo, o "Oi, meu nome é Jéssica... Dahora te conhecer!" só veio depois... Bem no pique rolezeira mesmo. Se a gente bobeasse mais um pouco era dois dedos dentro e o nome só depois de gozar, devido a nossa química eu não duvido.
Se eu soubesse o que viria depois... muita troca de mensagens e trocação de beijos... muitos e muitos deles! Trocação de segredos, coleção de momentos bons, lambe minha cara, lambe minha boca, lambe meu corpo, me dá calor e também um frio na barriga, só pra equilibrar. Depois de muito de nós, de muito ouvir sua voz nas manhãs de dia de semana, é bom dia mesmo sem baile, nem festa, no pique só nosso, quero te levar pras foda, muito amor, uma caixa toda de Chandon proveniente de carga roubada, versão moderna de 9½ semanas de amor só que com mais intimidade e intensidade, juro pra você, pilhas e trilhas de mato pra fazer a tristeza virar poeira, muitas noites loucas, eu louca e você louca, ambas molhadas, regadas à felicidade, cultivando paixão e um apaixonamento momentâneo... que seja, sonhos de um mês de Agosto frio. Você atrás de mim por dezenas de becos, alguns bailes na ZN e no trajeto já subimos uns mil becks, risadas, abraços, em casa é tapa na cara, tapa na bunda, é "fode mais forte e me chama de puta?" puxão de cabelo sempre sem dó...
Você grita na minha cara que me ama, goza falando que me ama, logo eu que nunca fui muito assídua de histórias de grandes amores, mas acho que te amo num nível de tipo, se eu pudesse inventaria um jeito de todas as minhas roupas terem o seu cheiro, só pra eu não sentir tanta saudade enquanto você não está aqui... entende? Sentimento gigante demais, desses que faz até o universo parecer só fragmento.


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