Subi degrau por degrau dos nove andares que nos separavam. Nem parece que tive uma crise asmática grave há uma ou duas semanas atrás, olhei as placas de todos os andares e por incrível que pareça - e isso é só uma observação pessoal minha mesmo, nada demais - acho que possivelmente estou me tornando mesmo alguém melhor - pra mim. Eu sequer acendi um baseado na escada de incêndio, eu sequer roubei as placas, sem uadauel hoje, eu tô muito paz.
Enfim. Mais uma vez estou aqui. De novo e de novo e de novo... e quantas vezes mais eu quiser. A mesma história , o mesmo drama. Isso não pode ser um problema se eu continuo fazendo, não é mesmo? Minha cota é assumir, aceitar, abraçar meu erro. Dançar a valsa da saudade com meu erro. O foda é que eu confundo e sigo fodendo com meu maior erro.
Mais um final de tarde, ainda dia, que eu chego aqui com meus próprios pés. Trazendo disposição, algumas gramas de um beck do bom pra gente marolar a noite toda, dar risada a toa, pr'eu falar mais do que o habitual. Mais uma vez que eu chego aqui trazendo uma garrafa de vinho na mão e uma tremenda falta de vergonha na minha cara, assim... estampada. Se eu trouxe o vinho, penso que ela logo me entende, saca minhas intenções, porque se tem a gente e uma garrafa de vinho envolvida, é fato que eu ando sentindo uma vontade de foder que ela consegue me ler em caixa alta. E agora temos algumas horas pra render, pra se curtir, pra fazer história, produzir as deliciosas memórias porque,além de tretar pra caralho, é o melhor que fazemos sempre.
Nove andares depois...
TOC.
TOC.
Me flagrei arrumando o tapete na entrada do apartamento dela, a posição do vaso, parece que eu tento meio que fugir antes dos encontros, depois fica tudo bem, mas eu não sei iniciar conversa nenhuma. Queria nem interagir, se possível, a interação social ainda é um problema pra mim e sim, eu arrumo pretexto pra não tocar a campainha. Eu assobio, eu bato palmas quando saio do elevador, eu faço barulho, eu mando mensagem escrita, eu bato à porta, não importa, mas nunca, nunca toco a campainha.
Toc.
Toc.
E assim que ela abriu a porta e pude notar os olhos dela estavam em maré baixa, nitidamente felizes em me capturar, eu senti tranquilidade. Ela não fez nada de diferente do habitual, me beijou, me olhou, me botou pra dentro, me cheirou o pescoço como se eu fosse a droga que ela tanto gosta e talvez eu seja mesmo, comentou que meu cabelo está com uma cor nova, e ela adorou. Eu gosto, do jeito como ela repara em mim, do quanto me observa. Ela fez isso tudo nos primeiros dois minutos. Gosto do fato de sermos diferentes. Do quanto ela me atrai. Do quanto ela é elétrica e olha que eu nunca me dou bem com gente efusiva demais. Do quanto eu gosto dela como um todo, em sua mais pura essência. Em pouco somos parecidas, mas o sorriso dela comigo sempre me parece tão genuíno.
Eu tenho o que ela quer: adrenalina, droga, uma pistola, disposição pras foda, coisa e tal. Ela me excita com a minha peça na mão. Eu excito ela com diversão e coisas loucas, muita brisa, pouca roupa... eu sei que ela gosta de tapa na cara, metida forte, entre outras coisas. Ela sabe que eu sei e que eu faço como ela quer.
Eu acho que a gente vai trepar pra sempre. Acho mesmo.
Nós somos conexão.
Vontade.
Explosão.
Nós somos nós, eu amo a nós e todos os nossos nós. E de verdade? Tem coisa que é muito bololo pra entender, nós estamos além...
Mas eu não quero que ela pense que isso é uma declaração de amor, então... Fuck love.
😂
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