Você faz parte da baixíssima taxa de coisas que eu faço sem pensar nas consequências do ato em si. Logo eu que prefiro analisar tudo sempre tão friamente, calmamente para não ter que lidar com consequências burocráticas depois.
Mas você... Que saco.
Dos hábitos e vícios ruins que eu trabalhei muito pra abandonar: você foi o único que eu nunca consegui. Saiba. Único dos vícios que me fez sempre voltar. Que fique claro que é sempre consciente, consentido e porque eu quero. Eu sempre volto com meus próprios pés. E eu sempre te toco da cabeça aos pés com as minhas próprias mãos entre as outras coisas que eu faço com você pra me livrar da minha abstinência, da saudade, da tua ausência. Casualmente.
Eu nunca sei porque eu venho. Mas venho. A ideia rápida que sempre parece boa.
É engraçado te ouvir falar que eu nunca lembro de você (quer ouvir que eu nunca te esqueci???) que eu não guardo memórias físicas (não mesmo) e que eu nunca te quis... É drama? Eu vou sorrir, vou te beijar... Mesmo assim.
Eu adoraria ser como você.
Não é crítica.
Não estou apontando nada, mas eu adoraria muitissimo ser igual a você porque cada palavra sua sempre me soa como se você tivesse passado uma borracha em todas as coisas ruins que já existiram, uma borracha nas mágoas, nas palavras mal pensadas/interpretadas, nas várias vezes que eu te troquei por sexo e companhias vazias, e nas vezes que você fez o mesmo ou dez vezes pior comigo. Você brincava comigo, com a sorte, eu transformei seu coração numa cela e você transformou minha cabeça numa prisão. E desde então... Desde então eu nunca mais consegui fugir.
Palavras... palavras... palavras... Enxerga a consequência delas?
Eu adoraria ser igual a você e esquecer todas as vezes que você transformou qualquer atitude minha em competição pra ver quem era mais filha da puta. Atitudes ruins que eu juro, eu deixei de tomar. Eu nem listo mais mas, hora outra ainda penso nas vezes que eu nem sabia porque eu ainda te queria, mas queria.
Mas eu só voltei pra sua vida porque eu penso às vezes que existiram dias teus tão cinzas que mesmo no ápice da gente enquanto um casal, eu nunca quis colorir. Por isso você sempre me considerou o rato que foge de você. Que abre e fecha a armadilha quando quer e blá blá blá.
Ainda sobre teus dias cinzas: eu sei que nunca consegui corrigir isso depois.
Mas nós também tivemos uma infinidade de dias de Sol, domingos com a tua mãe, risadas e uma infinidade de filmes ruins que eu dormi no meio.
E mesmo isso sendo somente passado, me apertava tanto o peito ao ponto de não me deixar viver confortável... Minha forma de encerrar situações é fugindo. Rato.
Mas eu... Eu estou aqui agora, não estou?
Mulher, você me convence sem palavras, se bem que quando se trata de nós nunca precisou de muito, né? Eu sou tão fã das mulheres diretas. E isso é a única referência inteiramente positiva que eu guardo sobre você.
Nada é pra sempre, mas depois de tantos e tantas voltas ao Sol que a Terra deu e aquele rolê todo de que nossa conexão sempre nos fez voltar, sempre deu um jeitinho de fazer a gente se encontrar... Então será que a gente...? Eu nem quero falar. Tem coisas na vida da gente que nunca é bom verbalizar. Depois de você eu aprendi a não idealizar mais nada... mas você, putz. Vou falar o que? Cê tem um pique de Bibi, perigosa igual... Eu sigo no sonho de Escobar, correndo com lobos, dormindo com gatas. Com outras. Você ri e fala que me odeia. Ninguém fala em amor ou querer... mas assumo que te quero sem apego, mas sempre te quis pra mim. Sempre. Criei gaiolas por medo de você voar e nunca mais voltar.
Logo eu, né? Que sou o rato que tava sempre enfiado em algum buraco longe de você. Fugindo.
E o foda é lidar comigo mesma depois, com a quebra de meses e meses de promessas onde eu sigo no pensamento firme de que nunca mais tocarei meus dedos em você, e sempre quebro em segundos, porque você me quebra igual. E eu sei que você perde igual a mim.
Quem liga?
Isso não é competição entre nós, já foi... Mas se competir te faz feliz, hoje eu deixo você ganhar porque eu só quero assumir que é sempre bom voltar ao ponto de início, te olhar, te ver e tomar aquele velho vinho ruim com você. Rir de você falando que eu sempre chego e faço barulho, falo alto, nunca paro quieta, dou risada de você na sua cara e vez ou outra eu quebro algo sem querer. Ainda é a coisa mais deliciosa e engraçada do mundo te ouvir falar que eu só fico parada num mesmo lugar enquanto eu te chupo. Temos uma quantidade infindável de intimidade demais guardada em caixas empoeiradas, digo isso porque (eu sei que vai passar, mas) depois de alguns meses sem olhar pra sua cara eu estou levemente desconfortável na sua presença. Talvez seja o tanto de álcool que eu sempre carrego no sangue, o tanto de substâncias ilícitas, o tanto de brisa que corre em mim. Eu gosto porque você me desafia. Hoje em dia eu já nem sei o quanto de verdade contém no meu querer por você, mas quem liga? Eu sei que você só quer dois dedos dentro e eu só quero colocar, que diferença minha expectativa ou falta dela faz? Você usa de métodos sujos e eu adoro me intoxicar.
Sigamos.
Você invade muito meu espaço, me olha no olho, dá uns tapas no meu ombro e toca meu braço. É jogo da sedução que você chama?
Acha que eu não percebo sua aproximação?
Sério, você acha? Eu sou boa em linguagem corporal e você é ruim pra caralho em disfarçar, se é que é isso que você almeja. Eu gosto de ver até onde você vai chegar.
E que se foda.
Sempre foi assim.
Te olhar de frente, só a gente, depois do tanto de promessas que eu fiz onde eu jurei que eu não te olharia, chega a ser até ironia, e eu nem gosto de ironia.
Eu já falei disso duas vezes, tá fedendo a arrependimento mas agora eu já tô aqui, e além do mais: je ne regrette rien, né? Me arrepender não vai me tirar do seu quarto, da sua cama, de dentro da sua buceta e também não vai me impedir de dar risada sozinha amanhã de manhã do que a gente fez... E do teu pijama. (Ridículo).
Hoje meu Sol não nasce com você. Eu não vou ficar pra te ver abrir os olhos, eu ainda sou rato... E a armadilha de cara tão linda e ego frágil nunca me prendeu.
Mas mesmo assim...
"Je ne regrette rien".
Eu sempre fui dessas, sempre fui muito, mas muito, mas muuuito filha da puta...
E eu não estou aqui pra pedir desculpas.
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