Me soa tão familiar quanto abstinência a sensação que eu sinto quando ela se mantém muito tempo longe de mim. (Acho que) Nós escolhemos como vamos lidar com determinada situação, mas ela é a parte mais viva do meu descontrole, a parte que mais grita, sendo assim eu só queria conseguir lidar com isso de uma forma melhor, mais clean, pra mim, pra ela. De um jeitinho que conseguisse me dar o mínimo de tranquilidade. Seria legal não deseja-la tanto, seria bom não querê-la o tempo todo. Mas às vezes eu sei que tomo atitudes que colaboram pra que tudo isso seja do jeito que é: ela lá e eu aqui.
Quando eu falo sobre dizer não, me refiro à todas as vezes em que ela vem com um papo de que só vai transar comigo depois que ela cansar dessa festa, sempre essa mesma história. Eu falo "vamo embora?' e ela só responde "não agora!". A ansiedade me faz beirar a vontade de deixar pra lá, passar em cima de tudo que eu sinto com um rolo compressor e esquecer tudo que existe e é relacionado a ela. Chego a sentir frustração, sou ótima em fugir de qualquer lugar sem ninguém perceber, mas quando ela sorri, é como se meus pés não conseguissem mais sair daqui. Ela, em sua dualidade... é o estopim pra tudo isso que eu sinto, passar. Um caminho de amor, sei lá. Certeza eu só tenho que ela vai bater a bunda no chão até às quatro e depois eu sei que vou tê-la só pra mim, sentando em dois ou três dedos meus, vai gozar na minha cara ou de quatro, tanto faz. Com o passar dos anos eu fui ficando cada vez menos criteriosa em resistir a ela, desaprendi a fórmula de como dizer não, na verdade eu andei percebendo que já tem um tempo que eu não paro de pensar naquela faixa rosa.
Bandida.
Pistoleira.
E quanto mais corpos eu visito, mais eu me lembro dela e em como as coisas com ela fluíam tão naturalmente, tão diretamente, de coração pra coração.
Pra mim, nada nesse universo nunca vai se comparar ao tanto que eu adoro o tom sacana que o beijo daquela mulher emana, eu amo esse beijo que ela tem, às vezes tem sabor de vinho, às vezes é só o sabor daquele amarguinho que fica depois de uma bala qualquer. Ela me remete a loucura, red label, ar fresco, serotonina, empolgação, música alta, luzes coloridas.... Pra mim, ela é minha personificação de bem estar.
Minha companhia, parceria 10/10. Tão linda e casual.
Eu assumo que sou apaixonada pela voz que ela tem e pelo jeitinho que ela tem de falar, pronunciar meu nome, sou apaixonada também por cada segundo onde a gente se encara na minha cama, ambas já nuas, e eu só consigo pensar no quanto eu acho ela linda. Eu perdi tudo, fiquei maluca e continuo... pelo trajeto que aquela língua colorida e molhada faz por mim, ela desvenda meu corpo, me aprecia, eu não consigo me manter sendo um mistério pra ela por muito tempo. Tão aberta quanto uma conchinha, eu sou apaixonada até por ela afirmando, enquanto me fode, que eu sou dela. Eu só sei dar risada, gosto tanto daquela mulher e da atenção que ela me dispensa, mas que fique claro que meu coração pertence somente a mim. Mas em troca disso, eu consigo afirmar que meus melhores orgasmos são dela, carregam aquele sabor delicioso que ela tem. Então penso que se eu gosto de gozar com ela é uma forma que eu tenho de ser dela, então por isso eu sorrio, logo eu que nunca quis ser de ninguém, senão somente minha, acabo cedendo e sendo dela mesmo que eu tente fugir de todo e qualquer tipo de denominação.
Coisa absurda aquela mulher, aquele toque, ela molhada, ela gozada, ela querendo mais... Aqueles lábios chamando meu nome, me denominando como dela é até parte do que, de fato, me deixa ligada na dela
Tão dela e na dela, beija meu pescoço...
Quando ela liga pra mim, me vejo tão suscetível, estou nas mãos dela, caminhando livremente pela palma... Mas confesso que eu me divirto mesmo quando estou nos dedos dela. Aquela mulher me fode com expressão de satisfação, goza comigo, bate no meu rosto, me chupa inteirar na intenção de ganhar um sorriso.
Ela e sua fala calma, seu sorriso solto bagunçam minha vida, meu coração, minha rotina... E eu só tenho que aprender a me contentar em bagunçar apenas seu lençol. Bem bom.
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