segunda-feira, 4 de junho de 2018

ancoradouro

Ontem liguei o celular e a sua mensagem já me aguardava na barra de notificações. Não abri, mas a ansiedade e a saudade me fizeram acabar lendo ali mesmo. Não deve nem ter dado como visualizado e a intenção era essa mesmo. Pensei em me fazer de difícil e tornar a situação mais difícil. Não consegui apagar também. 
Mastiguei a necessidade desse contato o dia todo e sonhei com você de ontem pra hoje, um sonho estranho. Outra vibe. No sonho nós tivemos conversas profundas, de política até nebulosas. Eu já nem me lembrava mais de como era seu sorriso falso e tímido, nem como você ficava bonita com o vento batendo nos cabelos. Pude sentir seu abraço e ouvir nitidamente sua voz... Depois de tanto tempo.
A saudade bateu quando acordei e eu já nem me lembrava mais como era apanhar. Maldita seja a semente da saudade que germina tão rápido. 
Ninguém nunca vai entender meus dias de saudade, meu bem. Coloco a nossa pra tocar e fico tendo ideias que se vão bem rápido junto com o vinho, com o beck, com as horas. Repenso em milhões de finais pr'aquela conversa. Eu nem deveria ter dito nada. Você sabe que eu não presto e que eu sempre leso quando não posso ganhar. Vivendo uma guerra interna pra fugir dessa armadilha em formato de mulher que você é. Você sempre ganha, diga-se de passagem. Eu nunca fui muito boa em resistir e esses anos acabaram me fazendo abaixar a guarda pra você tantas vezes que hoje acredito que você já conheça meus defeitos e fraquezas de cor. E você insiste em me achar o rato esperto que abre e fecha a armadilha quando quer e quando convém. Talvez eu seja, mas quantas vezes você ligou, eu fui e nós ficamos na varanda da sua sala fumando as gramas que eu peguei e deixei pra uma ocasião especial? Era pra ser só sexo casual, normal. Só que com a gente acho que foi um pouco mais, um trago a mais, umas doses a mais na cabeça e umas propostas que você sempre aceitou. Ou eu aceitei. Ou ninguém sequer fez proposta nenhuma e a gente se confundiu. E se perdeu. E ficamos presas na questão de ser ou não. Foi na trave, foi quase. Desculpa se eu só percebi agora que gosto da sua cara de chapada, entre um trago e outro você contando das últimas semanas e sorrindo como se fosse capaz de paralisar qualquer momento. Gosto do jeito engraçado quando fala que eu não deveria me apaixonar por você só porque você respeita meu corre, meu beck, pra quem eu bato a cabeça e ainda sorri quando me encontra de quebrada. É a metade que nunca me faltou, mas somar é sempre bom.
Você sabe que juntas somos explosão em qualquer sentido. Cê adora uma D.R sem ter o R. Grita comigo porque me vê no baile mas só vira prioridade quando me solta, faz essa cara de quem quer tapa na cara, e ganha. Sempre me ganha de volta. Depois faz suspense e some. Eu até fico pensando onde você pode estar.
Sabe que eu sempre fico encantada com suas reboladas e não consigo evitar seu novo olá, eu não consigo não voltar. É como um palito de fósforo encontrando gasolina, já viu o que acontece? É igual você comigo plugada no 220v, com minha mão no seu pescoço e a outra dentro da sua calcinha.

"Quanto tempo, né? :) rs" - Dizia a mensagem.



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