segunda-feira, 4 de abril de 2016

a v i v

Quando essa música acabar, eu vou estar longe daqui. Longe desse teu sorriso matador, do teu cheiro de maconha misturado com Miss Dior, que me prende como correntes e desse teu olhar apático e hipnótico. Quando essa música acabar, meu amor, tudo vai acabar junto com ela. Não adianta nem colocar pra tocar de novo, não vai haver replay ou nada do tipo que me faça ficar. Estou indo por aquela estrada, a mesma que uma vez você me desafiou a tomar. Tomei
Engole o choro, te agasalha do frio, lembre-se de se manter viva... Os mesmos conselhos.
 Quando sentir saudade, me busca dentro da sua memória, talvez você me guarde dentro de você, ainda. Deixo aqui um retrato que você mesma capturou, disse que eu saí com um sorriso bonito, se lembra? Deixo pra ti, então, meu sorriso mais bonito, por garantia que você ainda vá se lembrar do meu rosto, mesmo quando eu me for. Deixo também um pouco do meu perfume no seu travesseiro, o cheiro do meu corpo no seu, minha saliva pelo teu corpo, deixo meu gosto na sua boca e meu velho disco de Jazz tocando na vitrola, como garantia de que você ainda vai sorrir, mesmo que eu não esteja aqui.  Estou indo pra lá. Você sente quase a dor do parto na minha partida.

E eu parto.





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