A garrafa de champagne já abaixo da metade, nem sei quantas taças se foram. Lá fora o tempo frio, aqui dentro você incendeia o quarto do hotel da vez. A janela deixa entrar o vento gelado e também a beleza da cidade, que à essa hora já dorme, as luzes dos postes distantes, aqui de cima são apenas pontos de luz, a sacada, a fumaça nos confundindo...
Daqui eu tenho a visão mais linda de todo o país e de certa forma ninguém nunca mais vai te ver e te enxergar da mesma forma que eu vi, que eu vejo. A iluminação parece perfeita e todo o ambiente me parece harmonizado, até esqueci do frio. E juro: mesmo que a janela estivesse fechada e Florianópolis não fosse tão bonita quanto é, bastaria eu olhar para você que já seria a visão mais encantadora que eu já tive até hoje.
Você, do alto dos seus 1m e 60 e muitos cm, andando nua pelo quarto, segurando um dos meus fininhos de uva numa mão e brincando com o isqueiro com a outra. Eu não me canso de você, eu não me canso de olhar.
Você, seu gosto musical puxado pro blues, daqueles deliciosos que quando você coloca na vitrola escuta o chiado ao fundo, sua autoconfiança, o jeito tão apaixonante com o qual você me sorri quando eu chego, como gosta do champanhe que eu trago, é a combinação perfeita, um combo... É o que eu mais gosto desses nosso encontros casuais. Alcançamos a perfeição na cama e você as notas mais altas enquanto geme.
Não entendo porque nunca nos demos uma chance, nunca entendi essa barreira imaginária que me impede de me apaixonar da mesma forma que você se apaixonou, algum dia, alguma época.
Você se aproxima, eu te abraço, seu Paco Rabanne em mim, no lençol, você respirando fundo. Me respirando. Eu sinto como se mesmo após tanto tempo, tantas pessoas, tantos lugares pelos quais você esteve... Eu ainda fosse o seu porto seguro, seu lugar preferido.É como se eu invadisse suas veias, correndo a 200km/h dentro de você. Sem apego, você sabe, você me entende, por isso te atendo e acho que é também esse o motivo pelo qual você me liga... Eu amo o contato da sua pele com a minha e aí a gente sempre acaba deixando o champagne, o beck e o pudor de lado.
Trilha Sonora então, a gente muda pra um Cartel, vai de duas horas de trap, ao seu som, terminando com você me fazendo um cafuné ao som de sertanejo ruins e apaixonados depois... o silêncio pra você dormir. Eu sempre voo de volta quando o primeiro raio de Sol reflete na sua pele. Um bilhetinho de adeus, com gosto de "até breve", colado na bandeja com o seu café, outro beck e meu anel, só pra eu ter desculpa pra ir te ver de novo qualquer dia desses. Você vai sorrir quando acordar.
O céu continua sendo você, meu bem.
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