Olhei pra ela pela madrugada toda afora, ela detém meus olhares, meus sentimentos, tudo... monopoliza o afeto, erradica a chance de eu viver plenamente feliz e satisfeita sem a presença dela. Eu amei cada segundo ao lado dela hoje e acho incrível como ela ainda me surpreende, positivamente, quando quer. Meu relógio desperta, 05h07 e ela dorme agora. Nada demais hoje, vinho tinto no bar que ela gosta, depois a tradição do bolinho famosinho no Toninho, aí depois... a mesma luta pra acender o beck na areia nessa cidade que só venta, mais vinho, amassos provocativos e intensos no elevador, transas deliciosas bêbadas no sofá da sala, penso no quanto eu acho que meus olhos são um outdoor gritando que a ama enquanto transo com ela. Eu sou uma grande facilitadora, eu sei... É. Continuo a observação enquanto o único som que tenho aqui é a respiração dela. Calma. Ela dá breves pausas na respiração enquanto dorme e eu tenho certeza que isso pode ser algum problema, sei lá, tenho certeza que li sobre isso em alguma coluna de um portal qualquer um dia desses. Enfim.
Aqui estou eu, mais uma vez. Posso afirmar que hoje, apesar de tudo, é até agradável o vento que sopra o nono andar e caralho, eu já não escrevo sobre não voltar porque eu já coloquei na minha cabeça que eu vou continuar me submetendo à esse relacionamento por causa de uma foda perfeita. É isso. E tudo bem, pra mim. Ao mesmo tempo que tenho total consciência do mal e bem que isso me faz, eu continuo ensaiando partidas enquanto volto pra olhar pras expressões dela, pra adentrar a casa dela, pra fazer festa com ela nua, pra viver esse amor inventado na máxima da máxima. Viciada em me foder e foder muito com ela, volto pra permitir que ela bagunce minha vida, desalinhe meus chakras, me desequilibre, me permitindo viver o amor e a raiva, enquanto eu quebro sua rotina, divirto sua vida.
Antes de dormir, ela ensaiou me dizer verdades enciumadas em que ela acredita quando bebe, mas dessa vez de um jeito calmo ela me disse que já não me reconhece, que parece que a gente se esquece do quanto a gente se gosta, disse que ela "ama a nós" e eu acho que ela só ama os nós que temos dado, atados, ela disse que eu tô um saco desde que eu optei por ficar sóbria, que eu transo com ela com muito mais intensidade, mas ela sabe que não me reservo pra ela. Que, nas palavras dela, eu transo com outras, me arrependo e volto. Disse que acredita que eu transo com várias diferentes e nunca bato na mesma tecla.
É isso que ela acha de mim?! Que saco!
Ela acha que eu sou a mulher mais filha da puta que ela já conheceu, e eu posso afirmar que já dancei dos dois lados da história, que já estive do lado que dispara farpas e do lado que toma bala na cara, mas eu não tenho o menor dom e zero moral pra ser vítima, e além do mais pra mim as mágoas já são águas passadas.
Volto porque a amo, porque eu sou maluca por essa patriçoca bala, mesmo quando eu olho ela vestida e acho ela insossa e sem graça. Volto porque eu ainda acredito que posso estar sob influência de uma demanda gigantesca de paixão, que eu criei na minha cabeça. Que eu inventei de sentir, porque eu não gosto de regras impostas pra mim, assim... Às vezes eu acho que eu consumi nosso relacionamento de um jeito demasiado intenso, muito diferente, muito pessoal. Às vezes ela rouba minha felicidade e alegria com conversas formais, cheia de pontos finais. Às vezes ela me deixa pra baixo. Às vezes ela faz falta. Às vezes não faz, também. Mas é foda quando faz. E ultimamente ela tem feito... demais.
É por isso que eu volto.
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