sexta-feira, 5 de junho de 2020

amor dos outros

Foda-se as outras que ela tem.
Não ligo.
Não quero e nem vou competir por espaço com ninguém, sei lá... Só lembrando: é o espaço que sobra da minha cama que ela procura quando falta lucidez, clareza e leveza sobre as coisas da vida, palavras dela. Arruma tempo e me pede o mesmo, enxerga oportunidade onde não tem, onde eu nem quero e às vezes onde não dá... Eu acho graça e uma graça. Não insisto em resistir por muito tempo. Ela é muito conveniente.
Quando ela tem vontade, vem.
Quando a minha vontade também casa, eu vou.
Gosto quando ela fala que eu tiro ela da realidade, foge comigo rapidinho e já parece que a gente fode até sair do chão, mais leve que o ar, eu entendo a linguagem corporal dela porque o corpo dela não fala, grita. Eu deixo ela mais maluca que as coisas mágicas que ela encontra na cidade cinza, fico maluca também junto dela, quando ela tá perto posso até jurar que sou maluca por ela, mas a única certeza é que a melhor coisa da vida é o gosto dela na minha boca.
E vamos de repetição...
Ofereço o que posso, o que quero, o que queremos, quando dá... de comum acordo isso resulta em sorrisos, momentos, umas bebidinhas malucas e ela encaixada em dois ou três dedos meus, molhada... Ela é loucura, surreal. Parece o design mais perfeito que eu já vi, um dos grandes prazeres da minha vida é sentir ela na ponta dos meus dedos, isso é o que eu entendo por encaixe ideal, côncavo e convexo pra ela gemer no meu ouvido, eu bato forte e até parece que nossos corpos foram feitos um pro outro, muito mais que necessariamente eu e ela.
Sorrio porque ela quebra minha marra e me deixa mais simpática. Ela sempre ri e diz que gosta tanto de mim porque eu te tiro da rotina, do habitual... Me liga quando quer um papo cabeça, droga ou uma foda, é aí quando ela percebe que falta tanto dela na minha vida. Me liga, me chama e me instiga, complica minha situação, me impossibilita de dizer não. Aceitar o convite é tipo aceitar uma passagem pra viajar nas olhadas que ela me dá. Compartilhamos horas, a água, o baseado, o micro ponto, um monte de orgasmo, a miligrama e vários planos malucos. Da janela do meu quarto uma e pouco da madrugada, janela sempre aberta ela goza vendo a lua, pontual como Big Ben. É o horário que ela mais gosta, a noite de fato tem seu charme.
Volta e meia me liga e volta, manda mensagem com saudade e em uma hora de sentada já bagunça minha cabeça e tudo em volta.
Perigosinha, ela me dá sorrindo, beija se despindo. Traz minha felicidade toda dentro da calcinha, já fez eu querer falar sobre ela pra minha amiga.
Perturba.
Gosto dela e gosto da sua risada gostosa e sincera quando ela pergunta e eu falo que ela não tá nem no meu top 3 melhores fodas. "Fica brincando comigo que vou te deixar pra lá..."-  repito sempre com cara de brava, propositalmente eu falo mesmo pra irritá-la, ela acha graça, sou super super super super fã daquela sentada. Ela é tão linda, piranha e safada, coleciona corações... mas o meu biologicamente falando, de fato: só bombeia sangue.


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