segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Pra mulher que eu sou incapaz de amar

Parecia impossível, mas hoje eu sou tão dela quanto ela é minha. E como haveria de ser diferente se o que eu senti por ela foi tão único e diferente?
É que o sorriso daquela mulher é o que hoje move minha vida, funciona exatamente como um combustível. É a substância que me liga. O abraço dela me reconecta comigo, com o mundo, com ela, com tudo. Esse abraço nosso, coração com coração, me recarrega. É como se depois da presença dela não tivesse mais nada que eu precise buscar, ela cessou uma busca em mim. Uma busca por algo que eu sequer sabia que buscava: ela.
Às vezes tenho certeza absoluta de que eu já amava aquela mulher muito antes do primeiro olhar, muito antes do primeiro oi. A simpatia foi imediata, já era amor antes de ser e foi, e virou, e tem sido amor. E é amor pra caralho!
Encontrá-la naquele sábado morno foi inesperado e incrível. Em muitos e muitos anos dessa minha trajetória eu jamais fiquei tão desconcertada e boba por uma mulher. Talvez eu tenha me apaixonado por ela no primeiro abraço, talvez alguns (ou muitos...) depois. Não importa, a gente sabe... No olhar a gente se entendeu e foi na pele que a gente viciou uma na outra e de repente isso virou um nó tão forte que ninguém é capaz de desatar. Eu a amo do cheiro do cabelo dela até à imagem da gente no espelho do banheiro do quarto dela, ela com aquela cara linda que só ela tem no pós-orgasmo e o meu braço entrelaçado no pescoço dela. Talvez eu tenha amado aquela mulher desde o primeiro beijo, meio roubado, meio atrapalhado, seguido de um sorriso largo, gostoso, solto. Um sorriso tão dela. Eu duvidei que me beijaria e ela beijou, riu pela minha cara. Ela é tão linda que a única coisa que eu consegui falar pra ela foi "que mulher linda da porra...". Tava longe, puxei pra perto e de perto ela nunca mais saiu. Eu, mesmo depois de muitas outras, ainda encosto nela e fico parecendo amadora, hoje ainda repito ou penso toda vez que a vejo: QUE MULHER LINDA DA PORRA!
A amo como se fosse a primeira e ao mesmo tempo como se fosse a última, porque serás. A sensação de que é ela, depois de tanto tempo, é nítida. Ela deu rosto à qualquer sonho meu. Amo o jeito que a gente se gruda quando estamos juntas ali, no nosso cantinho do mundo.
Depois dela todas as ordens se inverteram, é como se ela fosse tudo e nada mais importasse. As cores me parecem bem mais coloridas depois dela e ela acabou dando sentido e inspiração pros meus textos de amor.
E hoje estamos aqui, rindo da cara de quem disse que nós jamais chegaríamos aqui. E vamos além...
Somos tão diferentes que eu só queria achar uma explicação sobre tudo que acontece entre a gente, é uma sensação de que não há mais ninguém pra mim, ela é meu presente do destino, temos todos esses nós atados... Se não é amor, meu bem, o que nos liga?
A gente embaça uma com a outra igual neblina, às vezes é uma ciumeira louca que rola solta e eu toda boba e apaixonada falo nada, dou risada e só vejo insegurança que eu finto num abraço. Só puxo pela cintura e falo de amor. Ela é linda... Coisa de louco, fez meu olho brilhar, meu coração ferve na presença dela e longe eu já sei que não fico. E Deus e o mundo achando que eu jamais seria capaz de oferecer amor para aquela mulher.
Logo ela... Tão minha quanto eu sou dela. Eu já entendi que era amor logo de cara. E amor tem sido desde antes de eu achar que pudesse ser.
Mas se depois de tanta coisa, do que sentimos quando estamos juntas e do amor se tornar algo praticamente paupável, se ela ainda quiser saber: eu a amo sim e isso é tudo.


Share:

0 comentários: