terça-feira, 29 de setembro de 2015

vermelho sangue

O vento bagunçando os teus cabelos.
Nono andar.
E te olhando assim, tão crua e quase nua, eu sinto um sentimento bom que vem de dentro pra fora. Invade meu corpo. Arrepia cada pelo, sensação boa correndo pelas minhas veias sanguíneas, competindo por espaço com toda a descarga hormonal, emocional e tudo o mais. Fora do comum essa nossa conexão. Teu sorriso abrilhantando todo o escuro dessa sacada, a fumaça do meu beck te fazendo rir. Chapando e gravando o momento. Em mim.
Queria que a todo instante fosse você. Queria que todo sorriso fosse pra você, por você.
Respirar fundo e te encontrar, nessa sacada ou em qualquer outro lugar. Mesmo que seja pra te ouvir sobre sua falta de tempo, do mau tempo, reclamar que está chovendo. Que seja, que seja você. Que sejamos nós a voz do amor. Que seja teu o sorriso que me causa esse frio na barriga. Que seja o que Deus quiser. Borboletas no estômago. Mãos suando. Voz gaguejando. Um bilhão de clichês.
E você ali... Eu mal consigo respirar enquanto te olho.
O vento bagunçando os teus cabelos... O beck apagou duas vezes nesse meio tempo. Eu te olhando, tantos minutos, alguns assuntos, meu beck de uva passeando nos teus dedos, depois voltando pros meus. Seu sorriso bobo, sua voz calma, lenta, desconexa do mundo, falando tanta besteira, nenhum assunto sério... Mulher, eu te amo tanto.
Eu não sei se é só minha brisa ou se é um sonho bom.
A cidade cinza abrigando nossa dança e um samba em meio tom. Samba canção. Abrigando bons ventos para nós, momentos e gritando aos quatro cantos da cidade que é só nosso o amor mais bonito. E é você há tanto tempo que eu já nem lembro o sabor que há em outros amores, e mesmo que eu ainda mastigasse outras pessoas, nada mais me interessaria agora. Vida que segue, águas passadas, amores antigos. Eu nunca tive a mínima noção do que era o amor, até conhecer o teu sorriso. E depois desse sorriso, os outros foram meio assim... Como se diz? Perdendo a graça.



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