domingo, 14 de fevereiro de 2021

quarto preto

Ela fecha os olhos, a cabeça cai levemente pro lado.
"O arrependimento chegou mais rápido dessa vez?" Ela ri, me pergunta se eu tenho ideia de quantas vezes ela falou pras amigas dela que jamais estaria ali, comigo, de novo... enquanto acarinha tão levemente minha nuca, me olha e sorri. "Se você não contar, eu não conto" - ela dá um soquinho no meu ombro.
Sempre fomos assim, desse jeitinho, tão nossas e tudo que tivemos, temos e teremos sempre vai ficar entre nós, extremamente pessoal. E o combinado sempre foi que se a gente der a sorte de se encontrar em qualquer lugar que seja, é sinal de que não devemos desperdiçar a oportunidade que nos foi dada, já virou lema. E que se foda. O rádio estrala no carro com minhas músicas ruins que só falam sobre putaria, eu tô levando ela pra minha casa porque eu juro, o carro é a única coisa entre nós que eu direciono. A história é sempre a mesma, mas não confunda com mais do mesmo, ela é a maior prova que mulheres diretas são as que me levam.
E eu ia amar conseguir descrever usando somente palavras o quanto eu acho essa mulher irresistível, em como ela atrai meu olhar, ativa um lado meu que eu gosto, instintos sacanas e blá blá blá, verdade é que ela me molha da cabeça aos pés num só olhar... Eu sou louca por ela, essa é a real, essa é a certeza que eu tenho sempre nos primeiros trinta minutos em que ela está encaixada em meus dedos.
Eu sei que no fundo eu cuspo pro alto com a certeza que vai voltar na minha cara, então de fato: a história é realmente sempre a mesma e além do mais eu tenho o defeito de gostar demais de mulher. Dela, então? Puta que o pariu. 
Eu gosto assim mesmo, sem pudor nenhum. Ela gosta que eu bato chamando de puta, cuspo na cara e bato sem carinho. Sexo é sexo, amor vem a parte, mas sempre vem, sempre esteve presente. Ela nunca me fala não, não me nega nada... Buceta é a melhor coisa que eu posso querer. (E eu só quero!). Quero mais, quero tudo. Sem parar. Limites para que?
Filha da puta.
Gostosa.
Envolvente.
Potencial demais pra ser minha faixa rosa.
Sinal vermelho. Eu a encaro, fixamente. Eu não sei como parar de olhar pra ela e eu vou escrever um texto todo sobre isso.
Os dedos dela seguem as linhas redesenhando minhas tatuagens, arrepia minha pele, fã-girl do meu shortinho verde, ela é pirada nas minhas coxas, nem esconde, sobe, puxa minha calcinha pro lado e me toca pra me sentir molhada, ela nunca espera a gente chegar na cama, queima a largada, me deixa maluca quando volta o dedo pra boca, atitude de mulher que sabe ser safada, filha da puta, treinada, bolada, cada vez melhor, problema é esse, nítido e claro. Inclusive, adoro.
Eu, viciada em contato visual nem preciso falar mais nada, ela me fode devagar olhando pra minha cara. Beira o desafiador. E ela tem uma leitura perfeita sobre mim, sinto-me estranhamente rendida, ela me teria caso quisesse. E eu nem acredito nesse lance de pertencer.
Ela me diz que eu sou uma mulher indomável, que (aos olhos dela) só fodendo me torno amável e só quando eu tô dentro eu juro que ela me ama.
Por que nós somos assim?
Depois de tanto tempo ela continua tão linda, rasgo elogios. Ela é tão gostosa. Andou treinando e levando muito a série esse lance de virar Mandraka ou Bibi Perigosa. Mais do que antes.
No meu quarto eu consigo perceber o quanto eu sou uma mulher de sorte, ela nua sob minhas luzes e olhares apaixonados, corpo marcado pelo Sol, sempre chama minha atenção ela bolando o baseado perfeito enquanto eu observo o md fazendo efeito. Um tapa na cara, outro na bunda, ela pede mais forte e no caso dela o Sol não é o único que gosta de deixar marcas, minha assinatura é pra deixá-la pensando em mim a semana inteira, pra descontar o fato de que eu vou ficar a semana toda com essa mulher na cabeça.
Derreto e molho.
Sex time, baby! 
Eu vou transar com ela até amanhecer, ela rasga as madrugadas, e avenidas de São Paulo comigo na vibe da maconha e do MD, eu pisco o olho... E do nada, eu vejo minha mão segurando e apertando o pescoço dela, meu pulso me lembra que "quem não pode errar sou eu", portanto eu não erro com ela. Ela me olha no olho, olhares violentos, atentos, expressivos e nada inocentes, são considerados os únicos culpados por me causarem tanta vontade de foder violento e dormir fofo assim. Como encontrá-la no baile e não desejar ter essa mulher pra mim? Fala pra mim.
Quanto mais bucetada ela me dá menos eu me contento, ela dá risada quando percebe que eu tô cansando e me pede pra não tirar "a porra dos meus dedos de dentro", ela gozando é maré alta que sobe e me enche a boca, mata a sede de buceta que eu sinto constantemente.
Olhando-a de perto eu percebo o quanto de vontade e saudade dela eu acumulei, vontade sincera, sempre tive várias delas dando rolê pela minha vida, indo e vindo, mas o que permanece nas minhas manhãs introvertidas, nas noites agitadas e muito divertidas ou na minha siririca é a vontade que eu sinto dela, dela de costas pra mim, dela de quatro pra mim, dela dentro de mim, fodendo hard, lutando consigo mesma pra gemer baixo.
É isso que predomina.
E que se foda, né?
Ela fode pra me deixar com saudade, e funciona. Ela nunca acredita, mas funciona. Além do mais, eu juro... não falaria sobre saudade ou sobre sentimento se eu não sentisse tanto. 


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