Ainda te escrevo, flor.
Qual seria o propósito das minhas cartas de amor, se não fossem lidas por você?
Ainda sorrio quando pronuncio seu nome no silêncio da minha saudade.
Vai ver o amor é isso, flor.
É o eterno... ou quase
"Ou quase"
Coisa chata.
Tudo que desejamos, mas não fomos.
É a saudade da sua voz e seu sotaque gostoso e cantado no telefone.
O amor pode ser isso, mesmo.
Uma imensa e chata saudade.
Uma distância respeitosa.
É. Sei lá.
Mas às vezes ainda me pergunto: que é que há?
Você é o ímpeto, flor.
Não quero que sejamos pra sempre o quase.
Você me entende, de verdade?
Não quero ser antagonista da minha própria vontade.
Flor, o amor é isso mesmo, será?
É te querer um tanto, mesmo sabendo que você não vem...
Mas deixar queimar em mim o desejo incessante.
e a esperança de que você venha, sim.


