terça-feira, 19 de novembro de 2024

no guardanapo 35

Sina de poeta é viver de amor
e morrer de saudade


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

terça-feira, 5 de novembro de 2024

raiva

Eu sei o que você quer
Você quer me ver tirando sua saia preta
Quer foder comigo
Me enlouquecer
Quer que eu cuspa no seu amor e corpo
Que eu dê tapas em seu rosto
Quer meus dedos no seu pescoço
E que eu domine a situação
Para que então você possa sequestrar meu coração
Sem que eu perceba nada
Vai me colocar em sua estante empoeirada
Ao lado de suas outras vítimas amadas
Porque você é uma narcisistazinha de merda
Eu sei o que você quer
Você quer o que eu não dou
O que não ofereço
Amor?
Você me despertou o amor
Mas...
Não tem mais nada aqui
Secou
O que você quer tá seco mesmo rs
O que você quer? Eu sei
Dar pra mim, e só
Atenção
Que meus dedos não se desconectem de seu corpo
Alice me disse que eu posso escrever sobre a raiva
Se eu quiser
Que eu tenha atenção com as palavras
Que eu disser
Que eu posso escrever sobre você ou qualquer outra mulher
Que vier
Você quer meu corpo, Alice não me disse
Mas eu percebi
Você quer meu corpo
Despido de vestes e amor próprio
Você quer ganhar um poema cheio de mentiras
Pra que então você possa exibir minha cabeça na bandeja do afeto
Porque você diz que eu te divirto mais do que as outras
Então eu sou a preferida? Ok
Você rasgou meu coração, amor.
Me faz ter raiva que há outras
Mas eu não sei se ainda te concedo amor
Eu quero que se foda
Eu sou egoísta
Mas nem tanto
Não me obrigue a competir por espaço, amor
Eu não sou boa nisso


segunda-feira, 4 de novembro de 2024

bitch má feito sonserina

Meus olhos percorreram a expressão facial dela assim que ela abriu a porta e botou os olhos em mim, também. Um oi gostoso de ouvir, aquele sorriso gostoso de se receber, um jeito gostoso que ela tem de mexer os lábios pra pronunciar meu nome e principalmente pra gemer meu nome, uma maneira única que ela tem de me receber e me dizer que estamos em paz, pelo menos por hora. Ela me abraçou apertado e meu coração disparou na mesma hora, ela tem esse dom mesmo e eu não tenho nem palavras pra explicar que mais uma vez por livre e espontânea vontade eu estou no nono andar. Hoje, por incrível que pareça, sem vontade nenhuma de voltar pra trás, nem fugir, nem nada. Só estar aqui e contemplar algumas horas dividindo as horas, o afeto e tudo mais que nosso encontro nos proporcionar, compartilhando minhas gramas e uma garrafa do nosso bom e velho vinho vagabundo de sempre.
E veja só, nada muda. Duas ou três taças daquele vinho doce que eu gosto e pronto, está desbloqueada a versão mais danada de mim. Logo nos embolamos entre línguas, olhares, roupas, toques, ali mesmo no tapete da sala branca, enquanto a Netflix passa uma série que eu já sou humanamente incapaz de prestar atenção, de qualquer forma. Ela pediu nossa playlist pra Alexa e o som ambiente deixou tudo muito mais quente pra gente, a luz caiu um pouco. Ali mesmo, puxei a calcinha dela pro lado e ela me chamou de indecente, e enquanto enfiava a língua na minha boca ela guiava meus dedos pra um passeio íntimo por cima daquele fino tecido, disse que eu sou muito pra frente, mas ela quem se esfregava nos meus dedos. Honestamente? Ela esquece que quando se trata da gente tudo é meio jogo sujo, meio hard, indecente mesmo.
Alguns minutos depois, a luz mais baixa, ambiente propício pra saborear aquela mulher, dona do meu sexo favorito. As curvas do corpo dela combinam com a iluminação quente. Me deu vontade de tê-la na minha boca, sentir seu gosto, matar a sede que eu sinto do seu gozo. Ela me provocava, ativou meu instinto mais animal da coisa.
E que delícia de momento, que delícia é tê-la no alcance do meu amor, da minha libido, da minha vontade, dos meus pensamentos, dos meus dedos, dos meus lábios, da minha língua, corpo, alma, da minha saudade, da minha memória celular, da minha memória afetiva, ela com cheiro de Sundown, Cenoura & Bronze, pele de sal, pés na areia, coisa e tal. Mas tudo bem. Essas palavras todas são como a gente transa gostoso no quarto, na sala, no carro, na Lua, na rua. Em qualquer lugar. Pouco importa, ela me deixa a beira da maluquice, eu não consigo segurar, ela sempre pede calma, eu sempre estou apressada e peço mais, peço rápido, peço pressa no que me interessa.
Ela gosta de me fazer sentir, perceber mesmo o quanto ela tá molhada, animada, aquela cara que ela faz de safada, me chamando de filha da puta... Eu não resisto e sequer tento. Aliás, eu venho pra isso. Escrevo isso, agora, enquanto ela vai buscar algo na cozinha, totalmente nua, desfilando como se me convidasse a observa-la e caralho... eu amo essa mulher, eu sou doida nessas curvas, penso que transar com ela e sentir tudo isso, ajuda muito com o aprimoramento do meu desenvolvimento sensorial.
É, talvez eu seja filha da puta mesmo rs