quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

liberté

A liberdade que me toma, me detém do momento em que acordo até a hora em que me deito.
É como um vento na cara em dias quentes e um abraço caloroso no inverno.
A liberdade que me toma me engole, me mastiga, me devora por inteira.
Me lambe.
Me toma o corpo em cada mínimo centímetro.
Habita minha pele, doma meu coração, direciona meu pensamento.
A liberdade que me toma não me deixa esquecer meu nome, minhas memórias.
A liberdade que me toma sempre me posiciona.
A liberdade que me toma me faz dar o que recebo, e receber de braços abertos somente o que eu mereço... Aliás, que só me chegue o que eu mereça!
Um brinde, então, aos que bebem da fonte límpida que a liberdade oferece.




sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

cotidiano #2

Vi uma notícia sobre uma explosão solar hoje a tarde, enquanto eu rolava o feed de notícias rapidamente. Li duas vezes e ainda assim eu quis te escrever pedindo uma explicação mais detalhada e profunda disso, por um instante, quis entender melhor. Quis te ver falando sobre sol, lua, estrelas, planetas e tudo aquilo que é, há anos, seu maior hiperfoco. Tudo isso. Só pra te ouvir num discurso imerso e sem fim. Quis sua voz saindo ao menos do meu aparelho telefônico, por um, dois, três ou mais minutos não importa.
Quis muitíssimo ter você um pouco mais perto hoje.
Ainda me encontro mergulhada na mais pura e chata saudade. E ainda não sei como te dizer que não há sequer um dia que eu não pense em você. O sol nasce, a Lua aparece, as estrelas continuam adornando o céu, e deve haver uma explicação cósmica pra minha saudade. Eu não sei.
Mas me diz...
Como andam os dias de verão por aí?




quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

bout'sadness

Construí uma ponte entre nós e concretei meus sentimento do lado de cá
se você não atravessar agora,
acho que eu me jogo daqui.




quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

amor, acorda e vamo plantar um pé de amora?

Meus olhos cansados cruzaram com os olhos atentos dela, um silêncio confortável e aquele sorrisinho ameno que ela dá, que tem o mesmo calor de uma tarde de primavera. Um oi com a voz calma. Um abraço apertado, maré baixa, mar liso, tudo fluindo com calma. A luz amarelada iluminava a sala da casa dela e me gerava conforto, até. Embora aquele mesmo apartamento branco, como um todo, tenha sido palco de inúmeras brigas entre nós e estar ali, com ela, sempre me faça ter um pé atrás. Me gera alguma ansiedade essa total falta de cores, a monotonia do ambiente. Incenso, espelhos e a cor claríssima. Enfim. Eu não gosto. Um sufocamento instantâneo, parece que tudo está impregnado com nossas energias mais densas, eu não sei explicar. Uma branquidão que beira a loucura.
Mas aqui, agora... Me sinto segura em relação a situação, segura até a página dois. A cada vez que me permito vir até o nono andar, eu deixo ela escolher se vamos compartilhar momentos de pura paz, puro amor, puro sexo, puro rock:n'roll.... Há uma infinidade de possibilidades e é justamente esse o problema: eu não sei o que virá, eu não sei o que esperar, dentro dessa infinidade há de tudo um pouco, coisas boas, coisas ótimas e novas péssimas experiências pra nos mostrar que mesmo que a gente fuja disso, ainda há expectativas mastigadas e cuspidas, muitas mágoas, tantas que é difícil pra mim não lembrar, mesmo que eu tenha perdoado... Mas nunca esquecido. Pra ela também. Eu queria esquecer, superar, deixar pra trás... Ou pelo menos não estragar tanto a situação na minha ótica, lembrando que ela quase acabou comigo, quase acabou com a minha alegria, eu dediquei pra ela músicas que eu não deveria... Mas essa parte é culpa minha, e hoje eu tento tomar de volta pra mim, cada som, cada introdução, letra, tudo. Cada poema, poesia, texto. Cada um deles, quero tudo isso de volta pra que eu possa ouvir sem lembrar dela e desse seu sorrisinho que me aquecer a alma, que rouba a lá, o juízo, tudo e eu... Eu só quero paz. Quero deixar de lado os fantasmas do passado. Não que tudo que vivemos foi errado, mas é que em determinado momento eu não já não conseguia mais fazer bem pra ela. E muito menos ela, pra mim. Também tenho minhas fases.
Mas cada vez que eu fujo disso, eu me vejo emboscada nas teias dela. É sobre isso. Uma mulher aranha, me envolvendo entre suas teias. Viro presa em toda vez que eu me coloco debaixo dos olhares irrestritos dela. Eu acho isso a coisa mais irracional que eu faço. Mais imprudente comigo, acho que nosso amor é irresponsável demais. Amor é foda, amor afoga.
Às vezes eu acho que eu só venho até aqui e transo com ela porque eu só olho pro meu próprio umbigo, fica sempre nessa dúvida... Eu acho que tudo isso gira em torno do meu próprio egoísmo, e preciso melhorar isso, eu sei.




domingo, 18 de fevereiro de 2024

cotidiano #1

Minha cabeça ferve, meu cérebro frita. Parece febre, mas é só raiva e estresse, batidos num liquidificador mental resultando num puro suco de mal estar.
Eu não sou assim... Penso, repenso.
Ela me transforma em algo ruim. Será? Ou só me mostra o meu potencial de ser uma péssima pessoa?
"Eu não sou assim."
Meus pensamentos escorrem por entre meus dedos e eu não consigo organizar nada aqui dentro, mal consigo formular alguma frase que não contenha palavras sem conteúdo ou de baixo calão, não consigo falar nada que não seja um ataque, a voz dela me confunde e os sinais me levam à lugares perdidos dentro de mim. Um guia turístico de mim mesma, comprando uma viagem ruim. Ela me deixa em estado de transe.
Metade do apartamento já vazio, dando espaço para as memórias empilhadas, que continuam ali, como se a gente fosse capaz de impregnar cada uma das paredes desse lugar com o melhor e o pior de nós.
Não entendo, só sinto. Mas agora é tarde demais e foda-se isso.




sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

amor de carnaval

A madrugada dava as caras de forma tímida, parecia que o tempo corria mais devagar do que normalmente correria, se eu estivesse aqui sozinha.
Ela tem o dom de mudar o tempo, o clima, a vibe.... Tudo. Ela muda a energia de qualquer coisa, pra mim. Bota a sensação de um Sol delicioso queimando na minha pele, bota um sorriso na minha cara fechada, bota a felicidade estampada na máxima por aqui... ela tem muito disso, de me fazer rir, sorrir, de trazer consigo um quilo de paciência pra gastar comigo.
E eu gosto, sabe?
Quando os olhos dela cruzaram os meus me geraram uma timidez amadora e calorosa, fechei os olhos e senti um frio na barriga descomunal. Ela escorregou os dedos pelo meu rosto, depois pra nuca e seus lábios tocaram os meus com voracidade. Um beijo completo, dado pro inteiro. Uma iniciativa deliciosa, eu sempre, sempre, sempre espero por isso. Por momentos assim com ela e quando chega tudo que eu tenho é uma vontade de nunca mais sair da ponta da língua dela. Um beijo que nos entregou uma para a outra de presente, foi isso, exatamente isso pra ser honesta. Lentamente, enquanto a língua dela tocava a minha, eu digo, a cada volta... um pouco mais de intensidade era adicionada, deu margem pra que minha mente fabricasse muita vontade, me fazendo imaginar mil coisas. Boas. Sacanas. Um beijo que despertou paixão, afeto, tesão. Deixamos pra lá tudo que tinha a nossa volta e nos entregamos por completo para uma vontade que rapidamente nos tomou. Minutos e mais minutos numa calmaria muito quente. Mas devagar, sem pressa. Gostoso como só acontece entre eu e ela. O corpo dela vai se aproximando mais do meu, e de repente a gente tá uma em cima da outra, uma dentro da outra. Sem parar. Conectadas. Exercendo uma sintonia gigantesca do início ao fim. E isso é tão, mas tão satisfatório que eu molho toda vez que penso sobre nosso sexo calmo e encaixado. Como dizer que não adorei tudo do início ao fim? Jamais conseguiria mentir descaradamente, assim. Ela é meu amor de carnaval.
Essa mulher é como dar um abraço apertado no sossego e dizer: Pode ficar.




terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

meia lua

Eu gosto da loucura dela.
Do cheiro.
Do sabor.
Há uma lista infindável de coisas que eu gosto nela. Mas adoro especialmente o jeitinho só dela de me ganhar em plena madrugada, de me fazer sair de casa à qualquer hora, mesmo, eu adoro o beijo sem precisar de muitas palavras, de muita preparação. Eu amo beijos roubados que ela me dá, me tira, me toma de assalto. Eu gosto de me perceber no meio da noite agarrada com ela sem roupa. Dentro dela enquanto ela rebola... Chupando ela inteira enquanto ela me olha. Me assiste. Não resiste.
Eu gosto de assistir a Lua caminhando devagarinho pelo céu, indicando que as horas estão voando enquanto tomamos vinho sentadas no chão da varanda branca, na casa dela, discutindo qualquer assunto, se querendo muito sem saber o que vai rolar ou não. À meia noite, meia lua, nós duas meio altas já, sei lá... É impossível negar que eu molho só de lembrar.
02h20 da madrugada e ela me saca de uma proposta indecente, cheia de ideia que não presta, mas eu sempre estou na mesma intenção e culpo o álcool proveniente do vinho barato. Eu sei que ela gosta quando eu meto chapada.
Ela é profissional em me fazer viver um dia todo de saudades, horas e horas de vontades. Gozar pensando nela nua naquela varanda, na ponta dos pés ou sentando na minha cara, eu sentindo ela molhada... Muitas coisas. Ela é profissional em abrir garrafas de vinhos, em me beijar sem roupa, em me deixar louca,  profissional em estar sempre no meu caminho, profissional em me comer e me deixar com um sorrisinho estampando meu rosto um dia inteiro após. Profissional em me fazer escrever textos pensando na trepada com ela, profissional em roubar minhas músicas que seguem embalando o início de uma aventura fantástica e deliciosa. Eu adoro tudo com ela.
E sendo sincera, eu até esqueço que ela é filha da puta quando ela goza e me sorri. É sobre.