domingo, 31 de dezembro de 2023
eu sou uma só
terça-feira, 26 de dezembro de 2023
domingo, 24 de dezembro de 2023
ninguém bate, parte três
Hoje já é literalmente quase natal.
Acho que hoje é o último dia onde o espírito natalino vive de uma forma efervescente e concreta no coração das pessoas, eu não sei.
Mas sei que hoje é quase natal, véspera... e pra mim já é natal. Tudo que resta pra amanhã é um feriado triste, alcoolizado, cansado e que eu acho que já não tem mais o encanto da coisa, entende?
Natal costumava ser meu dia favorito. Luzes de fada não me visitaram esse ano, não iluminaram meu quarto, não quebraram a cortina... E lembrar disso não me trouxe nada além do lado da frio de uma saudade insana. Há meses, entre nós, há um silêncio quase mortal. Seria um presente ter pelo menos um áudio dela dizendo "Jessie, estou aqui!". Algo que sinalize que ela ainda pensa em mim como penso nela. Algo que me mantenha em paz de que ela está bem, lá onde o céu é mais azul. Algo que me traga esperanças. Que me faça sorrir de novo.
Eu perco muito tempo desejando isso. Muitos minutos, horas, dias, meses, anos... Muito tempo. As horas correm velozes mesmo contra minha vontade, escapam por entre meus dedos e quando percebo já se passou um quarto de tempo. Sentada assisto as voltas dos ponteiros. Boa noite, feliz natal, coisa e tal. Torcendo pro tempo passar rápido e o dia amanhã nascer de novo logo e tudo isso acabar. Os dias me envolvem com tamanha rapidez que fico tonta. Volto a desejar vê-la de novo entre luzes de fada, entre vãos de portas, entre brechas do tempo, entre dias secretos... Mas não há sinal dela por aqui.
Ela não está impressa nas páginas dos meus livros de poemas. Nem no sabor excepcional do meu doce favorito. Não está, também, nos momentos felizes, mas também não está no pior de todos, não está dentro dos pacotes de presentes, nem mas datas, nem nada. Eu não a encontro mais... Ela está somente na brisa leve que vem de lá, e sopra na minha janela.
Mas estamos aí... Mais um natal.
Eu juro, eu não pedi.
Não pedi por ela.
Mas eu ainda quero muito...
sexta-feira, 22 de dezembro de 2023
quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
Fuja, peixe! Fuja!
Subimos até o nono andar depois de uma caminhada apressada pela rua. É incrível o poder que ela tem de estragar qualquer dia que ela queira da minha vida.. Quando ela quer. E parece que ela sempre quer, é só uma observação pessoal minha mesmo. É incrível o poder que ela tem. Aliás... Que eu dou, né? Inconscientemente, enfim.
Ela se olhava no espelho do elevador, arrumava o cabelo como se pouco importasse a raiva pela qual nossos corpos estavam tomados naquele segundo. Mexeu no cabelo, olhou o batom, a roupa, tudo... Me encarou por poucos segundos naquele quadrado de lata... Mas quando ela me olhava, ela me devorava com o olhar... Não no sentido que eu gosto. Ela tem um olhar capaz de me transferir uma culpa que eu não sinto, que eu não carrego. Ela tenta fazer eu me sentir culpada em toda oportunidade que ela tem.
E outra observação minha é que parece que esse elevador demora mais tempo do que o normal pra subir. Ela teve segundos demais pra me provocar, odeio quando ela me ignora durante seus períodos de raiva, finge que não me escuta ou algo assim, insinuei que acenderia um baseado no elevador pra obrigar ela a olhar pra mim.
- Ei, tu não pode fumar essa merda aqui!!! Tá louca? - ela gritou, tirando o baseado quase aceso da minha boca.
- Foda-se. - respondi. Já que ela não morre de amores por mim, eu vou matar ela de raiva. Ora, pois!
Ela sabe exatamente como me tornar uma mulher destemperada, não que precise de muito, mas ela é expert nisso. A raiva é uma energia densa que eu tenho aprendido a lidar, mas nem sempre dá certo, e tudo bem, assim são nossos sentidos e reações mais animais, não é? Eu acho que o ódio é primitivo e o amor é mais moderninho.
Já na sala, ela me devolveu meu baseado, me sentei no sofá e acendi, enquanto apreciava nosso relacionamento puramente conveniente, acontecendo dentro de um apartamento inteiro decorado com os nossos silêncios pálidos, com nossa paixão morna, os quartos cheios de fodas requentadas enquanto deitamos e rolamos em cima de lençóis macios feitos de finais mal resolvidos. É sempre isso.
Mas eu quero mesmo me tornar alguém melhor.
Quebrei o silêncio perguntando como ela acha que se chama o que vivemos.
- Isso se chama amor. - ela me disse.
É sério? - pensei.
Amor.
- E o resto? - questionei e ela se calou.
Não sei se ela entendeu bem a pergunta, mas como eu não obtive minha resposta, criei uma. Se chama dor. É por isso que eu fujo mesmo e não tô nem aí, trepo com ela e sumo antes que ela atinja meu coração. Ela gosta da minha versão Taz. Não tem outra explicação. Ela gosta de dar pra mim com ódio... E tudo sempre acaba em vinho e sexo hard. O que antes era maneiro, agora me assusta.
E além do mais tem coisa que não vale a pena, sabe?
Será que em algum momento ela já pensou nisso com mais clareza?
ninguém bate (parte dois)
É quase natal. De novo.
Natal era a época do ano que eu mais costumava gostar. Gosto das luzes, do clima, sei lá. Tudo fica diferente no final do ano... Tudo. É como se as pessoas quisessem viver com uma dose extra de pressa e intensidade. O natal traz um clima diferente. Uma emoção, comoção a mais. Não sei explicar.
Mas é... Daqui alguns dias, mais um natal.
Mais um.
Não sei porque lembro mais dela nessa época do ano, a saudade fica mais intensa, mais densa, mais pesada, quase paupável. A saudade que sinto dela atravessou os anos. Juro, anos sem sequer vê-la, muito e muito tempo que não nos falamos e que eu acho que sei nem mais como é a voz dela... Mas ainda penso.
Ainda penso muito nela, pra ser honesta. Principalmente no final do ano. Desejo não desejar que a gente se veja de novo, algum dia. Porque a cada dia que passa isso vai se tornando mais difícil, sabe? Mais impossível.
Deseja somente que ela esteja feliz, onde quer que esteja, torço para que ela esteja iluminada sob a luz do céu que brilha mais azul do que o céu que brilha na cidade cinza.
Cinza e com saudades pra sempre, pensando direto nas batidas que ela deu atrás da minha porta naquela tarde cansada... Me proporcionando uma surpresa deliciosa.
Mas é isso. Mais um natal. Mais uma data.
Mais um natal e ainda é isso que eu mais peço: não querer pedir.
Não querer pedir por ela.
terça-feira, 19 de dezembro de 2023
rotina
segunda-feira, 18 de dezembro de 2023
madrugadas frias madrugadas
As madrugadas silenciosas do meu bairro
Que tanto sabem sobre mim
Que somente as ruas ditam pra onde vou
Somente o asfalto frio me vê com bastante frequência
As madrugadas calmas do meu bairro
Que tanto de mim, por aqui, já presenciaram
Transas juvenis na praça, bem ali, atrás da quadra
Em meio às minhas escapadas proibidas
As madrugadas calmas do meu bairro
Onde o silêncio imperou sozinho nas conversas sussurradas
Em meu quarto nunca solitário
Ou silencioso
As madrugadas frias do meu bairro
Que me assistiu ser feliz
Compartilhando a vida
Vivo noites onde somente a minha falta de inteligência poética é capaz de me afligir
sábado, 16 de dezembro de 2023
cinzas do tempo
A gente tem o hábito de falar sobre o tempo como se fosse algo que nós tivéssemos em mãos. Mas não temos.. não temos nada além de uma ampulheta ou um relógio, algo que simule um controle temporal, alguma coisa que marque as horas e nos mostre o quanto de tempo que a gente perde até cair o último grão de areia, ou o último minuto, sei lá.
É confuso.
Eu queria estar no futuro dela. Mas como eu poderia estar em algo que ainda não existe? O futuro, portanto, é somente devaneio. Nada concreto. Ainda não é real.
Eu tenho um posto na vida dela destituído pela minha ausência, dissolvido pelo tempo. Tornou-se passado, e a cada dia que se passa nossos dias de felicidade vão ficando cada vez mais distantes. Às vezes tenho medo de esquecer, mas na maior parte do tempo eu tenho é vontade.
Eu queria negar a saudade que me invade, ao mesmo tempo que faço de tudo para não lembrar que um dia seu sorriso decorou minha vida. Que por longas horas nos pertencemos.
É. Vai entender, né? Tem casal que não fica junto, não tá no script da vida.
Enfim.
O relógio feio da parede da cozinha parou, ficou travado lá, em um horário matinal. Demorou umas três semanas pra eu tirar ele de lá por pura preguiça, mesmo eu olhando ele parado ali... O dia todo. Quando tirei percebi que talvez o tempo contado ali já não era tão precioso. Então fiz um quadro daquele relógio, que já não conta mais as horas e vive novos tempos. Queria transformar tudo de feio em arte, em algo bonito. Mais agradável aos olhos.
Talvez, se eu consertar as horas eu seja totalmente capaz de consertar, também, o tempo e saber exatamente quantos minutos que eu perdi tentando encontrar a hora certa do abraço, do sorriso, das mãos dadas, do sim e do não que eu nunca dei.
Eu passo muito tempo pensando nisso... Eu sei... Mas será que é possível que ela não sinta minha falta em nenhum minuto do seu dia? Será que ela não sente falta de nada que me envolva? Das risadas? Dos cafés adocicados? Nada? Nem mesmo as curiosidades aleatórias e um tanto quanto inúteis, que eu contava pra ela de hora em hora?
Aliás... Será que ela sabe que polvos têm três corações?
E inclusive, sorte a dele.
boladona de amô
o que é raso não interessa
villain again!
Ela grita que me odeia - eu sei que não é bem assim - mas ouvir da boca dela me machuca, vou dizer que não? Ela diz que eu sou canalha igual seu pai, que eu posso tranquilamente ter duas, pra provocar eu digo que acho que sou bem pior, que tive duas e acho que até mais.
Me arrependi logo em seguida das coisas que eu disse. Mas eu não posso voltar atrás, as palavras já estão soltas no ar, já estão ecoando no ambiente, agora é como se eu tivesse quebrado uma taça no chão onde pisamos descalças. Ou a gente recolhe cuidadosamente os cacos e aceita que quebrou, ou acaba se machucando com aquilo ali. É igual com as palavras. Palavras mal usadas viram armas.
Olhei pela janela, andei um pouco pelo quarto e não encontrei solução, lá estava ela... E seu silêncio tirânico. Seu olhar que também não diz nada de ruim, mas não conforta. Aquele olhar que se eu filmasse, daria um belo drama pro cinema.
Naquela noite eu estraguei o roteiro que ela criou pra nós, eu não lembrei das falas que ela escreveu, deixei os segundos finais com aquele silêncio constrangedor igual pós piada de filme comédia fraco e bananinha, eu movimentei a história, roubei os créditos, tive mais tempo de tela.
Mas ela ainda pode ser a heroína dessa história. O super poder dela é me abalar completamente, eu acho que ela é a SuperFilhadaPuta.
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
s'il te plaît, disparais
A primeira vez que eu bati os olhos nela, meu corpo inteiro, inteirinho tremeu. De imediato tivemos uma conexão capaz de me roubar a noção do horário, do certo e do errado. Me gerava arrepios quando ela estava próxima, juro, eu ficava alterada até quando ela só encostava no meu braço. Nua comigo ela criou um laço tão forte e apertado que chegava a me sufocar... Mas era bom, nunca diria que não. Foi tão bom que eu fui criando na minha cabeça a ideia de que eu a amava mesmo. De que era mais que paixão, bem mais que isso... E na minha cabeça a reciprocidade era visível, eu achei que ela sentiu o mesmo que eu senti. Na verdade, ainda penso que sim. Se ela conseguiu fingir tudo que vivenciamos juntas, ela merece um prêmio por ser uma ótima atriz. Mas também não duvido.
Enfim, creio que juntas tocamos a mais fervorosa paixão, que ainda queima no meu peito apaixonado.
Eu adorava nossas loucas ideias. Nossos assuntos sem fim. Nossos encontros aqui e ali. Eu amei infinitamente cada uma das vezes em que meus lábios tocaram os dela, eu juro.
Eu fui ficando cada mais vez mais maluca por ela.
E de repente... Tudo foi ficando em algum canto escondido, guardado no armário da falta de vontade e interesse dela. Às vezes ela me encontrava, mais depois nem um oi simpático rolava... E eu fui ficando pra depois. Ela foi ficando pra lá também.
Quando eu dei por mim, nós tornamos totais desconhecidas. Não vou negar que a saudade e o sentimento ainda morem aqui dentro e é justamente esse o problema.
Sentir tudo que senti por ela foi uma delícia, foi maravilhoso, eu juro, mas se eu pudesse voltar atrás, em tudo. Não ter cedido a isto.. não ter permitido que acontecesse nada. Poderia ter me poupado.
Teria evitado morar sozinha nessa história porque tudo que vivemos foi tão intenso, mas tão intenso que às vezes... eu... eu me arrependo.
no guardanapo 05
ansiedade que bate, bate
ansiedade que já bateu
eu não tinha nenhum problema
e os que eu tenho: ela que deu!
quinta-feira, 14 de dezembro de 2023
Eu acho mesmo que ela nasceu em Júpiter
A fresta de luz clara e amarelada proveniente do Sol invadiu a janela, bateu no meu rosto e me acordou. Olhei em volta e mais uma vez a rispidez do ambiente foi causada pela minha percepção danificada. Mas as primeiras horas da manhã me deixaram atônita e ansiosa, e não me soaram tão convidativas assim. Ainda mais quando notei que ela já não estava na cama. É sempre um amargor estranho acordar na cama dela, principalmente quando eu acordo sem ela. Enfim.
Ela estava, estranhamente, já acordada. Me aguardava com um baseado bolado, sentada no sofá na sala. Acendemos o beck e as primeiras conversas da manhã foram amigáveis, tranquilas. Fumamos enquanto conversávamos sobre assuntos genéricos e ouvíamos o som de algum desenho animado sem graça na TV, entre as pausas da conversa. Eu gosto quando ela se distrai. Eu gosto de tanta coisa nela que eu nunca contei pra ninguém, nem mesmo pra ela.
Lá estava, então... A pura paz matinal. Sem surtos. Sem crise. Hoje minha ansiedade bateu a toa. Não tive nenhum problema diplomático com essa mulher. Foi até confuso.
Às vezes acho que ela é capaz de ler minha mente. De se antecipar pra fazer totalmente o contrário do que eu acho que ela vai fazer, sei lá. E sobre mim: eu acho que perdi o jeito de falar sobre ela. Perdi o tato. Mesmo. Pra estar com ela.
Ela nem sequer lembra por alto a mulher que eu conheci e me apaixonei, eu sei que eu também mudei e nem digo que mudamos fisicamente, mas a cabeça hoje é outra. Fases e fases. Às vezes acho que estou conhecendo uma nova mulher, mas quando ela se aproxima muito eu penso que ela sempre será ela. A mesma de sempre.
Quantos e quantos textos de amor eu já escrevi pra ela? Quantos textos de amor com ódio? Em quantos textos eu detalhei nossas transadinhas casuais e deliciosas ou nossas discussões matinais? Inúmeros. Tantos que ela nem sequer imagina, nem sabe.
A questão é que eu perdi o jeito pra isso.
Eu não sei mais como falar sobre ela!
Logo eu. Que sempre tenho um elogio pronto para ela, que sempre oferto amor... Ao mesmo tempo eu penso várias vezes que deveria ter feito uma escolha diferente na noite anterior. Mas isso não quer dizer que é um tchau, né? Nunca é.
Eu não sei o que falar sobre ela!
Logo eu... Que sempre posso passar uma demão a mais de tinta na imagem de mulher filha da puta que eu pinto dela.
Mas ela é isso, né? Quando eu tô convicta de que já não tenho sentimentos pra presenteá-la, quando eu acho que não tenho amor mesmo por ela... Ela volta mostrando pra mim que eu não sou capaz de deixar pra trás tudo que sinto e que se eu olhar e procurar direitinho na minha caixinha de afetos... O nome dela ainda mora lá dentro.
Eu não sei como falar sobre ela porque ela sempre me surpreende.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2023
no guardanapo 04
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
sobre nascentes, coisa e tal
no guardanapo 02
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
"detesto teu jeito, logo te rejeito!"
- O que foi? - ela me perguntou. Um tom preocupado, mas eu sei que serão tantos questionamentos que eu só quis ignorar a pergunta, o momento, tudo que eu sentia. Era só a ansiedade me convidando pra um chá da tarde às duas e pouco de uma madrugada incomum, adentrando a casa apertada que é minha cabeça quando eu estou na presença dela. Só ansiedade mesmo. Talvez a brisa do MD cobrando a conta. Talvez a brisa do álcool. Não sei. Mas só ansiedade, que piora sempre com o imediatismo que ela tem em relação à minha resposta,.eu odeio muito quando ela me pressiona com o mesmo tom que usava quando estávamos juntas, ainda. Aquele tom de cobrança com um misto de propriedade e autoridade. Eu não gosto.
Abri a janela porque o ar do quarto dela estava quente, tão quente que eu mal podia respirar. Coloquei metade do meu corpo pra fora e enchi meus pulmões com o oxigênio úmido daqui. Me permiti um momento rápido de observação, e nove andares abaixo eu... nada via. Olhei pra trás e observei, por alguns segundos, ela nua ainda.
Sabe quando você quer tanto algo, deseja, mas você acostuma que não tem e aquilo fica só na ideia? É estranho pra mim estar na presença dela, não me habituo nunca. É daí que surge a vontade de transar com ela e fugir. Não é sobre ela, mas sobre mim. Eu que crio expectativas demais sobre isso. A gente já teve muita conexão e hoje eu me sinto um tanto faz na vida dela, mas essa é só minha visão sobre tudo isso. E eu não tô nenhum pouco interessada na visão dela.
Eu amo essa mulher.
Eu sempre amei.
E hoje em dia eu trato isso com a maior gentileza que consigo, mas isso não muda o fato de que a gente só se reconecta no sexo, que dividimos o espaço com o tesão, nossas vontades pessoais e uma porção de sentimentos errados, sempre encurralados, encobertos pela vontade de transar uma com a outra que a gente sente.
Ela é a coisa mais dahora que eu já vivi na minha vida. Uma conexão extraordinária resumida à sexo, drogas e surtos matinais. A conexão só deve ter acontecido para mim. E tudo bem, enfim.
O amor não vai me levar aos pés dela novamente, só pra cama. Mesmo que na manhã seguinte eu sofra, mesmo que eu pense muito, muito, muito nela... Mas ainda assim eu dê preferência para outras.
Mas voltando... Olhei pra ela, enquanto ela ainda aguardava minha resposta.
- Só quero respirar. - respondi.
Não menti.
Percebi que às vezes eu pinto ela como um monstro nas histórias que eu conto. Ela só não é mais a mesma, escrevi textos apaixonados pra ela, palavras onde eu não a encontro mais. Onde eu não me encontro mais. Porque as coisas mudam. Tudo muda, então eu culpo a vida pelas mudanças, pela confusão, pelas palavras sem sentido, pela culpa que eu sinto, eu a culpo por tudo... Aí eu me lembro que preciso ser mais compassiva, até comigo, menos filha da puta... E logo desculpo-a.
domingo, 10 de dezembro de 2023
gastando palavras
Que loucura, né?
Pessoas se envolvem
Mesmo
Se olham e se atraem de uma forma muito incrível
Não é confuso como ela comigo dá choque
Dois corpos nus em contato
Não é necessário nem palavras
Só o tato
Só a proximidade
E o nível de estresse vai abaixando
Sexo cura uma pá de problema...
Pelo menos eu acho que os superficiais sim.
Não é lindo a atração?
Beijo na boca é um quadro caro
Sexo é óleo sobre tela
A gente é pura arte, então, só me resta apreciar
E escrever essas palavras que escrevo pra ela
Que são sobre sexo, amor e balela
Pedaços de pensamentos
Qual é a credibilidade de uma poeta encantada?
intangível
sábado, 9 de dezembro de 2023
canela
Ela faria as obras de arte que moram no Louvre se sentirem um pouquinho menos belas e importantes. Faria meus escritores favoritos sentirem inveja da musa que me cativou e decora meus textos de amor.
A cada linha que escrevo para ela, eu descrevo um motivo a mais pelo qual eu acho que ela me faz respirar uma paixão absurda, mágica, rápida, tão acelerada quanto ela é. Que me atropela, me levanta, me joga pro alto.
Me fornece tanta paz. Tanto amor.
Ela é a coisa mais linda da minha vida... Mas a paixão ainda me gera uma mistura entre maluquice e confusão, eu não entendo sentimentos então eu torço para que ela esteja aqui, mas só quando eu acordar. Que saia dos meus sonhos, mas que more em mim. Que me deixe dormir, que saia da minha mente, que saia de mim porque quando ela está longe faz tanta falta que não vivo bem então: saia de mim, mas venha pra mim, tome conta de minha mente e não me deixe mais dormir.
Que torne as coisas quentes por aqui nesse bairro frio de São Paulo.
Porque a única certeza que eu tenho é que depois que ela aterrissou na minha existência tudo que eu sinto de ruim foi magicamente diminu...indo.
lumière
Atesto aqui a falta
Eu ando
Perdida
Entre bairros, cidades, saudades e avenidas
Gosto da Lua pairando no céu e da luz dos postes
Iluminando a velha rua
E o cheiro da noite secreta
Amo Gardel
Mas com você só aprendi contar estrelas
Nunca dancei tango, nunca fui à Argentina
Agora só me resta uma prosa, um vinho
E uma vontade incessante de dizer pra você
Vem atrás.
De mim.
E diz:
"Olá! :)"✓✓
Que eu vou te responder
Sem demora
Na mesma hora
"Você já olhou pras estrelas hoje?"✓✓
Nazaretchy
Conheci uma senhora que se chamava Nazaretchy
Ela, curiosamente, vivia das atenções que lhe davam
Alguns lhe davam algumas migalhas de likes
E corações virtuais
Poucas gramas de afeto real
De sobremesa, sempre tinha um doce comentário genérico
De algum amigo NPC
Pobre Nazaretchy, é super exposta a coitada! - alguns diziam
Vivia pela tela, eu tenho pena dela
Respirava com ajuda do wi-fi ou 4g
Vive, vive, vive...
Todo dia
Mas vai morrer sem saber o que é viver
sexta-feira, 8 de dezembro de 2023
mar gelado
segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
balaio de gata
Uma noite animada de sexta, um tanto de gin na cabeça e uma coragem explosiva... foi tudo que eu precisei pra permitir que ela me beijasse. E ela me beijou a boca com uma paixão momentânea, instantânea, mas muito bem construída, muito gostosa, me encantou. Eu fico apaixonada por mulher corajosa, né? Me beijou os lábios como quem me descobria, como quem esperava mesmo por esse beijo. E conseguiu. Eu adorei, pra ser honesta.
O calor febril tomou posse rapidamente de nossos corpos, reivindicando um contato inevitável. Claro que pegou fogo e as coisas evoluíram muito rápido, sem roupa ela descobriu que eu sou uma mulher totalmente tátil. Ela se diverte e brinca com meu imaginário. Me tira as palavras e a roupas muito mais fácil do que eu imaginei que ela o faria. Me olha e lê as palavras escritas no meu corpo como se eu fosse poesia... me faz sentir a maior delícia do planeta.
Me beija, me ganha, me toca, me encharca de vontade, e segue lá... brincando comigo, a ponta dos dedos me toca sempre do quadril à cabeça.
Faz eu me sentir desejada.
Me chama de gostosa quando eu rebolo.
A gente encaixa, só de lembrar fico arrepiada.
Ela faz tudo por aqui ser carnaval bem antes de fevereiro... Ela faz eu me sentir muito "uau", é que eu sou meio desacreditada de tudo e penso que ela brocharia irremediavelmente ao descobrir que eu nada tenho de tão especial hahahahaha e é isso.































