segunda-feira, 28 de agosto de 2023

bon apéttit

Essa gata me faz tão bem, eu nunca digo isso pra ninguém. Quis escrever pra ela um texto de amor desses que conseguem roubar o ar, que a fazem suspirar, que a deixam sem palavras assim como eu fico quando me sinto encarada, deliciosamente dominada, capturada pelos clicks daqueles olhares que são a mais intensa e perfeita mistura entre amorosos e lascivos. Mas eu não sei falar de amor, só sei amar, quis então só dar pra ela... uma dose de uma paixão vaporosa, saborosa do mesmo jeito que ela é. Cheia de amor, de calor, de brilho, de luz, de sorriso, de intensidade...
Quis amar essa mulher sem réguas, sem horário pra acabar e eu sei que minha ideia é bem louca, mas uma mulher, como ela é - contrariando totalmente a música daquela cantora sapatão lá - é pra se comer sem talheres, na cama, no quarto, na sala, na rua, na lua e usando com intensidade as duas mãos, se lambuzando e mergulhando entre os rios que escorrem dela. Deliciosa... e eu já escrevi um textão sobre isso outra vez, pode pá. Eu sou composta de poeira estelar, loucura e paixão.
E nós duas no mesmo colchão somos encaixe, como se eu fosse a pintura e ela a moldura mais linda que já existiu, tinta à óleo, tinta na pele, os dedos dela sempre terminam a noite me colorindo por inteira usando saliva e pra ser mais direta: eu amo quando ela brinca no meu corpo usando a língua, me decorando com uma atenção imensa, com um calor que nem sequer deixa transparecer que fora dessa cama faz um frio de uns dez graus apenas.
Ela faz o que quer de mim. Eu só assisto e curto a viagem... Minha perna treme, meus dedos cravam no ombro, enfim... meu corpo parece agir sozinho, tremendo um pouquinho, pedindo pra ela meter mais forte e rapidinho, segurando ela dentro de mim. A minha respiração ofegante denuncia o caminho certinho que ela faz, bom trabalho, bom trabalho, bom trabalho! Fode impecável! Me bota de cara pra parede, me fode com jeitinho, não me deixa nem pensar, ela pede pra me comer de quatro , não nego nada nunca no ato, bem vagabundinha eu sussurro pra ela já jogando o rabo: bon apéttit. 
Fode hard, fode fofo... mas comigo, o resto importa bem pouco, eu tô completamente viciada nessa mulher e na minha cabeça ela dedica com afinco o tempo dela em ser uma grande gostosa.
No meio de uma conversa qualquer pelo whatsapp ela me manda foto de calcinha no espelho  do quarto, diz que hoje só uma rapidinha antes de dormir faria ela feliz, ela é gostosa no meu colo, gostosa de ladinho, gostosa em pé, deliciosa no banho comigo... e honestamente eu nem sei qual dos lados dela eu gosto mais.
A voz dela no mesmo ambiente que eu, me deixa mesmo contente e seus gemidos encostam no meu corpo, juro, é algo que é praticamente possível de sentir, os gemidos dela e meus dedos são grandes amigos. Sempre juntos na mesma cena. Meu dedo entra, o gemidinho dela chega junto um pouquinho depois.
Ai, que saco... queria transar com ela todo dia, queria beijo na boca toda hora. Queria morar na sua calcinha.
Como é que eu faço agora? Como é que faz pra resistir a esse tesão se essa mulher é um oceano inteiro esperando que eu desbrave... e eu sou só um frágil barquinho de papel navegando e me deliciando por esse mar revolto de absurdas atrações.


genérico

A mão dela tocou a minha assim que entramos no elevador, descendo pra uma rápida caminhada até a padaria quase no final da rua, dessa vez só pra variar um pouco o ambiente. A manhã parecia segura pra mim, pelo menos enquanto fazíamos aquele trajeto juntas, conversando animadamente sobre assuntos banais, discutindo a vida como pessoas normais, manhã sem sol, mas bem boa pra navegar, pra sorrir, pra amar. Pra se estar ali. Foi paz.
Eu presto atenção em uma coisa de cada vez, por etapas e desde que me conheço por gente eu funciono assim... então claro que me roubou a atenção a ponta dos dedos buscando o toque em mim com tranquilidade, senti um frio na barriga inevitável, ela entrelaçou os dedos nos meus e nem assim a segurança veio. Sinto que é só posse da parte dela e mesmo assim eu cedo.
Mas foi bom. Não estou dizendo o contrário. Só foi de um leve incômodo. Essa mulher perturba minha cabeça, rouba minha paz. Adolescentemente bom. Irritantemente bom. Bom como é em todas as vezes onde ela se encontra com a cabeça em paz comigo. E vice versa.
Me gerou calor e euforia como em todas as vezes que ela colocou a mão em mim todos esses anos, afinal... ela é boa em ser minha, ela é boa em me oferecer qualquer tipo de afeto que eu precise no momento.
Foi um choque elétrico, quase um raio mesmo, ter a mão dela segurando a minha de novo foi quase como uma alta voltagem correndo pelo meu corpo, eu não consegui sequer ouvir o que ela disse exatamente, mas sei reclamou da temperatura que caiu e ela odeia o frio.
Segui estática sem saber muito o que fazer, eu não sei receber carinho dela sem achar que ela só quer algo em troca. Ela me chama de perturbada e eu só penso: o que será dessa vez? Ela quer amor, sexo ou droga? Ela é e sempre foi isso, mesmo sabendo que fui eu quem parti no auge dessa história, que eu fechei a porta, eu virei as costas. Eu não quero mais martelar essa saudade dentro da minha cabeça, nada faz com que eu esqueça... essa é a resposta de toda vez que eu escrevo me perguntando porque venho e sigo respeitando e abraçando a mesma mulher que eu era antes, tão menina, que jurou que a amava. Eu não quero mais ser a mulher que ela acha que eu sou, a questão é que ela sempre fica achando que não sobrou espaço algum pra ela na minha vida, mas as nossas existências se cruzam e se misturam de diversas forma em tantas e tantas ocasiões que é impossível ela não refutar esse pensamento.
Caminhamos até a padaria, de mãos dadas ainda, por um momento, pude sentir o tempo nos atravessando lentamente, e a gente ali juntas, atravessando a eternidade de mãos dadas, como tínhamos nos prometido há anos atrás e se for pra parar pra ver e analisar a situação a eternidade está mesmo se consumindo bem em frente à nós. Não da forma como gostaríamos, mas está ali. Pensei que talvez quando a gente se prometeu amor pra toda a vida, sequer tínhamos certeza do que nós poderíamos oferecer... e além do mais, eu disse amor, não paz.
Penso que nem sei se é isso que eu quero mais.
O café, assim que chegamos na padaria, foi sem açúcar. Queria algo bem amargo que despertasse, que me tirasse do estado de transe... é sempre importante o cuidado, a precaução, os dois pés no chão, não perder a linha de consciência e do perigo.
Não gosto de todas as consequências, mas eu nunca tive noção nenhuma do perigo.


sexta-feira, 25 de agosto de 2023

rebordosa

A cidade, em silêncio, dorme. Há horas o silêncio paira no ar, junto com a baixa temperatura.
Daqui de cima não vejo movimento, tudo lento, acelerada mesmo só nós duas. O vinho, as drogas, o cansaço que eu sinto dessa semana, desse mês, dessa vida, sei lá, indica que eu também preciso dormir. Mas não consigo. Não aqui. Não com ela. É uma quarta feira e eu acho que não deveria estar bêbada. Odeio Agosto e essa semana tem sido muito triste pra mim, uma grande nuvem cinza que não passa, que não cessa. Vim pra ver se ao menos ELA pudesse tirar um sorriso daqui, mas nada do que tenho aqui, agora, de realidade na minha frente torna isso possível ou agradável, caralho. Ela, essa cidade, a terceira garrafa de vinho já pela metade... acho que só queria um abraço e ela me deu buceta, e nem mesmo a foda dela me animou, daqui a pouco ela me puxa pra dentro dela de novo e eu não consigo ficar feliz porque eu sei que não era exatamente isso que eu buscava hoje, não foi o que eu quis. E a culpa não é dela, de fato, é minha por ter projetado e esperançado uma salvação que não virá.. não dela, pelo menos. Definitivamente a felicidade que eu busco não está aqui.
Mas lá estava eu... bêbada e vagueando o ambiente com a mente enquanto ela fala sobre os problemas dela de ricos médios, enfim. Nada nesse repertório que me convide pra uma conversa sincera, que me interesse. Ela fala coisas distantes da minha realidade e nada nessa mulher torna minha aproximação concreta e razoável de novo, como é que pode isso? Eu acho que foi mais fácil a aproximação, a conversa, o assunto quando eu era mais nova, mais louca, mais apaixonada, mais lunática, quando essa mina playboy não fazia meu coração parecer um brinquedo à venda na prateleira com um selo da tectoy, quando eu encarava tudo isso como um conto de fadas. Hoje eu sou a bruxa, louca, prazerosamente má e sensata.... Às vezes só venho pelo vinho, pela vista, pela foda, pra marcar território. Sei lá porque eu venho, foda-se que eu venho também. Uma foda a mais, uma a menos... não faz tanta diferença assim. Minha vida sempre será atrelada à dela e isso é um fardo. O motivo é pouco importante depois que eu coloquei mais uma vinda nessa estante. Acho que não deveria escrever enquanto o sentimento ainda borbulha também porque eu nunca sei exatamente o que falar, às vezes as palavras não me encontram. E não fazem sentido.
Mais uma vez o peixe francês nadou rio acima, contra a maré, contra tudo e todos e mesmo tendo todos os rios e mares e uma infinidade de possibilidades de amores desses que fervem o peito disponíveis pra se jogar... o peixe estava lá. Acho que eu nem preciso falar mais nada, né? O peixe sempre se enfia em um aquário minúsculo e apertado. Mais uma vez o nono andar sendo palco de tudo, sendo o aquário de luxo do peixe francês.
É foda.
Eu gosto dessa mulher e não queria gostar.... Porque eu sei que ela consegue tirar de mim o melhor e o pior, e quando ela tira de mim o pior é alguém que eu há tempos já não quero mais ser. E não sou... E luto pra não ser. E gosto de não ser.
Eu sei que ela gosta de mim e eu queria que ela não gostasse, porque eu não posso querer que ela seja da forma como eu idealizo... mas eu acho que seria tudo tão melhor se ela fosse um pouco menos louca, um pouco menos linda.
Eu sou pertencente à essa atração maldita.
Eu entrego pra ela, no presente, um looping do passado. A mesma coisa toda vez, sempre que acaba parece ainda mais inacabado. Ela quer uma foda sem sentimento, mas comigo não tem mais como porque o sentimento, mesmo que eu seja mestra em fingir que ele não existe, ele está lá.... gritando. O amor não é tudo quando se tem corações imaturos, não tão dispostos, o amor não muda porra nenhuma se nós duas não conseguimos lidar sequer com os adjacentes, com o issues... E honestamente depois que ela goza e eu saio de dentro eu me encontro numa culpa imensa.
Eu sinto, eu penso, não consigo ser robótica.
Toda vez que transo com ela me sinto mesmo presa dentro de uma caixinha, um aquário.. Mesmo tendo esse apartamento gigante inteiro pra caminhar e respirar.
Se ela sabe o que eu penso, ela sempre prevê minha reação. Eu queria pular daqui, heroicamente de paraquedas. Me teletransportar pra minha casa. Eu queria correr até o canal 01, lá na ponta oposta. Eu queria jogar minha taça de vinho lá embaixo. Eu queria ter pelo menos UM amigo que não lembrasse de mim só quando quer comprar drogas. Eu queria gritar. Eu queria dar um tiro no teto, abrir um buraco, quebrar uma janela, respirar, me divertir.. Só que ao invés de qualquer opção dessas, eu escrevi 3920 caracteres pra conseguir me livrar disso.
Mas é a sensação que fica... amarga. Como ela mesma fala: rebordosa. E é justamente isso que eu mais odeio, essa é a sensação que ela me causa... ela faz a minha mente parecer um ambiente extremamente pequeno e abafado.
Um aquário, de fato.
E eu só queria respirar.


terça-feira, 15 de agosto de 2023

redenção

Ela não me pergunta sobre minhas vontades, sobre meus sonhos, não conversa comigo sobre minhas ambições, sobre aflições e o assunto sempre acaba direcionando pra algum tipo de cobrança, parece uma agiota, só cobra e nunca tem variações. Por isso que eu não falo nada. Nunca vou em lugares que não sou convidada, nunca falo se não sou perguntada, nunca retribuo amor se não me sinto amada. A ausência de palavras enche o quarto com um vazio desnecessário, pesado, desesperado. Ela gosta mesmo é de me deixar triste. Não é possível que essa mulher só saiba gemer, pedir pr'eu socar mais forte, cheirar pó e cavar brigas quando a festa acaba... ela não era assim, quando foi que viramos esse bololo todo? Ela não tem mais nada para mim. E eu continuo aqui. Esperando que tenha... ela continua lá, esperando que eu mude também. E assim seguimos numa dança entrosada de buscas e desejos silenciosos. E foda-se.
O que mais nos afasta pelas manhãs é a falta de diálogo construtivo. É complicado. Às vezes considero que a gente simplesmente não consegue mais se entender, se encaixar e isso é um dano irreparável, algo que quebrou... O sexo não cura as feridas emocionais, mas acho que as maquia muito bem. As feridas então camufladas, fazem a saudade machucar um pouco menos e parecer inofensiva. Sexo é nosso bandaid emocional para um corte profundo demais, a gente vai tentando recuperar o estrago com medidas paliativas. Transando e seguinte avante. Ela não tem interesse em mim, eu acho, ela tem interesse em não me permitir ser interessada em outros olhares, toques e sabores. Sempre tentando me impedir de viver outros amores. Em não devorar outras mulheres, em não ser louca demais por outras musas. Em não inspirar novas paixões, ela quer que eu a queira. E eu, daqui, quero querê-la... Mas a quero por inteira, não trincada de dúvidas malucas que ela magicamente tira da cartola quando o Sol nasce sabe-se lá porquê. Insegurança, talvez. Falta de diálogo ou só a brisa do ácido e dos etc que já passou, ela já gozou e ela me reconhece como a mulher que nunca pertencerá a ela? Eu não sei.
Por que ela não me pergunta se eu dei risada?
Se eu fiquei incomodada com algo?
Se eu bebi vinho sentada no chão da sala, descalça, com a companhia de outro alguém?
Se eu reproduzi, mesmo que minimamente, os encontros que nós tivemos, se eu amei outra mulher só pra me divertir?
Se eu fiquei animada com outra pessoa como fico com ela porque honestamente, isso pra mim seria a maior tristeza... Saber que ela riu com outro alguém muito mais do que ri comigo.
Ela me surpreende toda manhã perguntando se eu continuo transando com aquela amiga dela, com pessoas que ela conhece, se eu gozei com alguém da convivência dela porque ela acha que eu procuro isso por maldade da minha parte, para magoar, ela acha que essas coisas aconteceram de forma proposital. Eu acho que não sabe minha cor favorita, minha artista favorita embora eu tenha três tatuagens sobre ela, aposto que ela não saberia meu aniversário se as redes sociais não lembrassem ela, mas ela sabe com todo mundo que eu transo. É foda. E pra ser filha da puta, mal sabe ela o que eu fiz longe dos poderes exclusivistas dela. Experimentando o amor, o sexo e outras drogas  debaixo do mesmíssimo sol típico veranil, nessa mesma cidade de estética setentista e oitentista, antiga. Poucos momentos onde eu deixei de ser fantoche do tesão e tédio dela. Dividindo com outras mulheres novas perspectivas.
Ela ignora completamente o fato de que eu sempre fui presente enquanto ela me permitiu, de que eu sempre dei o meu melhor e foda-se, eu não quero reconhecimento de ninguém, tem coisas que eu faço porque eu sou egoísta de fato. Mas ela não entenderia. Por isso eu me mantenho longe, distante, descrente que isso algum dia voltará a ser tão bom e intenso como era antes.
Mas eu sigo tentando, positividade afinal! 
Ela é tudo que eu sempre quis... Mas o foda que eu nem procuro mais envolvimento, mais proximidade. Porque tudo que eu tenho que insistir muito logo me cansa, eu sei que com ela eu posso tudo, menos fazê-la - e principalmente ser - feliz. E agora nem sei se é isso que eu quero, também.
Tem essa.


quarta-feira, 9 de agosto de 2023

baunilha

Ela tirou minha camiseta, eu tirei a saia dela... E ah... pouco isso importa, eu quero mesmo é falar que fico encantada quando se trata de nós duas porque as coisas evoluem rápido demais. É beijo na boca, um magnetismo fortíssimo, ela morando no meu pensamento por muito mais tempo do que ela mora na casa dela. Quando a gente se encontra é imã natural, ela passa algumas horas espaçadas durante o dia num looping gostoso dentro de mim e vice versa. Qual a melhor explicação pra essa vontade intensa que a gente sente de sempre se encostar, de sempre buscar contato físico mesmo, hein? Ela me gera calor, excitação e euforia só encostando o braço dela no meu, quando se senta ao meu lado, por exemplo. E me olhando então? Nossa! Nos olhos, assim? Pertinho? Caralho, caralho!! Ela me deixa nervosa de um jeito que eu gosto, eu mal respiro, não sei nem o que fazer. Ela me deixa perdida, eu entro em pane. Me gera uma atração e um nervosismo incomum, gigantesco.
Inferno de mulher! Inferno de mulher gostosa.
Me distraí por alguns segundos com minhas mãos bastante danadas acarinhando suas coxas, água na boca, sinal de perigo é quando a gente se encontra e acontece isso, a gente relaxa e intimamente se toca, aí dificilmente eu tiro as mãos dela depois e pra ser bem sincera, minhas mãos são só o prenúncio do que vem após o beck, a conversa, o vinho, a explosão de vontade...  Eu brisei demais na gente, enquanto ela fumava um e falava sobre suas particularidades, empolgada como só ela consegue ser... e como eu amo o som daquela risada, puta que pariu, como eu amo! A ponta dos dedos dela percorreram minhas tatuagens abaixo dos seios, observei todo o movimento, bela jogada, eu gosto. Claro que é delicioso transar com ela, mas cada mínimo toque é gostoso, saca? Ela me percorre, me decora, me visita com uma sutileza que me deixa maravilhada, talvez apaixonada seja a melhor palavra pra descrever. Eu quero que ela entenda que eu quero ser consumida por esses olhares devoradores que ela tem pra mim, quero trepar fofo, trepar forte, trepar hard, eu quero muito o sexo dela, quero muito dar pra ela a qualquer momento e lugar dos nossos encontros, respeitando sempre nossos próprios limites de consciência e exposição, óbvio. Quero, também, beijar muito essa boca gostosa que ela tem, quero suas gargalhadas preenchendo todo o vazio que eu sinto, quero vê-la nua e escrever um poema com meus dedos pelo corpo dela, pintar um quadro nela inteiramente nua com minha saliva, matar a sede na água que provém da nascente que ela mantém guardada na calcinha... mas que muito além disso é o fato de que constantemente minha cabeça e coração entram em festa quando eu a vejo. Eu passaria noites e noites com ela, dias e dias... Festejando a nós. Ela me traz uma calma genuína que eu não tenho e nunca vi antes.
Ela tem cheiro de baunilha, de Hypnotic Poison da Dior, também tem cheiro de maconha e de amor. Cheiro do mais puro deslumbramento com tamanho afeto, beleza e conexão. Cheiro de mulher gostosa. Dessas que eu gosto mesmo, que mexem com meu corpo, com meus hormônios, minha cabeça, minha líbido... seja lá o que for o responsável pelo "sentir". Só sei que ela mexe comigo por completa munida de uma impecável maestria e malícia. Eu queria conseguir descrevê-la usando apenas palavras, mas eu não tenho sequer vocabulário pra isso, se fosse pra resumir aquela mulher em apenas uma frase eu certamente diria: Essa mulher é uma delícia.


terça-feira, 8 de agosto de 2023

bonjour, ça va?

 "Oi linda!' - ela me disse assim que me viu...
Filha da puta, filha da puta demais!!!!!!!!!!!!!!
Dei risada, óbvio, às vezes nem eu acredito no quanto ela consegue ser totalmente paz quando quer trepar. Como conseguimos ignorar todos os desacertos, duas sonsas... Eu e ela.
Prolongou a voz, pensei que eu gosto pra caralho quando ela fala assim comigo. Ela, então, se jogou dentro do meu abraço apertado e cheio de intenções, senti a tensão sexual que temos de uma forma quase paupável, explosiva. Eu senti muitas saudades dessa entonação, de ser recebida e beijada - por ela - com paixão.
Filha da puta.
Gostosa.
De guarda baixa, então, sorri. Ela retribuiu o sorriso e eu fui a nocaute. Beijei seus lábios e senti que era exatamente isso que eu queria... beijo na boca. Dela.
Me senti recebida com bastante afeto mesmo, é fato, cheia de vontade, de bem querer, carregada de saudades nesse olhar, no tato, no toque, nesse beijo. Sem sombra de dúvidas.
Adentrei novamente o apartamento branco com um sentimento bastante franco mesmo, sincero e leal.
Hoje eu vim pra colorir a vida dela. O apartamento. Pra comer ela onde ela quiser me dar. Eu hein, eu já sou perturbada, ela ainda tira a roupa na minha frente? Eu quero é mais! Foda-se, eu tô dividindo com ela mais um encontro na nossa história, mais um de tantos... Eu digo que não volto, até sumo, mas quando eu me percebo... Onde eu me encontro? Enlaçada com ela, entretida no sexo cheio de qualidade que ela me oferece. Quando eu me percebo, minha buceta já está na boca dela... Aí nem tem como eu negar que adoro muito isso.
Me deu um beijo aqui, mais um ali, outro lá.... O nome disso é química. Quando eu percebi nós estávamos novamente na sala dela, intimamente quase transando no sofá. Mas não só isso, às vezes me perco na apreciação dela sem roupa, como ela pode ser absurdamente linda, gostosa e tão louca? Minha cabeça vai longe e com beijo na boca ela me traz de volta. Eu sou fã mesmo dessa mulher. Me impressiona a beleza dela sem vestimentas. Sem pudores. A nudez é bela e eu sou uma grandessíssima apreciadora, enfim.
Ela me vira do avesso
Me vira a cabeça.
Me sobe à cabeça.
Me revira inteira.
Ainda... essa mulher me deixa louca, com ela eu experimento o novo e a gente sempre quer fazer tudo de novo. Apertar um baseadinho enquanto ela beija meu corpo onde ela sentir vontade, é uma tarefa bem difícil. A brisa de hoje é eu e ela conversando até cansar, luz vermelha na casa dela é o meu presente de boas vindas, brincando de "até quando a gente aguenta se beijar sem roupa?". Eu sempre sou a que pula etapas, a que menos vai aguentar, não dá nem vinte minutos de beijo na boca eu tô esquecendo o baseado e as taças de vinho rosé e tô transando com ela na sala de estar. E acho uma graça ela falar que eu passo tanto tempo com cara de brava que quando eu tô fodendo ela, eu aparento até ser/estar mais simpática, buceta me acalma, de fato. Mas saiba: foder sorrindo é somente o fardo que eu carrego de ser uma mulher apaixonada.
A energia absurda que essa mulher me faz sentir percorreu eletricamente meu corpo inteiro, na ponta dos dedos dos pés até minha língua, já dentro da boca dela, depois do delicioso passeio que fiz... Caralho, que loucura isso! Deu choque. Deu vontade. Ela me beija, lambe meu pescoço, meus seios, me lambe inteira.
Mal acendi o baseado, sentei no colo dela e encaixamos assim... Dividimos o beck dessa forma, encaixadas, concentradas, conectadas, eletrizadas... Felizes. Ela dentro de mim, o meu deslizar lento pra frente e pra trás, segurando o rosto dela pelo queixo. Eu vou deixar ela maluca só sendo guiada pelo instinto. Foi a primeira vez que o tempo correu devagar, foi a primeira vez que eu quis acelerar meu movimento.
Ela aguça meus sentidos mesmo quando eu fico meio surda depois de gozar, ela me faz exercitar o amor, toda vez que eu  a vejo nua capturo uma nova imagem de felicidade e delícia na minha memória.
Hoje, especialmente, foi uma das mais transadinhas mais secretas e gostosas que já tivemos, uma das melhores. Tanta coisa dando sopa por aí, totalmente possível pr'eu viver, mas é o passado que sempre me chama. Vou fazer o que? Mais corajoso que tudo que há de novo me esperando, o passado que me decifra inteira, dos pés cabeça. Me come, me beija, me lambe... metendo firme  e me mantendo inspirada, renovada, leve, lembrando de tudo que aconteceu. Toda vez que ela me come eu fico tão maravilhada que ela sempre ganha um novo texto meu.


domingo, 6 de agosto de 2023

farpasocas

Hoje fiz o trajeto ansiosa, questionando a importância desse contato pra mim agora que eu acho que sei que tudo não passou de ilusão da minha cabeça, mas mesmo questionando lá eu estava... cedendo pra vontade dela. Pro convite dela. Pro desejo dela. Mais um dia eu sendo prêmio e brinquedo pra essa patriçoca bala. Por quantas vezes eu consigo reviver esse mesmo sentimentos desgostoso com ela? Por que tão cíclico? Por que ela sempre faz essa porra de jogo comigo? Justo comigo? O que eu fiz pra cair na teia dessa narcisistazinha de merda?
"Gata... eu te amo, tá bom?" - eu falei, mas ela fingiu que não ouviu e que se foda. Pelo menos eu disse. Pelo menos eu sei que ela ouviu.
Noite de lua cheia e coração partido. Mais uma vez. Só mais uma noite.
Esfreguei o rosto pensando que tudo pudesse ser somente brisa, mas não era.  Eu estava lá, totalmente inserida na nuvem cinza, dividindo uma noite de sexta feira com ela enquanto eu poderia estar com qualquer outra pessoa sendo muitíssimo mais feliz, tendo um final de semana bem mais delicioso. Mas eu optei por estar no mesmo nono andar de sempre, na mesma varanda branca, com a mesma playboy aspirante à vagabunda de sempre. Hoje não tem foda, não tem amor... ou seja: perda de tempo. Penso que se hoje ela não vai me dar paz, eu também tenho o direito de me desequilibrar emocionalmente e bagunçar o jogo, foder com a vida dela, eu também sei ser otária, eu também cuspo farpas, eu também atiro balas ocas.
Se ela é desse jeito, então...Qual que é das ideia?
Ela é bem lixo mesmo, consegue ser pior que eu. 
Às vezes espero que ela morra, mas penso que eu sofreria demais então desisto de esperar. Ela é a única mulher do mundo com a qual eu me envolvi, e ainda envolvo, que conseguiu me machucar.
E lá estávamos nós. Numa D.R. sem R.  Essa filha da puta me quer porque eu devo satisfazer o ego dela. Eu gosto dela e acredito que ela só gosta da minha droga, é isso. A fumaça densa dos dois baseados que acendi um seguido do outro era a coisa mais presente que nós tínhamos naquela varanda, além das palavras pairando no ar, pesadas mesmo... e dos gritos que ela espera de mim. Meu silêncio é ouro, as loucuras dela são lata. Ela perdeu isso do controle em relação a mim, mas ela ainda tenta, ela deve sentir fetiche ou algum tipo de prazer gigantesco em me tirar do sério, em roubar minha paz, o que será que ele espera que eu faça? Dê socos na parede, fale o quanto eu acho ela pau no cu, aponte uma arma? Ainda bem que eu sou mó paz, porra. De mim ela não tira descontrole, só desprezo.
Às vezes eu queria que parte da minha memória morresse, sabe? Simplesmente desaparecesse. Queria ser capaz de excluir, deletar da minha mente as mágoas e sentimentos ruins, ou bloquear, enfim, tornar inacessível... Mesmo sabendo que ela sempre vai me me lembrar de coisas e sentimentos que eu não quero mais ter que lidar. Mas ela me faz lidar, meio que obrigatoriamente, me fazendo reviver as coisas mais tristes. Ou ela acha mesmo que eu não sei que enquanto transava comigo, na mesma época, transava também com aquele moleque nojento e zoado? E com a ex que ela nunca terminou de fato? Ela sabe que pra fi de Exu não se mente, mas ela bem que tentou. A honestidade era o caminho mais simples, mas ela gosta de dar voltas nos outros.
Eu não quero mais a proximidade com ela porque eu sei que me faz mal. Mas ela me faz querer e bom... Ela me faz voltar atrás e sei lá, é isso que ela sempre fez né? Me trazer de volta... Ela sempre foi ótima nisso! 
Eu sei que ela me pinta um monstro pra todos, ela é especialista em se passar por vítima, queria mandar um e-mail pros amigos dela, pra mãe e pra terapeuta dela contando minha versão de nós duas nos quentes verões que dividimos o amor em total conexão. Um mundo onde tudo me soava meio plástico, descompensado. Talvez porque ela seja mentirosa, dissimulada mesmo. Ela quem dá as cartas nesse jogo, mas sou eu quem sigo embaralhando a carne, a alma e o coração dela com o meu. Tô cansada disso. Espero que ela morra. Espero que suma. Espero que a máscara dela caia pra todos. 
Ela sempre vai conseguir me arrancar algum sentimento, e dessa vez não seria diferente... será que ela queria que eu a odiasse? Se sim.... puta que pariu... parabéns pra ela porque dessa vez ela definitivamente conseguiu.