quinta-feira, 16 de setembro de 2021

ela é mó paz, eu que não sou

Eu mal dou tempo para que ela possa respirar, assaltando ela com os meus mais diversos tipos de assuntos, memórias, histórias e saudades. Ela me faz falar demais, fala demais também, eu acho que até senti falta disso nela, da amizade mesmo, de vê-la rindo de tudo que eu falo porque eu sou boba pra caralho. Hoje eu tô à vontade, confortável, tranquila, sem pressa. Só quero beijá-la da cabeça aos pés pra matar a minha vontade absurda dessa foda gostosa, dessa mulher molhada, molhando e me olhando... e dar trabalho pra ela. E eu adoro vê-la sorrindo, tem essa também. Ela é sempre motivo de um sorriso meu, gosto de devolver o que me dão.
Eu coloco outra dose no copo dela, mais dois gelos, ela me olha com olhar de quem desaprova a atitude e dá risada, balança a cabeça, sei que ela já está alterada, eu também estou. Ela entende que minha intenção nunca é das melhores e hoje eu só quero, de verdade, mais uma sentada bem gostosa pra conta. Buceta, buceta, buceta... às vezes parece que eu só falo e penso nisso. Mas que se foda. Hoje, com ela, é só isso mesmo que eu vim buscar. Produto de consumo rápido. Quero sentir enquanto ela molha, não quero que seja tão rápido, eu vou gozar e ir embora, mas conversas e o consumo de substâncias ilícitas prolongam um pouco mais minha estadia aqui, eu nunca pretendo ficar muito.
Hoje ela entrou mesmo na minha brisa de tomar whisky. Enquanto ela bola outro beck, percebo o quanto sempre fomos uma ótima dupla, sempre em sintonia, eu fico mastigando sempre uma sensação de que uma completa a outra em diversos sentidos, eu nos vejo muito iguais, cada vez mais, ela só é um pouquinho mais sagaz, mais filha da puta, eu sou mais paz. Isso que é foda. Sempre fui, pra ser sincera. Frieza é tudo. Ela é calor demais, esquenta rápido demais, me faz suar... mas me equilibra. Calor que derrete o gelo.
Ela diz que sentiu minha falta por ali, eu não quero nem denominar o que eu senti, diz que sentiu falta da minha voz conversando com ela até de madrugada, dos meus gemidos abafados pelo travesseiro durante as fodas que atravessavam madrugadas, dos becks que a gente torrou nessa mesma sacada antes e depois de gozar, durante vários e vários e vários fins de semana quentes, outros nem tanto. Ela sabe que prefiro a cidade dela em dias assim... de chuva, lembro da primeira vez que eu vim pra cá por causa dela, da gente e acho mais simbólico, mais bonito e sempre me divirto por entre esses bairros antigos. Ela? Sempre comigo, sempre. Me impressiona ela sair do alto da burguesia dela e se enfiar em qualquer lugar comigo. Trepava comigo na laje, quando eu morava em outra cidade, porque gosta do perigo.
Ela lembra e ri dos aviões com papéis coloridos que eu fazia e jogava em qualquer lugar, principalmente da janela do quarto dela, nono andar é bem alto, né? Eu sempre fiz um monte de aviões de papel com ela, nem sei quando parei de fazer isso. Nem sei porque fazia. Aliás, nem sei quando parei de fazer um monte de coisas. Me divirto com essas bobeiras, eu tenho dessas. Diz que adora tanto minha companhia, que se fosse hoje não me deixaria, diz que sente ciúmes por eu falar tanto que sou e estou apaixonada por outra mina, eu gosto de ouvir. A mulher que eu me tornei ainda não é autoconfiante o suficiente, então eu não acredito em nada do que ela me fala, fala que eu preenchi o vazio existencial dela e eu acredito que tenha sido preenchido com meus dedos dentro, só é sincera metendo, ela mente demais, mas eu gosto de coisas que me afrontam assim. O clima é de paz, se eu atingir meu objetivo de transar com ela eu vou ficar ainda mais.
Ela gosta de me ouvir, às vezes eu sinto que a gente se conhece menos mesmo e que hoje ela não entende muito do que eu falo, normal, e acha graça o jeito que eu falo, também normal. Mas mesmo assim sempre é mó paz estar com ela, não passa nada, saudade dela colando comigo nos bailes em qualquer quebrada, destoando totalmente do ambiente, com suas roupinhas de marca.
A gente ri, a gente conversa, a gente brinca, a gente fuma, a gente fode. E eu adoro, mas percebo que nossas línguas só falam a mesma língua quando estão se tocando, entrosadas, enroscadas, o beijo dela ainda me deixa molhada, se ela continuar me beijando gostoso assim vai ter que fazer chupar aqui mesmo, sentada na sacada. Não que seja problema, não que ela não me dê uma mamada gostosa na sacada toda vez... Ela só me entende mesmo quando minha língua tá em contato direto com o corpo dela ou chupando do jeito que ela gosta, e segura, em tom carinhoso, minha nuca. Vou fazer o quê? Eu nem me faço difícil de entender, sou clara e transparente, ela que não sabe me ler.
E quando o assunto acaba - ou a gente acaba com ele - ela tira o copo da minha mão, puxa o beck, senta no meu colo... Eu adoro quando as mulheres fazem isso. Me olha com cara de que sabe muito bem o que faz, dá um trago, me olha, apaga o beck, me beija. Ela tira a regata, joga no chão, e eu lambo seus seios, deslizo pra um beijo.
Minhas mãos cravadas na cintura dela, eu quero arrancar suas roupas em um passe de mágica. Fodo ela no meu colo mesmo, deitei ela na mesa pra chupar com mais vontade. Eu domino essa mulher quando eu levo ela pras foda, é inacreditável, quando eu termino de comer eu sou capaz de recomeçar com a mesma intensidade, com a mesma fome. A filha da puta consegue, também, me dar a buceta na mesma intensidade. Nós poderíamos foder assim o dia inteiro, com essa mesma vontade. O sexo explode entre nós, foge do controle. Não aguento mulher que joga a buceta na minha cara, assim... igual ela faz.
E quando finalmente o dia amanhece, o tesão cessa, eu preciso ir embora e eu sou pescada pra fora do molhado da buceta dela, eu observo o ambiente sem a cabeça cheia de drogas, álcool e sem ter cedido ao tesão, e eu olho pra ela.... eu volto a me sentir somente um peixe fora d'água, e espero que num futuro bem próximo fora da buceta, e da vida,  dela também.


segunda-feira, 13 de setembro de 2021

eu evito contato visual com a medusa

Ela me cerca. 
Constrói lentamente um cercado a minha volta.
Eu observo.
Assisto a jogada.
Dá a volta por um lado, corre pelo outro... puxa a corda.
Aperta o primeiro nó e eu sufoco.
Gosto de sufocar, no momento certo. O que não é esse.
Mas assisto.
E me divirto mesmo assim.
Sigo.
Me cerca...
...Me cerca.
Me procura.
Me acha.
Me perde. Mas nunca de vista.
Me cerca.
O que você procura em mim? 
Não vai achar.
Sabe que não, né?
Seus olhos me cercam.
O sorriso de canto dela faz minha buceta quase implorar por ela.
Sinto-me cercada, por isso usei a palavra.
Impaciente.
Me rodeia.
Me cerca.
Me olha fixamente.
Eu nem sei se gosto disso ou não gosto.
Eu vejo. Finjo que não.
E além do mais, eu gosto, gosto da atenção dispensada a mim, até.
Me cerca.
E quando pensar que me conhece, percebe que está errada e que na verdade não sabe nada.
A cabeça dela deve ser cheia de suposição. E filosofia namastê banana. A cara não nega.
Sonsa.
Sonsa do caralho.
Não mais do que eu.
Joga a corda de um lado, joga de outro, passa por baixo, eu assisto - enquanto me divirto pra caralho - as suas tentativas. 
E me prende lentamente, mas eu sou um rato... Quando mais apertado é o nó, maior é a minha vontade de fugir.
Isso se ela não conseguir lançar o charme, me paralisar, e me fazer virar estátua antes.
Tchau.


sexta-feira, 10 de setembro de 2021

chivas

Eu mal conseguia subir os degraus de tão inebria que estava. Os 40% de álcool dividido em várias doses on the rocks daquele Chivas me garantiram uma coragem jamais vista antes, uma embriaguez terrível e também um cheiro de álcool que eu mesma conseguia sentir.
E quando me dei conta de onde estava, corajosamente batendo na porta dela mesmo, em uma madrugada ordinária, querendo beijo ou nem isso, só um pouco de atenção talvez, meus pés quiseram fugir com a mesma velocidade em que eu atravessei todo espaço até ela... Eu mesma me assustei com a minha audácia e falta de bom senso, faltou muita lucidez pra mim no momento. ÓBVIO! Onde já se viu acordar alguém, ir até a casa de alguém, ser liberada sem nem ser anunciada pelo porteiro que infelizmente me conhece e me adora e bater na porta da pessoa em plena madrugada? Ainda mais porque eu acho que eu sempre fico com uma sensação amarga de que a atrapalho, mas nessa ocasião eu sei que foi egoísmo. Só que no instante em que ela abriu a porta pra mim, tudo fez sentido na minha cabeça. Ela é como um ímã pra mim, me atrai pra caralho e brilha aos meus olhos. O encanto que eu sinto por aquela mulher às vezes me assusta, ainda. E acho que vai demorar um pouco até não me assustar mais... Porque ela é tão ela, e o maior defeito é eu gostar dela. Só gostar, assim de graça, às vezes nem tão de graça. Mas gosto, enfim.
Pensei, assim que vi a porta dela, que fui teletransportada para lá pois lembrava apenas de partes do trajeto. Torci pra ela não me achar tão maluca y doida, e gostar da visita. Abriu a porta com a maior cara de incrédula, me beijou com tanto afeto e recebeu também muito de mim. Não haveria nenhum lugar no mundo que eu gostaria de estar, naquele momento, senão do lado dela, ali ou em qualquer outro lugar que fosse eu gosto do bem que ela me faz. E de tudo que a envolve, e eu só queria que ela soubesse que eu P R E C I S E I mesmo estar com ela.
O ambiente continuou escuro e tudo a nossa volta em total silêncio, e eu também, em silêncio, apoiada na parede no canto da sala eu sussurrava palavras corajosas, mal pensadas e verdadeiras, mas a única coisa que eu parecia escutar era minha própria respiração. Eu mal conseguia parar em pé, ou conter minha felicidade e satisfação em estar ali. O brilho da tela do celular dela era a única coisa que me garantia olhar pra cara dela, enxergá-la no breu da sala. O ambiente destoava da minha cabeça, tudo em ordem, eu por dentro tudo bagunçado e barulhento. Lembro da minha perna tremer muito e no momento eu pensar que talvez eu posso ser viciada na sensação que ela me faz sentir, vai saber.
A situação toda me pareceu um sonho, tamanho a velocidade da sequência dos fatos.
Só sonho mesmo pra um plano tão ruim ser bem sucedido.
Só sonho mesmo pra eu conseguir beijar a boca dela com essa facilidade.
Me beijou, poderia mesmo ter ficado bêbada só com meu beijo. E me beijou de novo, e mais uma vez, e aí eu a beijei de volta, com muito mais afeto e loucura. Acho que nem concentração para beijá-la eu tinha. Eu nem sei quanto tempo nós ficamos juntas, só sei que naquele momento eu tive a mais pura necessidade de encostar nela, na pele dela, sentir o cheiro dela... só porque ela é ela. E eu repito: gosto dela.
Saí da casa dela tão feliz que eu poderia dançar.
E sendo sincera, até hoje não sei se foi ou não, um sonho... Mas ela é sempre um sonho gostoso pra mim, sempre foi.


quinta-feira, 9 de setembro de 2021

bijuteria

Nos encontramos na mesma praça de antes, de sempre. """""De sempre""""". Eu a acompanhei com o olhar enquanto ela cruzava a avenida, pisava na calçada e atravessava uns quarenta metros até mim. Me olhava fixamente com esses olhares dela de mulher confiante pra caralho, ela sabe que eu só vim até aqui por causa dela. Como eu diria que estava passando por aqui e decidi falar com ela assim... Do nada...? Eu vim porque eu quis e foi na mais pura das intenções de vê-la mesmo. Ela me mandou tantas mensagens falando em saudade que então eu decidi proporcionar um encontro.
Eu só queria vê-la.
Eu a aguardava em pé, só não fiquei andando de um lado pro outro porque me segurei bem na minha tentativa de não parecer tão retardada, fiquei feliz por controlar minha vontade de sair correndo e nem me propor a lidar com isso, não sou obrigada... mas eu já falei que só quero normalizar a minha relação com ela e seguir em frente, né? É uma busca incessante por paz, eu devo isso à mim mesma e amor, às vezes, pode ser um masoquismo involuntário do caralho. Mas hoje a sensação é de paz. Mesmo.
Esperei uns vinte minutos até ela chegar e estar dentro do meu campo de visão, o que já me pareceu metade da minha vida toda, todinha. Ela sempre parece demorar demais e hoje eu não quis subir até o nono andar e encontrá-la ali. Lembrei da placa roubada e ri sozinha, que se foda, foi satisfatório no momento e eu faria de novo, aliás não somente faria como farei, na melhor oportunidade que eu tiver. E nunca mais vou olhar pra placa sem lembrar do momentinho onde eu mesma estava desgrudando ela da parede e levando pra casa. Foda-se, foi engraçado pra mim.
E eu tô aqui, agora, porque eu quis mesmo vê-la e sei lá, tomar um sorvete, não quero vinho ruim hoje, nem graus alcoólicos, drogas que eu jogo aos pés dela, nada, nada, nem trepadas saudosas que deixam um cheiro no ar de "nossa história ainda não acabou", porque na minha cabeça isso já acabou e eu não quero nada demais. Nem mesmo quero ela, pra ser bastante honesta (comigo). Eu só quero dividir um beck com ela, falar sobre a vida, conversar, ser ouvida e escutá-la. Eu senti saudade dela e dos problemas de patriçoca de Beverly Hills dela. Não menosprezando, mas tudo nela é muito, muito fora da minha realidade e ver alguém com problemas que, pra mim, são banais me fazia achar graça, como eu disse irreais pra mim.
Ela ainda me deixa um pouco nervosa, ansiosa... Mulher quando é bonita demais tem esse efeito, como eu pensei um dia que só ela me deixaria assim? Curioso e pra ser bem honesta é delicioso saber - e lembrar- a quantidade de mulheres que me deixaram assim ou ainda mais "assim" depois dela. E eu me delicio com as possibilidades das mulheres que virão, ainda, porque eu gosto dessas conquistas baratas, de ceder às atrações que eu sinto e sou correspondida, gosto mesmo. Mas com ela... Com ela o frio na barriga e o sabor do errado na boca são eminentes e sempre soam errado sentir qualquer coisa. Não é só o lado positivo, tem o peso do negativo... Que é o que eu tento normalizar, tirar das gavetas pra não ocupar mais espaço. Eu só quero paz. E venho conseguindo até que muito bem, mesmo sentindo saudade de alguns pontos nela, nem tudo é amor, sexo e essas coisas, né? Não comigo, quer dizer, não comigo e com ela.
Enquanto observava ela fazendo o trajeto que é tão rápido e curto, mas pareceu tão longo, eu confesso que não sabia o que fazer com as minhas mãos enquanto ela chegava, eu nem sabia o que falar pra ela, eu não conseguia nem olhar fixamente, mas dessa vez os pés do rato que sou, estavam no mesmo lugar. Presos. Eu só não sabia o que fazer. Eu nunca sei na verdade, eu só queria ouvir a voz dela sem ser em um áudio, e a conversa sempre rende, mesmo eu não sendo a mais fã de interação social tããão prolongada assim com playboy.
Mas hoje eu me propus à isso... e além do mais, tem coisas que eu só faço por mim. Tanto faz.


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

ayúdame

E ela me atraía como algo que eu nem posso ter, mas queria. E num piscar de olhos eu estava exatamente onde eu gostaria de estar: totalmente nua na presença dela. Não me lembro das palavras que a fizeram adentrar meu quarto, se houve um convite ou se a noite foi apenas direcionando ela, comigo maluca de vontade dela, não me lembro do que eu disse pra ela até aqui. Mas ela estava exatamente onde eu eu gostaria que ela estivesse. Eu passei os últimos dias desejando tê-la exatamente assim... nua em minha presença também, então posso até dizer que ela é como um sonho bom. Uma vontade conquistada. Sei lá. Não me impressiona, já tinha flagrado uns olhares dela. E não que eu não tivesse planejado, e desejado, exatamente isso... Eu calculei - e imaginei - cada passo dela até mim, pra ser sincera. Só não esperava que fosse acontecer tudo tão rápido. Mas eu quis essa situação. E fiz de tudo para que fosse possível e realidade. Agora é pura apreciação.
E a filha da puta estava lá, segurando meu copo favorito com uma dose e dois gelos bastante derretidos... Tirei da mão dela, dei um gole e apoiei na mesinha. Eu amo whisky, a liberdade e vagabundas que nem eu.
Ela sorria aquele sorriso tímido que ela tem e que eu adoro, me olhava com os olhos que devoram, de sempre, os que eu gosto, também, e anseio. Era um contrapeso. Mas ela... Ela não conseguia esconder a cara de safada que tem, a vontade de tomar bucetada que ela sentiu naquele momento e por mim ela poderia me rasgar no meio que eu não ia nem ligar, só vai! Mas ela, calma, lá estavam aqueles olhares que me fodem sem nem ao menos precisar me tocar... aos montes, jogados e eu adorei, pra ser honesta, e os recebi como se fossem os primeiros, faziam minhas pernas tremerem. Deliciosos, assim como ela e como a gente. Os olhares dela foram os culpados por eu estar totalmente despida e maluca.
Eu estava totalmente nua, de costas, no colo dela. Eu a olhava no canto da minha visão, enquanto ela me fazia apreciar o momento com toques leves e provocativos... e eu via o ângulo mais lindo que já tive dela. A pele dela coberta somente pela luz vermelha do meu quarto. Meu bairro silencioso e sem graça do lado de fora. Virou minha memória favorita logo de cara.
Eu molhei as coxas dela num movimento lento de vai e vem porque, pra mim, já é impossível ficar parada normalmente, imagina o quanto foi impossível ficar parada enquanto ela me tocava, e eu somente desejando que seus dedos sobrestivessem logo a vontade absurda que eu senti de tê-la dentro de mim, naquele instante. Os dedos dela insistiam em deslizar lentamente sobre minhas tatuagens como se eu fosse uma obra de arte, ou pelo menos foi assim que me senti ali, naquele segundo, eu adoro mesmo o jeito que ela me olha. Como se quisesse me conhecer mesmo.
Caralho.
Eu escorria, acho. Pulsava.
Me senti inquieta por um instante, me senti praticamente incapaz de esperar até ela terminar de me tocar e passar a trepar comigo, no papo. E eu não fui mesmo capaz de esperar, me levantei rapidamente e ela tão rapidamente quanto eu se levantou também e me colocou de cara pra parede, instinto acho, nada seria mais rápido que isso, puro instinto, antecipou meus passos... Minha respiração já estava ofegante, eu dei uma risadinha como quem demonstra que já está dominada e é como se eu não pudesse evitar ou esconder a vontade que eu sentia dela. Não que não fosse óbvio o suficiente ou eu precisasse esconder qualquer coisa àquela altura, afinal ela estava nua e me caçando pelo meu quarto, né porra?! Mas a necessidade de provocação me fazia explodir por dentro, eu tinha pressa, vontade que não cessa, meu corpo e meus olhares eram quase como um pedido de ajuda.
Um grito por socorro mesmo. Achei que a qualquer momento eu poderia gritar "me fode" ou "socorro". Sei lá.
Mas ela... ela não me ajudou.
Os dedos seguiam sobre as escritas do meu peito até a Amy no meu braço direito, ela beijou, então, meu ombro, subiu pra nuca e escorregou pro meu pescoço com a língua... Foi impossível não virar para beijá-la, meu corpo parecia implorar por ela. Eu fervia. Me virei, minha língua encontrou o caminho para dentro da boca dela tão rápido que repito: sexo é a forma de se relacionar com alguém mais baseada no instinto que há. Nunca duvidei.
E então os polegares dela passaram a deslizar lentamente sobre as escritas abaixo dos meus seios, eu lambia os lábios dela como se eu fosse uma gata, enfiava minha língua na boca dela como se eu a desafiasse a concluir o motivo pelo qual ela estava comigo, naquele momento. Como se eu quisesse logo o resuminho, sem nenhum etapa antes. Tem mulher que a boca na boca, a língua na língua já me faz pirar, já me molha, eu já fico querendo tirar a língua da boca e enfiar em outro lugar.
Ela aperta meu quadril, me puxa pra mais perto, ela não é nada boba, me grudando nela, me olha, me beija. Me olha de novo. Esfrega a buceta dela na minha.
"Filha da putinha..." - ela sussurra - "Gostosa..."
Eu sorrio em resposta.
Eu, né? Sou mesmo. Vagabundinha com ímpeto.
Ela me beija enquanto desliza uma das mãos pela minha barriga, desce até minha buceta e entra, escorrega pra dentro de tão molhada que eu estava. Tira o dedo de dentro da minha buceta e leva a boca. O olhar dela perde totalmente a timidez. Eu mal consigo continuar o beijo depois disso, ela me ganhou, ela me encara, o ar parece mais denso, difícil de entrar pelas narinas mesmo. Tudo que há em meu corpo é vontade desesperada de dar muito pra ela e devorá-la, de volta, logo após. Sem pausa.
Ela volta os dedos pra dentro de mim e me beija em seguida... Eu rebolo para que os dedos entrem melhor, percebi o quanto isso deixou ela maluca, acho que ela não esperava que eu não passasse de uma vagabundinha mesmo. Ela gosta, mete mais forte. Me coloca de quatro, lambe meu rabo, não tem pudores e medidas. Ela sabe como me deixa fora de mim... E eu sou maluca por mulheres assim.
E quando eu finalmente gozo... É mais um pedido de ajuda... Ela não para. Queria gritar que não aguento mais, mas eu aguento... Aaah, eu aguento.
Me fez desejar somente uma mulher, mesmo que num milésimo de segundo.
Meu quarto quente segue inspirando paixões que passam rápido.
À essa altura nada mais se passa em minha cabeça, ela já domina meu cérebro, mesmo que só ali... E a ajuda? A ajuda não veio. Ainda bem.