quinta-feira, 27 de agosto de 2020

flor que cheira

"Quando a brisa passar a gente vai acordar juntin?" Ela beija meu pescoço e me pergunta... a resposta é claro que sim. Única pergunta que eu não fujo.
Um montão de meses que eu não a via. Nesse tempo todo de espaço umas vieram, outras se foram. Ela teve um lance mais sério que eu achei que fosse durar, lembro que isso fez eu estar muitíssimo próxima de sentir ciúmes e até hoje eu odeio o facebook por me contar.
Mas hoje... Hoje é um daqueles dias que terminam de um jeito que a gente não espera, quem diria? Assim que ela me avistou de longe, já veio com essa cara de safada que só ela tem, chamou meu nome, chamou meu vulgo, me deu aquele sorriso que eu reconheço de longe, carinha de filha de puta da espécie mais pura, do tipo que consegue fuder minha cabeça, minha vida. Ela sabe disso. E gosta... sempre foi dona de todo meu sim. Dou risada porque hoje ela atravessou todas as zonas de São Paulo na intenção de beijar a boca de alguém desconhecido, meia hora de baile me encontrou e vai encerrar a noite na zona que deve estar meu quarto. E o melhor é que foi ela mesma que escolheu assim.
Ela é brisa boa, é sorte, é paz. É furacão, mas eu lido bem.
Mesmo que a gente decidisse se manter careta na noite de hoje, a lisergia mais preciosa e duradoura é ela quem me causa, a gente se completa igual Psiké e Deloun, juntas somos explosão, amor, afeto, tesão e sempre uma psicodelia braba. Ela é uma fonte infindável. Olha que coisa mais maluca: saber que ela vai acordar comigo amanhã faz até eu curtir o bailão mais relaxada, eu acho graça. Essa mulher é uma graça. Ainda mais quando faz graça pro meu lado. "Calmô!" - a cabeça já avisa pro coração. Vai acordar comigo, amanhã tem um café preto e pão de queijo, tem meu beijo, uns biscoitinhos, tem bom dia e se eu der muita sorte ganho uma rapidinha no estilo "seja meu café da manhã", nada melhor que uma foda matinal e companhia pro meu primeiro beck do dia. Às vezes a gente até parece casal, mas ainda prefiro chamar de dupla. Daquelas imbatíveis. Dupla do tipo que transa em barraca de festival que ela gosta. Dupla do tipo que se encontra de quebradinha em qualquer viela de São Paulo.
Mas é isso... vou mandar mensagem pra amiga dela pra avisar que ela está comigo e pode pá. Meu celular vai direto pro modo avião, ela guarda o dela na minha bag e nada mais interfere quando eu tô com ela. Essa mulher cessa minha busca, brinca e se delicia com meus instintos mais sacanas, ela me desliga do mundo, me reinicia, me dá mais tapas na cara do que a vida.
Eu já fumei tanto do verde que meu olho já parece pesado, eu olho pra ela e ela tá japonesa, mas é certeza que já já ela bola outro. Carinha de Mia Wallace. Sei que ela gosta muito porque quando eu puxo o cabelo, lambo e beijo o pescoço, não passa nem cinco minutos depois e ela me quer firme, forte e ininterruptamente na buceta, explicitamente assim. O que ela me pede que eu não dou? Assunto nosso, comunicação direta e sincera é nosso foco. Eu seguro mais forte no quadril, beijo de novo o pescoço, ela arrepia, me lembra que a gente tá na rua e fala que eu valho bem pouco. Ela nasceu pra casar comigo, nasceu pra ficar comigo, quem falou isso foi meu pensamento e desejo egoísta. Único porém é que nós duas nascemos livres demais para estarmos juntas num estilo de relação clichê, mas eu sou tradicional demais pra querer dividir aquela mulher com alguém. Mas já está decidido: vou casar com ela na próxima vida porque nessa ela me fala que já perdeu as esperanças. Coisas da vida. Um segredo meu é só com ela eu posso ser eu mesma, de verdade, sem personagens e viver o melhor dessa vida. Pesos e medidas
Essa noite é só copão. 700ml, bebe um, bebe outro, divide o terceiro comigo... E dá-lhe água rosa pra segurar e equilibrar a minha brisa. Eu, ela, o jet de sempre. É verão, mas é meu dever cívico e moral fazer chover água de bandida em cima dela se ela quiser. Mas ela... Dispensa água rosa porque é tão fã-girl de dietilamida do ácido lisérgico, que eu só jogo metade na minha língua e a outra metade na língua dela. Minha pupila dilata, o foco é só ela comigo ali. Não importa minha lista de contatinhos ou a dela, entende? É coisa que só bate quando minha pele encosta na dela, aliás... ela é mó vício, mó linda. Ela é, possivelmente, a mulher mais gata que eu já beijei na minha vida.
O bailão segue atravessando a madrugada, a noite esquenta, serena, tranquila, enquanto ela me causa taquicardia rebolando em mim, e eu gosto assim. Ela quebra minha marra no meio quando dança aquele som que ela gosta grudadinha em mim. Ela ganhou meu coração assim, até bom lembrar.
Ano entra, ano vai e ela continua sendo a filha da puta da minha vida. Puxo pra mais perto e ela vem... me encosta, bebe do meu copo. A brisa bate, tudo junto. E eu tô rindo da cara dela agora, e ela sabe porque... Ela também ri porque sabe que só vai poder dar pra mim de quatro e de costas, só essas duas opções porque prometeu pra melhor amiga que não olharia mais na minha cara. Vai cumprir, mas vai gozar. Brincadeiras à parte, só eu sei o quanto é gostoso tê-la aqui. E sempre é bom lembrar que eu também venci juras de meses só porque eu senti tanta saudade e agora acho que ela sentiu também. A companhia dela me faz bem. Nem sempre fez, mas é impossível dizer que eu não gosto quando ela me chama. É impossível negar que eu não gosto quando a gente transa.
A gente é sorte e essa noite, aparentemente, é só isso que importa.



segunda-feira, 24 de agosto de 2020

nº12

Esse é só pra registrar, linda: eu passo tanto tempo pensando naquele seu beijo lento, no beijo tão gostoso que só você me dá logo após eu lamber sem nenhuma pressa o seu pescoço e você reagir lambendo meu queixo, sensação gostosa, delícia imensurável. Gata, cê é tipo sorte. Eu gosto tanto. Só consigo pensar em te devorar e enquanto eu penso, você segue lambendo meus lábios, meu rosto todo. É fazendo assim que você me ganha. Pareço uma gata, nada castrada e você me deixa no cio. Um cio particular, pessoal demais. Intenso pra caralho. Posso denominar assim? Você sabe me deixar louca, tão na sua, cheia de sentimentos incabíveis, mas tão naturais.
Fora de mim, sem querer você me faz querer você de um jeito tão particular... acho que não pra mim, mas comigo. Nunca longe.
Descobri que você em cima de mim é a medida exata pro meu prazer absoluto, vontade que explode, me deixa no alto igual fogos de artifício, tesão intenso em seu formato mais natural, normal você me causar isso. Me beija e me fode do jeito que eu gosto, complicado não se apaixonar, mas o problema, eu acho e se é que isso é um problema, é que eu quero o tempo todo, gosto tanto. E sempre quero mais. Não consigo cansar.
Me flagro pensando em você pra caralho, principalmente deitada em cima de mim, dentro de mim, fora de mim. Comigo, um encaixe tão gostoso que ao invés de matar a vontade que nasce funciona como gasolina, faz crescer o meu fogo sempre logo após apagar, muito rápido eu tô pronta pra outra e eu só sei querer mais e mais.
É você.
Eu penso tanto na sua língua invadindo minha boca e espaço pessoal, espaço esse que com você eu compartilho divertidamente, espontaneamente. Eu penso tanto no seu corpo quente, em como você molha, me molha, me encosta, me come e me olha. Você mata minha sede, penso muito também em como você me deixa enlouquecida por te dar prazer, por sentir você maluca e molhada na ponta dos meus dedos, escorrendo, seu corpo me mostrando que a gente tem encaixe, dá bom e multiplica minha vontade a cada vez que eu entro e saio, entro e saio, entro, seguro, dou um sorrisinho, te chupo, entro mais forte, mais fundo, mais rápido... entro e saio, tudo isso e depois uma pausa pra respirar, pra água e eu poderia repetir isso por uma noite inteira, você sabe disso? Quero te comer do jeitinho que eu acho que você merece. Entenda: portas e pernas sempre abertas pra você. Porque você é você, e você tem algo que te diferencia, te destaca e que me atrai. Eu fico sedenta pelo teu gozo, por você suada, por você molhada, tremendo. Pra mim, é desafiador tentar te comer até você não aguentar mais.... meu prazer basicamente se resume em maconha e você.
Você faz meu corpo arrepiar no beijo, tremer de nervoso quando você fica perto, sensações raras, você dentro de mim virou desejo e em toda oportunidade que eu tenho o resultado é sempre meu corpo te procurando e se encaixando nos teus dedos, saudade imensa de sentar no seu colo, saudade imensurável de bater uma com você dentro.
Gostosa.
Eu sentir saudade de beijar sua boca anda desalinhando meus chakras, fico mais perturbada que o normal. É falta. Saudade.
Como que pode?
Como que lida?
Esse eu escrevi só pra você não se esquecer de mim rs


domingo, 23 de agosto de 2020

coisa mais linda

Você é a coisa mais linda que já esteve na ponta dos meus dedos, a coisa mais gostosa e encantadora que já esteve na mira do meu olhar. Tenho certeza que você foi um trabalho bem caprichado de Deus, ou algo assim. O que é a beleza da La Gioconda, do Da Vinci, perto de você nua na minha cama depois eu dar uns dois? Papo reto e isso é coisa nossa, só quem viveu sabe. É tão interessante que isso nos seja particular, às vezes queria que fosse também, de certa forma, infinito. Quando te olho tenho vontade de parabenizar seus pais, mas parabéns pra você, nem tenho o que dizer. O jeitinho que você, sem pretensão, me perturbou foi de primeira, foi diferente, foi lá trás. E hoje você me faz adorar tudo que eu conheço e sei sobre você. Me faz querer mais e mais.  Verdadeiramente viciada porque você faz eu me sentir tão bem, você é igual a sorte, presente despretensioso do destino, sou toda apaixonada pelas sensações que você me causa. Coisa bem louca sentir tudo isso assim... dessa forma. E você é, de fato, a coisa mais linda. Sensação deliciosa que pra mim vai bem além de quando estamos sem roupa. É o frio na barriga, ansiedade pra te ver, uma vontade de acelerar o tempo, pular cada dia e cada hora até dar aquela em você chega, quero acelerar o tempo até você querer chegar, enquanto isso fico torcendo por qualquer momento onde eu possa ter você debaixo dos meus olhos compartilhando comigo a minha luz vermelha, você na minha frente é o suficiente pra fazer aparecer meu nervosismo bobo... O de sempre. Mulher DEMAIS pra mim.
Eu adoro, adoro mesmo o formato da sua boca, o desenho dos teus lábios, e acho lindo como eles ficam ainda mais lindos encostados nos meus, te acho a coisa mais linda. Adoro quando você deita em cima de mim, parece que se eu te abraçar bem forte, você não vai sair dali. Eu amo seu cabelo, sou maluca desde a cor até pelos momentos que eles estão entre meus dedos, adoro meus dedos na sua nuca, adoro meus dedos no seu corpo, adoro tatear você, bagunçar você, e adoro quando você encosta em mim, seu toque tão leve, macio. Mas que me transpassa toda vez. Sou boba por você e acho que você consegue ficar ainda mais gata a cada vez que eu te vejo, adoro sua pele, suada ou não, adoro o cuidado que você tem comigo, adoro seu cheiro e amo tanto quando ele fica grudado no meu edredom, no meu corpo, rosto e nos meus dedos. Às vezes sou capaz de sentir um dia inteirinho de saudades de você.
Adoro seu bom dia, seu oi, seu olá... Qualquer coisa que venha de você. Saiba que à qualquer hora você é sempre bem vinda. Fica o convite... então só vem?
Adoro sua altura, principalmente porque você me olha nos olhos quando estamos frente a frente, me encara, me devora com o olhar e eu sou recíproca, adoro seu formato, sou apaixonada por você dentro do meu abraço, espaço perfeito. Sou apaixonada por cada traço que tem seu corpo. Coisa mais linda, coisa mais louca.
Adoro sua risada, pessoalmente ou em um áudio no whatsapp. Adoro seus áudios, só pra reforçar!
Sou fã de cada uma das suas piadas, seu humor tão bobo e seu, mas que casa tão bem com o meu, adoro sua voz, adoro quando você fala, amo te ler, mas adoro ainda mais sua voz me contando qualquer coisa.
Amo seu gosto musical e adoro quando me manda alguma música porque de algum jeito aquilo te lembra de mim. Adoro, também, as indicações de filmes e séries que você me dá, mesmo que eu seja convicta que não vou ter paciência pra ver quase nenhuma, adoro a atenção que você dispensa em cada indicação. Talvez eu veja só pra te ver sobre o que falar com você. E porque você é importante.
Amo a conexão que temos no sexo... Parceria gostosa que me deixa no alto, faz eu me sentir tão bem, tão foda nessa foda intensa que você me dá, prazer que se inicia no momento em que você adentra meu quarto e me olha sorrindo... e eu te aprecio feito uma obra de arte, nua e sob minha luz vermelha, debaixo dos meus olhos e olhares, a pressa que eu tenho de te beijar é mais uma coisa em mim que é bastante previsível. Somos uma dupla e tanto, é você e eu, a playlist e a luz vermelha e não dá pra desejar estar em outro lugar. Não quero mais nada, não quero querer mais nada, não dá pra querer mais nada, só que o tempo ao seu lado passe o mais devagar possível, ou até mesmo pare.


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

coisas que eu não denomino

Eu sou enlouquecida com esses teus olhares receptivos que me soam como explosivos quando encontram os meus tão convidativos... É. Eu vou escrever sobre você de novo porque você é sensação tão boa, tão gostosa, eu vou resistir? Preciso me fazer de difícil e negar que te quero sim? Fico enlouquecida pelo seu corpo que pra mim é a porta de entrada pro meu paraíso mais intenso e eu não tô aumentando nada, mas de fato com você é mais gostoso. Vontade insana de uma mulher, de um beijo, de um corpo, dos teus dedos em mim e na sua língua somente a minha língua, minha buceta e metade de um doce qualquer. E dividir um doce com você é diferente também. Cultivo a famosa vontade de alguém em específico, interesse louco, inspiração intensa. Você faz meu gozo ficar mais gostoso quando mete em mim e me olha, eu te olho de volta e imploro: "me fode?" E você sempre consegue me dar exatamente o que eu peço, incrível. Adoro sentir você dentro de mim, tô viciada? Não só isso, eu digo mais! Eu tô: viciada e maluca. Eu até sei mais ou menos como nadar... mas gosto mesmo é de me afogar em você molhada, sem colete, meu rosto entre suas pernas e só isso basta pro meu cérebro não processar mais nada e nem se eu quisesse também não conseguiria pensar em mais nada que não fosse você. Ali. Comigo. Molhada, tão linda. Você rouba a cena. Sua pele sob minhas luzes e eu tenho o contraste perfeito. Coisa mais linda de ver... coisa mais linda.
E quando eu tô dentro parece que seu corpo me engole, mas sou eu quem quero engolir você. E vou. E faço, não tenho dó. Amo dar tapa na sua cara, amo dar tapa na sua bunda, mas nada, eu juro, nada se compara ao milésimo de segundo em que eu entro em você e te assisto virar lentamente os olhos, tão bom, único e especial te comer no talento e a gente perder até noção de hora.
Eu fico enlouquecida assim, com tudo que você me faz... Não tem nada parecido com a reação do contato entre dois corpos que tem química, entre gente que dá liga. Típico de nós. Típico de quando você encosta em mim. E só eu sei o quanto minha pele anseia pelo seus dedos e seu toque aqui.
Mulher... Saiba que quando você me fode você o faz com maestria. É 10/10. Às vezes parece que de alguma forma você já me conhecia, tão deliciosa no que faz e acho que isso é até parte de eu ser viciada em você. É importante falar que eu só faço tudo com você do jeito que eu faço porque quando eu encosto em você minha vontade é o que me guia. Eu amo quando sinto você molhar meus dedos, e a meta toda vez é sempre ficar dentro de você até sentir você derreter, desmanchar. Desaguar.. Acho que essa é a palavra que melhor define o que eu quero. Você é gostosa e aqui, nessa linha, eu não encontrei outra palavra, não tem melhor definição... Você é gostosa. Daquele tipo de gostosa que invade a cabeça da gente, invade o pensamento. Será que você pensa em mim o mesmo espaço do dia que penso em você? Sei lá, mas a cada gozada sozinha que eu dou longe de você percebo que as memórias queimam em mim como brasa, e eu acho que ninguém precisa chutar. Eu sou puro combustível e até sozinha queimo tanto... Adoro sua companhia e também quando você apaga meu fogo usando saliva. E tudo entre nós tá tão gostoso assim...
Você me come firme em qualquer posição, sentada na cama, deitada e de qualquer jeitinho você me faz querer te comer ou te dar bastante em qualquer posição, também. Se eu for pra frente ou se eu for pra trás não importa... É bom ter seu corpo como apoio e você se conecta ao meu corpo do jeito que for.
Embarco em toda possibilidade que me é dada porque gosto, tanto, e tanto.. Tenho saudade de você da cabeça aos pés. Sou louca pela sua boca, sua pele, tudo em você. Adoro, quero...
Saiba que eu tô minando saudade pelos meus poros, vontade de nós, meu corpo tá querendo você, eu tô querendo você. Saudade do teu beijo na boca, até você do meu lado me deixa louca. Tô um poço de afeto, transbordando paixão involuntária mas consciente, sem alarme!
Ninguém se perdeu por aqui.
Meu objetivo é ser motivo desse seu sorrisinho gostoso/sem vergonha que você me dá em particular, meu objetivo é ser motivo dessas bochechas coradas quando me chupa ou quando eu beijo seu pescoço e o clima esquenta e esquenta seu corpo, esquenta meu corpo. Prazer que se apresenta quando eu gozo na sua boca ou quando sento no seu colo e lambo seu rosto. Me deixa ser sua válvula de escape, uma porcentagem safada e deliciosa da sua felicidade, seu refúgio, eu sempre vou ter um abraço apertado e longo esperando por você. Eu sempre vou ter uma mão firme pra te dar um tapão e meter forte porque a minha teoria é que equilíbrio é tudo.
Permita-me, permita-se. Prometo ser tua enquanto comigo você estiver e até mesmo porque quando eu tô longe sinto sua falta, acho que posso denominar como falta, saudade mesmo. É louco, sentimento de carinho, cuidado e respeito que eu nem mensuro porque se eu der título ainda acho pouco e além do mais eu sou ruim demais em titular as coisas. Te denomino como "meu xodó" e acho que fica tão bom assim, carinho sem fim, e na mesma medida um tesão gigante que ganha altura em cada sentada que a gente se dá, ganha altura em cada vez que você roda a cama comigo, faminta. Se agiganta em cada olhada que você me dá, que derrete meu coração e minha braveza... Eu gosto de tudo em nós, como que pode? Como a gente não enjoa? Fico ansiosa sempre pela próxima vez, pelo próximo beijo, pelo próximo toque. Você me deixa só sorrisos e me arrepia dos pés à cabeça, às vezes usando somente palavras e você sabe que nem precisa gastar muitas delas comigo.
E eu já ganhei minha noite se você leu até aqui e agora tá aí... do outro lado da tela, sorrindo.


domingo, 9 de agosto de 2020

todo verão tem seu fim

Quem poderia prever que depois de tanto e tanto tempo me pareceria tão estranho e fora da minha normalidade vê-la novamente? Eu nunca. Mas depois de uma curta viagem que eu fiz propositalmente sem pressa, observando e curtindo mesmo a paisagem... eu estava lá, dentro do elevador a um passo de satisfazer a mais um desejo dela: me ver e finalmente ter a conversa que eu sempre pedi e ela nunca permitiu que tivéssemos. Eu sempre fui ótima em satisfazer com primor as vontades dela. Ela já me teve nas mãos, nós pés, no corpo todo... ela me teve, de fato. E agora eu tô aqui travada na porta do apartamento dela, me perguntando qual será a necessidade dela dessa vez? Suponho que deva ser a mesma sensação que eu tive quando do nada eu acordei um dia, cortei a cocaína, comecei a expressar um comportamento menos violento e egoísta, e senti uma necessidade estranha de pedir desculpas para todas as mulheres que eu achei que já tinha magoado na vida. Namastê, paz, amor, good vibes e toda essa porra aí. Ela deve estar sofrendo dessa mesma síndrome, aquela coisa toda de se sentir melhor consigo mesma. Eu cedi pra ideia dela, assumo. Sofro do mal da curiosidade, mesmo que no dia de hoje minhas expectativas sejam nulas em relação a nós e a essa conversa. Acho que perdi o tato e pra ser bem sincera... eu nem sei porque vim. Será que é só gato que morre por ser curioso? Não sei. Só sei que eu tô aqui agora... Apertando a campainha, doida pra saber o que vai acontecer quando ela abrir essa porta.
Trouxe o vinho barato, curiosamente o preferido dela, e duas taças. Ela vai estranhar o fato de eu ter trazido as taças porque nunca nos atentamos nisso, vinho, droga, praia, água com sal, qualquer coisa era só um mero pretexto pra gente se encontrar em algum cantinho do mundo, sem sentir o mínimo (ou quase isso) de culpa, sem assumir que o que mantinha a gente com tanta saudade e proximidade era a simples vontade de estar em companhia uma da outra, só isso e mais nada. E sem dúvida a gente vai tomar esse vinho até em copo descartável e fumar um baseado pra acompanhar e a questão é justamente essa, não teria como ser diferente disso, levando em consideração que nós costumávamos formar a dupla mais suja de todas as festas que fomos, era legal exalar atração e tesão ao lado dela, sujeira mesmo. Era dez minutos de beijos sujos e indecentes e já era. A gente era realmente sem clichês, sem tabus, sem limites... éramos o casal que fodia no banheiro de qualquer balada, pra começo de conversa. Péssimo eu assumir isso assim, de cara limpa. Mas é sempre bom deixar claro que eu só tô aqui porque ela foi o melhor pretexto que eu arrumei pra vencer todo o sentimentalismo pessoal que eu tenho de descer a serra. Eu funciono muito melhor quando faço apostas ou desafios comigo mesma.
E cá estamos, afinal. Eu respiro fundo, ela abre a porta e a gente se encara por alguns segundos. Minha cabeça me lembra que eu só trouxe o vinho porque ela disse que precisava dessa conversa e eu queria deixa-la tranquila pra falar, porque eu queria escuta-la mesmo que eu não tenha pensado em nada relevante pra falar, talvez eu conte algo muito pessoal que ela não sabe e ela faça aquela cara dela de surpresa que eu costumava adorar, ou só concorde com tudo que ela falar. Talvez eu faça piadas ruins e ela morra de rir. Eu não sei exatamente como vou me sentir porque eu estive tão distante dela nesses últimos dois anos, vivendo dia após dia excluindo da minha vida todo e qualquer resquícios da presença dela, muitos ciclos que eu abri e fechei, muitas horas de conselhos e clareza pra cabeça pra entender que ela e eu não tínhamos mais nada. Deu certo. Eu concebi a ideia e a minha cabeça acabou bloqueando tudo relacionado a ela. Eu não sei nem dizer onde que a gente errou ou se realmente ela me fazia mal.
Eu nem sei porque eu vim, acho que arrependida de estar aqui nem é o sentimento correto, acho que talvez eu só não faça mais parte do cenário da vida dela, como um todo. Talvez ela fosse ótima e o problema de fato fosse só eu sendo uma filha da puta 24h por dia.
Eu vivi muitos e muitos dias sem ela. E cada dia foi ficando mais cômodo, cada dia meu peito tempestuoso e apertado foi ficando um centímetro mais confortável. Depois dos primeiros dois meses eu já achava que tinha vivido tempo suficiente pra não me lembrar mais do quanto ela me lembra o verão, tem cara de verão, pele de verão, tem cheiro e sabor de água com sal... que saco. E em todas as vezes que eu a vi na vida, ela riu e me falou que ninguém que nasce aqui nessa cidade usa calça jeans. E tudo bem.
Só é mesmo, de verdade, estranho estar aqui. Parece que eu acabei de jogar fora todo um trabalho de muito tempo. Compensa saber que quando a brisa do baseado bater nós vamos rir umas cem vezes lembrando que minha irmã achava que ela podia ir à escola de biquíni? Não sei. Compensa escutar tudo que ela tem pra falar mesmo que não mude em absolutamente nada a trajetória? Compensa eu estar aqui sabendo que eu prefiro a mulher que eu me tornei longe dos olhos e olhares dela?
É, pois é... eu respiro fundo, ainda tô parada na porta pensando que ela tem mesmo a cara desse lugar, ela me remete a tudo isso. Acho que ela é fundida a esta cidade e vice versa, como se ela pudesse rodar o mundo e e ainda assim se manter local daqui. Ela e esse lugar são a mesma coisa. Estranho como consigo lembrar com bastante precisão de estar aqui, agora não é nem lembrança dela em si, mas do lugar, do nono andar, de eu estar aqui, exatamente aqui... Nesse limite entre o corredor e a entrada do apartamento. Lembro com exatidão de não saber mais quantas vezes eu já atravessei esse mesmo limite da porta com o meu corpo colado no dela, com a minha boca colada na dela. Tantas vezes ao ponto de eu achar que eu seria capaz de paralisar aquele momento pra sempre. Não fui... e ficou uma coisa cheia de pontas soltas. Aquela conversa mal resolvida, aquelas palavras mal interpretadas. Um bololo no meu estômago. Que saco.
Eu não sei porque eu vim. "Entra?" - um sorriso que estampa agora metade daquele rosto. Caralho. Bastou ela sorrir? Alto risco de (re)apaixonamento, eu sei... Mas hoje eu vim protegida, com a minha armadura anti mulher maldita e filha da puta.
Olho pra sala do apartamento e quase nada mudou, talvez o sofá, cortinas... Nossa foto continua no mural, até me sinto especial. Odeio pra caralho quando as coisas mudam drasticamente, mas tirando eu, minha cabeça e meu interior eu poderia afirmar que de resto tudo segue a mesmíssima coisa, pela sala mesmo já reconheço os cantos onde fabricamos diversos dos momentos quase eternos que eu capturei... vários deles! Perdi ou apaguei a todos depois de tudo. Admito que observo tudo. Sempre fui muito quieta, observadora porque minha cabeça fala muito e às vezes nem eu consigo acompanhar. Me lembro de tudo porque acredito que seja humanamente impossível a mente humana conseguir apagar 100% da pessoa, dos resquícios, dos traumas (que geraram uma dificuldade tremenda no apego depois) e dos momentos bons. Mas sei que dela não restou quase nada, admito que alguns momentos ainda mantenho na memória, foram mesmo momentos onde nossa vibe era tão nossa e única que e eu me sentia tão bem que seria impossível me sentir bem o suficiente de novo e hoje, olhando-a como duas mulheres adultas que nos tornamos eu tenho certeza que já me senti muitíssimo bem na mão de outras mulheres também, com muitos e muitos outros sabores e energias que vibraram tão em sintonia comigo. Eu juro, achei que nunca fosse chegar um momento onde eu fosse me olhar no espelho e ter a absoluta certeza de que não sinto a falta dela.
A Lua de hoje, sábado às 23h24, brilha igual a muitos outros sábados que dividimos o mesmo tempo, o mesmo espaço, a vida, e de novo eu na sacada... tomando o vinho que eu trouxe, rindo dos white girls problems dela, enquanto ela fala eu me pergunto como pude pensar que ela era o amor da minha, talvez ela seja mesmo o amor da minha vida. Se é que tem isso na vida da gente. Conhecê-la tão bem é a minha armadilha mental, mas eu sempre me burlo e acabo saindo pelas beiradas, à francesa. Eu não quero mesmo me permitir cair nessa história de novo.
Eu nem sei porque eu vim.
Já escrevi sobre ser o rato que foge dela, e acho que prefiro continuar rato. Mas ela... Ela ficou tão linda e charmosa com o passar dos anos. Ouso dizer que ela nunca esteve tão linda, mas olhando de perto também posso afirmar que ela está linda como sempre.
Ah, e ela também propôs taças!
Nem.
Sei.
Porque.
Eu.
Vim.
Agora eu tô só pensando que nunca vou esquecer também que tínhamos o horrível e delicioso hábito de descer e transar na areia sempre antes do fim da segunda garrafa de vinho, eu nem bebo, e sempre bebi só pra entrar na onda dela e eu com certeza a odeio até hoje por me fazer transar com ela sem no mínimo eu ter lavado as mãos antes. A gente fazia tudo no impulso, de cabeça quente, sem pensar... Um montão de minutos inteiros com adrenalina da mais pura correndo nas minhas veias. Com ela tudo sempre foi acima do necessário, tesão, amor, raiva, ciúmes e todas as coisas que vieram após. O que vinha dela parecia que o impacto era cinco vezes maior que o normal. Agora eu penso que se eu fosse a mesma mulher que sou hoje jamais me permitiria tanto risco.
Ela me fala em saudade, afeto... Amor. Embolada, falando tudo de uma vez, normal, mesma coisa aqui. Deve ser coisa de quem pensa rápido demais. Me fala dos planos, do que rolou com o passar dos anos, com o que ela sente, com o que deixou de sentir, das mulheres que ela se envolveu, vários flashs dela bem louca, dela comigo, dela sem roupa, dela e só dela. Uma noite inteira de risadas e perguntas sinceras "Alguém te comeu que nem eu?" Ela pergunta.. Egóica, filha da puta e até mais do que eu, por isso nunca deu bom. Até quando é sobre mim, acaba sendo sobre ela.
Ela dá risada, e eu não sei porque eu vim.
"Algumas, principalmente a última, até te supera." - não menti.
E eu... eu ainda não sei porque eu eu vim.
Mas é bom, enfim, ter paz ou algo que o valha... E a plena certeza de que não muda em nada na minha vida eu estar aqui.
Câmbio, desligo.