terça-feira, 15 de julho de 2014

O nome dela é...

Existe algo que me prende no seu sorriso... Você sabe.  E eu queria começar deixando isso claro. Existe nesse teu sorriso algum tipo de ímã natural que me faz querer estar perto de ti. Eu amo teu sorriso. Eu amo teu cheiro. Eu acho que amo até seu jeito de me deixar irritada quando você quer (E você parece sempre querer). Tu sabes que vence qualquer coisa com o teu sorriso? Eu sei que você sabe. Eu não sei exatamente o que sinto quando te vejo sorrir e muito menos o que eu sinto quando você está perto, e mesmo que eu pudesse explicar eu mal saberia usar as palavras pra expressar tamanha importância de você na minha vida hoje. Sem rótulos, meu amor, nós não precisamos de rótulos, eu acho. Mas me responda minha moça: Querer estar perto de alguém, querer proteger essa pessoa é uma forma de amor? Seria esse amor válido? Sabe quando você sente um sentimento tão bom pela pessoa que você simplesmente desapega de qualquer rótulo, de qualquer outra coisa? Ah. E agora? É uma forma de amar alguém? E quando você passa a achar tua baladinha preferida um saco só porque a pessoa não está por perto? Ou quando você se vê ao ponto de largar qualquer festa, qualquer encontro com os amigos só pra ver um filme ruim com a pessoa? É normal você desejar ouvir uma música que você odeia, mas quer ouvir só porque a pessoa gosta e vocês ouviram juntas? Você já sentiu uma sensação de vazio depois que a pessoa te dá boa noite e vai dormir? É normal você vê algo tão legal que você precisa mostrar pra pessoa e você sabe que ela vai rir e o mais engraçado: você quase consegue ouvir a risada dela e isso te faz bem, isso te acalma? Tá. E agora? Se isso não for algum tipo de apaixonamento, juro que nem sei o que é... Tu sabes que leva somente 0,2 segundo pra se apaixonar por alguém? Mas sem rótulos, meu amor, eu juro.
Isso pode não ser amor e tudo bem se não for! Eu não preciso ser o grande amor da sua vida, só ser o motivo do seu sorriso HOJE (e com sorte amanhã também) já está de bom tamanho pra mim. Agora... Sorria-me antes de eu ir dormir.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

Você estava certo, Jair.

São Paulo, 02 de Julho de 2014.

Você estava certo, Jair... Ela não ficou. 
E desculpe-me por ter duvidado das suas palavras, meu caro.
Escrevo-te pra dizer que ela está agora em qualquer outro lugar onde há toda felicidade do mundo jogada aos seus pés, acredito que era exatamente essa a necessidade dela: se alimentar de amores vazios que ela encontra facilmente por aí, ela precisa queimar olhares pra sentir-se bem e o máximo que eu poderia queimar com ela é um baseado, convenhamos.
É, eu continuo aqui, presa na cidade cinza. Aqui não tem cor de nada, não tem o sorriso dela achando graça das minhas manias idiotas e nem o perfume dela grudado nos meus poros. Dos poros ao pó.
Acabou Jair.
Acabou e daqui não posso amar, aqui não tem mar, aqui não tem amor. Não existe amor nem quando eu olho pra dentro de mim, Jair, consegues tu imaginar o quanto isso tem sido desesperador? Uma grande tela branca sem sentido e sem rumo. Eu ando me assustando com a superficialidade das coisas, eu queria ser daqui dessa cidade cinza, ser cinza também e entender porque as pessoas não se olham. Elas se vêem, entende Jair? Mas elas não se enxergam. O amor aqui parece invisível aos olhos de quem me vê, ou talvez de fato já não haja amor incumbido ao meu ser. Eu achei que o amor fosse algo real, me digas tu meu velho: Tu já conseguiste tocar o amor? É algo palpável? O amor tem um gosto? O amor tem uma vista bonita como olhar dentro dos olhos tempestuosos daquela mulher? Que som o amor faz? O amor tem um cheiro doce? Platão tinha razão quando concluiu que o amor era uma grave doença mental? Não te esqueças de me responder.
Eu continuo presa às correntes que ela me impôs, a chave ela deve ter mastigado e engolido junto com um pedaço do meu coração. Eu acho cafona sofrer de amor e eu já nem tenho mais idade pra isso, convenhamos. Mas ela chegou ao fim e eu ainda estava na metade, na metade que ainda me pertencia. Pelo menos algo em mim ainda me pertence, mesmo que tudo que me pertença sejam todas as coisas que eu mais quero me desfazer. Por que diabos eu não lhe dei ouvidos e acabei por colocar aquela garota num pedestal? Ela é fria, Jair, tal como Agosto. Ela não levou sequer vinte segundos pra sair desta casa, dessa casa que era nossa casa, que tantas e tantas vezes a ouvi chamar de refúgio. Bateu a porta, me olhou com dó e disse que eu encontraria um novo amor. Sigo desacreditada de tais atitudes. Ninguém foge do refúgio, porra.
Vou encontrar qualquer outro alguém, eu sei Jair. Mais dia menos dia meu coração ainda vai esbarrar em algum outro novo sorriso por aí, mas por enquanto o máximo que tenho feito é sessões de reapaixonamento enquanto releio todas as cartas que ela já me escreveu na vida, e revejo os vídeos, as fotos, tudo. Malditas sejam estas cartas que ela escreveu e as memórias que ela criou com tamanha perfeição que agora não saem mais da minha cabeça, mil planos planejados por nós. Ela saiu pela porta e esqueceu de levar com ela tudo que me lembra ela, todo esse acumulo gigantesco de memórias e mais memórias. Malditas sejam as memórias daquela mulher que me persegue, me acua.
Diga-me: já conseguiste pensar na resposta para minhas perguntas sobre o amor? Na minha concepção o amor nada mais é que essas palavras que eu vomito por aí, mas que se baseiam todas nela. 

Eu nunca tive nada na minha vida, nem foco, nem rumo... Nada. Vinha na estrada da vida há 200km/h quando bati no muro que é aquela mulher e parei por ali. Grande coisa, tu vais vai dizer aposto. O amor, ou aquilo que eu chamo de amor, se deu mesmo quando ela sorriu pra mim e eu me esqueci de perguntar qual era teu nome ou telefone, e depois me tocado disso, temendo que eu nunca mais voltasse a vê-la em uma nova oportunidade. Eu quase não acredito que a encontrei. O abraço dela era um lugar só meu. Porto seguro, amor infinito, ou quase infinito. O amor era isso. O amor foi isso. O amor era cada post-it colorido colado na parede do quarto porque ela sabia que minha memória era ruim, cada bom dia, cada novo olá, cada novo eu te amo. Hoje o amor se ausenta em cada carta que eu nunca recebo, em cada sorriso que eu não vejo. Não me venhas com essa de que o amor é lindo, que o amor é algo bom, que o amor é como música. Por que tu nunca me disseste que o amor tem prazo de validade, meu caro?
O amor acaba?
O amor realmente pode ser uma bossa, Jair. Ou uma bosta.