quarta-feira, 17 de setembro de 2025

PNFCUPM,S? - parte sete

7

Ainda te escrevo, flor.
Qual seria o propósito das minhas cartas de amor, se não fossem lidas por você?
Ainda sorrio quando pronuncio seu nome no silêncio da minha saudade.
Vai ver o amor é isso, flor.
É o eterno... ou quase
"Ou quase"
Coisa chata.
Tudo que desejamos, mas não fomos.
É a saudade da sua voz e seu sotaque gostoso e cantado no telefone.
O amor pode ser isso, mesmo.
Uma imensa e chata saudade.
Uma distância respeitosa.
É. Sei lá.
Mas às vezes ainda me pergunto: que é que há?
Você é o ímpeto, flor.
Não quero que sejamos pra sempre o quase.
Você me entende, de verdade?
Não quero ser antagonista da minha própria vontade.
Flor, o amor é isso mesmo, será?
É te querer um tanto, mesmo sabendo que você não vem...
Mas deixar queimar em mim o desejo incessante.
e a esperança de que você venha, sim.


Share:

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

filha da puta por que cê me faz ser tão piegas?

Tudo à minha volta rodava um pouco Era sei lá, duas horas da madrugada de um sábado frio. Mais uma vez essa história de contar a memória do que acontece com duas mulheres dispostas e no cio. Nós duas, sempre, a cara de sem vergonha que ela tem, e a minha zero consciência e noção quebrando promessas que só existiram por alguns meses. A gente é farinha do mesmo a vácuo, no fundo, somos iguais. A gente se merece... a gente só não se reserva.
E é importante destacar que quando se trata dela, tudo me atinge de um jeito impulsivo mesmo, meio na pressa, na vontade, na loucura, na sorte... Sempre assim. Na oportunidade mais oportuna. Fazendo umas loucuras cada vez mais loucas e absurdas que quase beiram o arrependimento depois. Ainda bem que je ne regrette rien.
É que no fundo acho que gostamos de descobrir o que cada encontro nos reserva, cada vez que nos encontramos é como entender e aceitar que a sorte atravessou nosso caminho.
E posso falar?
Queria explicar a sensação deliciosa que é essa mulher desfilando quase nua sob o meu olhar por aquele apartamento branco do nono andar. Ela colore meus pensamentos e diverte o meu paladar.
Nada muda e possivelmente nunca vai mudar.
Nada NUNCA muda por aqui, entende? Quando se trata dela, o amor é infinito, intenso, único, real.
Eu vivo a minha vida e experimento outros lábios noites afora, mas tudo aqui dentro continua igual. Revirado e intacto. Bagunçado e ainda assim, bonito. E eu já nem posso ficar loucona, fumar maconha, tomar doses e mais doses daquele vinho barato, dropar um quadrado. Porque quando eu fico loucona eu acabo espalhando meu amor por toda sua cama, assistindo de camarote ela me comendo com ciúmes à flor da pele, estampado no olhar, mas ainda assim jurando que me ama. Fala que eu tô com o cheiro "daquela filha da puta", mas a filha da puta dessa história sou eu, assumo essa culpa. Sempre foi, eu sei.
Enfim.
Enfim.
Enfim.
Essa mulher fica cada vez mais linda, ano após ano. É foda. E perigoso pro meu ego.
Mas... lá estávamos nós, conversas animadas sobre tudo um pouco, playlists escolhidas pra nos deixar com vontade de fazer tudo que foi gostoso de novo. Um baseado, um vinho barato e o vento forte invadindo a sala, levando embora a fumaça da maconha, os problemas, as mágoas. Ela diz que agora tudo são águas passadas, então pra hoje eu nem quero mais nada, aliás eu nem preciso de mais nada. Eu entendi que aquele sentimento ruim que eu deixo ir não me visita mais.
Então assim eu tenho paz, ela no alcance do meu tato, a cabeça cheia de vinho com maconha, um corpo cheio de digitais e saliva dela, fazendo eu me esquecer das nossas despedidas cheias de amor, de tudo o que passou porque nós sempre teremos a sorte de um reencontro cheio de saudades.


Share:

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

hello, stranger

Ela me disse que eu tenho um.jeitinho de mulher que não vale nada, cara de quem vai partir seu coração a qualquer momento. Acho graça e mal sabe ela que eu sequer penso direito sobre isso. Eu só vivo.
Cada segundo. 
Mal sabe ela que desde que eu senti essa mulher na ponta dos meus dedos eu me sinto emocionalmente investida e interessada.
Penso nela e instantaneamente me vem uma vontade absurda que intensamente me toma.
É instintivo pra mim a provocação e muitíssimo incrível a sensação que me causa ter aquela mulher na minha casa depois do bar, depois de roubar meu juízo por uma noite quase toda, depois de me fazer imaginar e desejar, também, todas as sacanagens possíveis que minha mente é capaz de criar quando ela encosta em mim, quando me beija, enfim... quando ela faz tudo que quiser comigo, me suprimindo ar e me tirando tudo o que me veste, na pressa de quem não tem mais nada relevante fora do quarto. Cerveja, buceta e maconha. Não importa a ordem.
Ela é o combo perfeito pra minha noite ser feliz.
Uma entrega mútua.
Eu amo aquele cheiro de filha da puta.
Seu beijo molhado com gosto de maconha e cerveja.
Seu cheiro de creme de cereja.
Aquela expressão deliciosa de safada, me permitindo uma aproximação, vivendo toda essa vontade que nos atravessa, sem pressa.
O momento mais valioso é aquele que divido com ela, a coisa mais gostosa da vida pra mim é a risada dela preenchendo meu quarto.
Isso que é foda.



Share: