terça-feira, 30 de julho de 2024

untold sessions #4 - não preciso dizer a quem se refere

não, minha joia, eu não te quero!

o tesão está justamente aí: em não te pertencer nunca mais
Mas sempre vou ser a sua melhor ex, tá?
Depois que terminamos, eu nunca mais te quis, entende?
Eu só quis entrar em você

F e r v o r o s a m e n t e

Só quis e, ainda quero, minha mão no teu pescoço
E satisfazer todas as suas vontades
Ou quase todas
Por mais estranhas que elas sejam

Eu nunca te quis
E também não quero que você me queira
Eu só quero escrever sobre a vagabunda que eu posso ser com você
E te fazer chegar cada vez num orgasmo mais alto
até seu corpo ter espasmos involuntários
E eu te botar sentada nas minhas coxas, na cama
Você gosta, linda? Eu sei que sim
e não sou eu quem diz:
nada mais claro que o seu corpo implorando por mais um pouco

S a b o r o s a


Eu te conheço
Você me conhece
Não esqueço teus lábios me provocando aquele dia de verão no rock club, sabia?
Sua semi nudez
E você colada em mim
Nossa embriaguez que me fez ter vontade de te lamber a cara
e te foder sem dó naquele banheiro imundo mesmo
ou te beijar a boca enquanto
apenas desejava mais uma dose de whisky e mijar, na fila do banheiro

Bêbada e sem educação, eu cuspi o chiclete no chão, com seu olhar na minha direção eu praticamente ouvi você me dizer
"bem poderia me cuspir a cara"
Aquilo não foi uma provocação, foi somente minha má educação
Mas é esse o seu gran finale, né?

Então vamos trepar mil vezes até eu te dar o que você quer?

Meu fetiche é me fazer de sonsa, acho

Mas meu problema não são suas vontades estranhas
E sim suas coxas quentes e amorenadas, seu delineado, seu dente prateado e sua vontade de me roubar a paz, teu rabo encostando em mim em toda oportunidade que tem
E seu jeitinho de me comer com intensidade ímpar
Cheio de interesses instintivos

Quando eu tomo ácido, eu juro que toca seu gemido na rádio
Me pedindo mansinha pra ir "um pouco mais devagar, agora"
mesmo quando eu quero empurrar em você até meu braço cair

Eu sempre te obedeço!

E por mais louco que isso seja
O tesão em te comer de ladinho nunca me deixa em paz.

Linda, lamento em te dizer, mas
acho que você não deveria me procurar.

Porque as memórias celulares me fazem acreditar que agora minha buceta tem o cheiro da sua saliva, da sua boca quando toma vinho.
Que louco, não?
A memória celular é a alma da tua presença espectral em meu corpo.
(?)

E sim, ainda vou te cuspir a cara.



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escrevi te amo, te odeio, me esquece, volta comigo...

Vou te ligar agora e dizer que ainda dói. Que eu ainda sinto saudades.
Que eu sinto muito, muito, muito...
E se você não me atender, eu deixo um recado na sua caixa postal dizendo que eu já não sinto porra nenhuma, que não entendo, que nunca serei capaz de entender. Mas aí eu acho que vou me arrepender logo em seguida e te deixar outra mensagem na caixa postal pra dizer que eu te amo, ainda.
E aí... se você não me responder, eu vou jurar que não é que eu não te gosto, é que eu te odeio mesmo, pra caralho. Dizer que a minha vida está diferente. Dizer que eu quero que se foda se a sua está melhor. Dizer que você é assim mesmo, mesmo sabendo que sou eu quem nunca tive a melhor índole, mas eu vou dizer que eu sempre soube que você nunca vai mudar. Dizer que eu esperava um pouco mais do seu caráter. Dizer que eu lamento sobre isso e sobre tudo mais. Dizer que eu me senti enganada.
Mas se você responder e me perguntar como eu estou, direi que estou ótima. Que eu tô paz, como sempre estive. Inclusive, estou mais paz do que nunca e isso é verdade mesmo. Vou te dizer que eu estou mais bonita. Que eu ainda não pensei sobre escrever um livro. Que eu jogo tênis toda semana. Que eu não me arrependi de nenhuma tatuagem. Que eu ainda vou a uns dez casamentos por mês e juro que cada casal é o mais bonito que eu já vi. Que ainda durmo até o meio dia, que ainda tomo café com leite todos os dias. Que ainda fumo maconha, que não cheiro mais cocaína e que ainda escrevo várias linhas sobre mulheres que eu me envolvo, ou quase. Mas não contarei sobre as linhas que escrevi sobre você.
O que você diria?
Que eu não deveria?
Eu sei que você conheceu alguém, e blá blá blá. Aliás, foda-se ela.
Se você me perguntar sobre nós, eu vou dizer que hora ou outra, eu ainda penso em você e que eu faço de tudo para não pensar. Eu juro.
E cá entre nós: eu não quero te esquecer, mas sei que preciso. E vou. E um dia EU SEI que você será só um ponto pequeníssimo na minha história. Eu sonho com o dia em que você será um tanto faz, e você será... De uma forma ou de outra.
Mas agora... Eu só queria falar com você, te dizer que ainda dói, que eu sinto saudades, que eu sinto muito...
Mas não digo.
Porque eu sei que no fundo, nós duas chegamos naquele estágio do fim em que as palavras já não significam mais nada.



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domingo, 28 de julho de 2024

eu gosto tanto dela ao ponto de querer tá perto e pronto

Ai, linda...
O que eu vou falar pra você?
Eu gosto da sua cara de vontade escancarada
Do teu beijo gostoso e muito, muito, muito calmo

Eu gosto de você falando comigo fora do horário comercial
E preenchendo minha cozinha com a sua voz por alguns minutos
Naqueles áudios contando sobre seu dia normal
E me perguntando sobre tudo

Você é festa pro meu coração vazio
Você dança, agora, numa pista só sua
Linda, como você pode ser assim tão linda?
Calma e tranquilidade pro meu sentimento arredio

Que seja o amor a nossa maior e mais deliciosa descoberta
Breve, breve, juntas
Porque assim existimos e insistimos

Você, abismo
Me jogo, me visto de amor
Em seu abraço, eu caio e fico
Aconchegada e comprimida


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sábado, 20 de julho de 2024

cotidiano #3

Aparentemente tivemos a mesma ideia, ao mesmo tempo: olho no olho e boca na boca.
Nos beijamos como se fosse a única chance, o momento certo, a oportunidade ideal.
Ela é um impulso gostoso pra mim, uma loucura que dá e ferve no corpo, um frio na barriga, um rubro no rosto. Ela é o sabor que o amor tem, o perfume da felicidade. Um beijo que fez parecer que nada ao redor importava muito. Ela me preenche de uma forma gostosa, especial. O corpo dela embola dentro do meu abraço e eu quero ficar agarrada assim... o tempo todo até a gente cansar. As voltas do cabelo dela na minha mão preenchem o vão entre meus dedos e os meus dedos, em recompensa, preenchem o vão entre suas pernas. Sou obrigada a aceitar que a gente se completa.
Nosso amor nasceu bem escondido entre frestas, mas agora está estampado no meu olhar, eu não conseguiria mentir. Como fingir naturalidade depois que nós descobrimos que nossos corpos encaixam? Nossa vibe é muito única.
Não há nada sobre ela que eu não queira saber mais, não há nada nela que não me encante.
Ela é incrível da cabeça aos pés.
Que beijo gostoso do caralho!



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quarta-feira, 17 de julho de 2024

meu tempo é fração, meu coração sorveteria

Ela me pediu pra ficar no último segundo. No último mesmo... Eu já estava partindo daqui carregando uma maleta pesada cheia de rancor e mágoas. Os olhos dela estavam marejados, pude ver. Castanhos e vermelhos, os mesmos que ainda me arrebatam. Os mesmos que viram quando eu meto lento. Os mesmos que fecham o tempo.
O que é que há de errado? Eu gosto dessa mulher. É o meu coração partido que complica? Qual é o problema? Eu nunca sei.
A cidade lá fora é fria, e úmida... mas ainda pulsa. Desrespeitando meu sentimento, ela aqui dentro, fria também, me insulta. Ela quer que eu fique pra que nós possamos continuar essa briga até uma de nós voltar atrás e se colocar na posição de culpa, ela gosta de esticar o chiclete.
O que acontece com essa mulher, qual foi? Porque me parece que há duas dela, uma que me entrega seu tempo e seu corpo jurando que é só minha e a outra que perde a linha enquanto tenta se adequar comigo dentro de um silêncio desconfortável e pesado.
Eu não sei o que ela quer eu diga além de tudo que já foi dito. Eu não sei. Eu não sei mesmo. Eu não quero preencher silêncios, nem tempos... Eu não quero - também - passar o resto da minha vida tentando provar pra ela que ela vê coisa onde não tem, que ela imagina além do que há e eu nunca vou cansar de culpar ela mesma pelo nosso declínio. Eu só queria beijar sua boca até sumir seu batom e não borrar seu rímel em quase toda ocasião.
Eu só vivo aqui.
Eu só vivo agora.
Eu só tenho essa fração de segundo. Eu não sei o que virá depois disso.
E agora tudo que eu penso é que eu preciso me livrar dessa bagunça mesmo que nós a tenhamos criado juntas. Sair do olho do furacão, buscar um abrigo seguro. Longe. É por isso a fuga. É foda ter que se defender de tudo, mesmo que ela aponte verdades, mesmo que não.
Sempre que eu vou embora, eu sei que não importa como tenhamos acabado, eu volto no próximo sinal de calmaria desse mar pra me enfiar de novo nesse ciclo tóxico, no meio dessas pernas bonitas, pra fazer o óbvio, o recorrente. Eu volto pra morar no sorriso dela por uma fração de segundos.
Ela diz que eu sou perigosa.
Que se envolver comigo é perigoso.
Eu acho que se envolver com ela é gostoso até a página dois.
Ela pensa que eu sou fria e filha da puta, eu penso que ela é maluca e perturbada, bem mais do que eu jamais poderia ser. Pouco importa.
E a gente vai pensando o que quiser uma da outra...
Mas, honestamente, quando eu paro pra analisar a situação de forma mais fria, numa análise pessoal minha eu vejo que ela nunca foi mesmo bondosa comigo e acho que talvez por isso me garantiu tantas linhas.


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terça-feira, 16 de julho de 2024

terça-feira, 9 de julho de 2024

você me enlouquece, você me esquece... mas você não me engana!

Ela cochilou no meu abraço. Um sono leve, calmo, distante de qualquer sentimento negativo. Nós duas nuas na cama, ainda suadas, pareceu que de alguma forma eu nunca vou me livrar disso, eu não quis me mexer por alguns minutos enquanto observava ela quase embalando num sono profundo. O tempo cinza e gelado que entrava pela brecha da janela e invadia o quarto não me convidava pra sair debaixo daquele edredom por pelo menos essa noite e um pedacinho do dia também. Eu me senti parte da cena como um todo pela primeira vez. Da cama, do quarto, do apartamento, dela. Tudo. Infelizmente nós duas combinamos uma com a outra, ficamos lindas como um casal e por mais que eu viva dizendo que minha perna não treme com as de sangue azul, lá estava eu... Praticamente um casal com ela. Enlaçada numa paixão conveniente, quente, envolvente.
Eu gosto dessa mulher. Eu gosto mesmo dessa mulher. Muito. Pra caralho. Eu gosto dessa mulher desde sempre. Há anos vivendo uma paixão fervorosa sem compromisso algum, e eu honestamente não sei porque a gente nunca quis dar muito certo mas, eu gosto tanto dessa mulher que quando eu me vejo assim, com ela, um silêncio total e confortável, ela grudada em mim, no ápice da nossa intimidade... Eu sinto vontade de chorar, eu queria que nossas horas juntas fossem diárias, fossem comuns, que nosso tempo em paz fosse esmagadoramente maior que os tempos de guerra. O orgasmo traz essa bandeira pra cama pras nossas vidas, mesmo que temporário.
Sempre que eu olho pra ela e eu penso que eu sou maluca por ela, às vezes acredito que eu poderia viver somente na vida dela e seria feliz assim, exatamente assim... Com ela.
Ela, ela, ela, ela, ela, ela, ela, ela, ela, ela, ela, ela... Sempre ela. Sempre a mesma bicuíra filha da puta. Sempre, sempre.
Sei lá. Eu não sou muito boa pra entender sentimento então eu inventei que sou maluca por ela, acho. Penso assim e me conformo que existem coisas que ficam melhores quando são somente uma ideia do que na prática em si. Acho que é por isso que estamos aqui agora, fingindo uma relação pra esconder o desejo escancarado pela casualidade e o medo dessa paixão bem louca ser consumida pela obsolescência. Ela trepa comigo pensando em não cair no esquecimento, eu trepo com ela sonhando em paralisar aquele momento. Escrevo pra eternizar essa mulher em algum lugar que seja só meu, por isso ela fica escancarada em várias linhas minhas. Acho que no fundo, no fundo.... Eu não quero esquecê-la.
Enfim.
Nem a claridade da tela do meu celular interrompeu o quase sono dela. Será que é assim que soa a paz? O silêncio é barulhento pra mim, mas o barulho da respiração dela ficando mais pesada por causa do sono, me distraiu.
Meu braço começou a formigar e eu me mexi, em resposta ela liberou o espaço do meu braço e se aninhou em mim na cama, o melhor côncavo e convexo. Meu cérebro produziu tanta maluquice ao mesmo tempo só com esse contato que eu não sei exatamente se eu conseguiria, naquele momento, entender qualquer pensamento. Aquele momento me prendeu a atenção, como pode? Se me misturar com ela dá uma briga boa, mas dá uma foda boa também. Muito sentimento envolvido.
Eu sigo vivendo a vida, mas encontrando aquela mulher sempre que posso, beijando seus lábios na calmaria das tardes de segunda até às loucas sextas à noite dando pra ela um  passe ilimitado pro meu mundo, pra invadir meus sonhos, pra corromper meus desejos, dei pra ela a chave da minha cabeça e ela mora lá há muito tempo.
E não há motivo além de uma sincera paixão que me faça ser aberta dessa forma. Ser receptiva. Eu demoro mais que o normal pra aceitar novas pessoas, pra fazer novas amizades, não sei.
Eu sou maluca por ela, repito. Se ela me procura, me pede, eu como. Eu vou fazer o quê? Eu meto com raiva, simulo o sentimento, simples assim, foda-se se depois eu me considero como um fantoche apaixonada ou dominada 100% pela obsessão em tê-la nua, por me observar pintando em seu corpo com meus dedos como se ela fosse uma tela crua.
Eu já estou aqui, né?
Eu já tirei minhas roupas, não foi?
Eu não quero complicar nada.
A culpa é sempre de quem convém e por esse motivo - só por hoje - eu me sinto livre pra não sentir.


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sábado, 6 de julho de 2024

céu de veludo

Encontrei-a quase na areia já. De longe eu já pude reconhecer aquela mulher, os olhos dela às vezes me buscavam ao redor também, pude ver de longe enquanto me aproximava. Ela sorriu assim que me viu. Eu acho que isso quer dizer que ela também fica feliz quando me vê, não sei.
Gosto de pensar que tudo entre mim e essa mulher acontece como num passe de mágica porque às vezes é tão rápido quanto... Depois de algumas caipirinhas em bares diferentes, duas ou três horas de uma conversa animada, lá estávamos nós... no conforto e silêncio do apartamento branco. Um pouco de água pra equilibrar, um baseado pra afastar a má energia... mas ainda assim, de novo nós, mais uma noite a sós, se querendo tanto e se entregando muito mais do que poderíamos, mas é sempre assim quando se trata de nós, não é? É sempre a mesmíssima coisa. A gente se gosta, porra. A gente se ama pra caralho. Eu acho. Talvez. E tudo bem. Eu não estou aqui pra questionar o sentimento, nem nada parecido. É só mais um texto onde eu escrevo a minha visão sobre isso, sobre o que eu sinto, olhando pro meu próprio umbigo e pro que me beneficia, somente pensando no que satisfaz minhas vontades.
Foda-se. Ela faz parte do meu cotidiano. Há anos.
Essa mulher é uma das poucas coisas reais pelas quais eu me sinto tocada, ainda. Mesmo sabendo que nenhuma experiência que vivo em total sintonia com ela seja única, ainda assim, eu  sigo morando dentro da vontade de viver essa paixão bem louca, esse amor infame que nos preenche com risadas e fodas mais gostosas e elaboradas que um papi and mami. Gemendo meu nome abafado, no pé do meu ouvidos, até ficar rouca e caralho... Como eu amo a voz dela quando fica rouca! Fazendo festa enquanto eu entro e sigo mantendo a língua no céu da sua boca. Assim... Repetidamente.
Eu queria paralisar o tempo nos nossos momentos de puro entrosamento, mas ela me abraça e os segundos continuam correndo através de nós, o tempo vem rasgando a gente há anos.
Uma desenvoltura imensa em tudo que fazemos juntas. Uma intensidade que beira o desperdício. Eu sou maluca por essa mulher mesmo que eu não saiba como demonstrar isso.
O que é que eu deveria sentir para que eu seja considerada normal?


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sexta-feira, 5 de julho de 2024