quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

avitacovorP

É tipo um hobby memorar essa mulher por inteira a cada vez que eu olho pra ela novamente. Obra de arte de cabeça aos pés. Óleo sobre tela. É sempre dia de festa - pra mim - quando ela vem, quando ela está, quando ela fica, quando ela permanece na minha vida, entende? Eu sou tão fã da gente porque o simples fato de ela estar dentro do meu campo de visão já transforma meu dia numa delícia e deixa minha semana mais feliz. Posso jurar que sempre faz Sol quando eu a vejo. Sempre chove quando eu sinto saudades, mas ela dá jeito em qualquer nuvem cinza. Eu gosto dela e meus olhos se enchem de saudades toda vez quando eu acordo sozinha na manhã seguinte e não a vejo porque a rotina dela às vezes não me permite acordar ao lado dela, e tudo bem. Ela é minha mais pura saudade em carne, osso e amor. Guardo pequenas doses da gente pra quando a saudade aperta demais e os dias não são quentes, queimando minhas horas sem paixão. São segundos, minutos e horas cheias dos vazios que a falta dela faz aqui. Acho que sou viciada na presença daquela mulher.
E ela? Ela me dá muito de si, eu sei. Mas eu inevitavelmente sempre quero mais, nunca fico satisfeita de amar aquela mulher. Como faz, então?
É impossível não pensar nela. Não desejá-la. Não querer mesmo. Impossível não viver meu dia desejando sua companhia.
Eu sei de cor cada detalhe de cada centímetro dela por inteira. Eu conto as voltas incansáveis que a língua dela dá na minha, intencionalmente criando nós, voltas provocativas, deliciosas... Ela é intensa. Somos explosão, sempre é bom. E tem coisa mais gostosa que nós duas enroscadas sem desgrudar, como eu queria mesmo que fosse sempre? Não tem. Eu guardo o cheiro dela... A voz... O corpo. Tenho em mente que tudo, absolutamente tudo que é sobre nós à somente nós pertence. Por eu escrevo pra lembrar, pra não deixar nenhuma memória sumir, pra sempre que ela abrir esse texto aqui, ler e sorrir.
Ela é foda.
Eu adoro que ela vence minha timidez e se convida pra estar despida no meu quarto preto, em busca de alguma felicidade, consegue ser mais linda e impressionante que Danaë, do Klimt. Eu poderia olhar pra ela por horas, também. Acho que sou maluca, uadauel das ideia nessa mulher.
A gente fuma um beck, dropa meus doces, transa louca e diz que ama. Na cama, na luz vermelha, ela me lambe por inteira e me rende, fico à beira da loucura e me declaro como dela. E eu sou? Talvez, estou tendenciosa Para o sim, sei lá, sou toda minha... mas quando ela entra e sai de mim eu poderia até jurar que sim. Aquele milésimo de segundo onde pele responde arrepiando, me impressiona mais ainda, provocativa, a ponta dos dedos dela tateando minha calcinha. Quer que eu peça ou tire a peça. E se eu fechar meus olhos eu consigo lembrar das ótimas conversas, do cheiro, da sensação que precedeu cada beijo na boca gostoso que ela já me deu, de cada sexo. Existe alguma forma de estar dentro do mesmo metro quadrado que ela e não explodir vontade de beijar seus lábios, todos eles? Não tem. O gosto do gozo dela insiste em viver na minha boca e eu só quero seguir saboreando desse amor, porque é doce. Sabor provocativo, de perigo. Me soa atraente. Eu não quero fugir.
O frio na barriga é inevitável...O amor também.


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segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

um amor banal no fim do mundo

Os lábios dela colados em mim em plena madrugada caótica de São Paulo, ruas escuras, movimentadas, agitadas, letreiros coloridos atraiam meus olhares. A mente chacoalhava. E ela? Ela consegue ser mais bonita que a brisa de ácido, mais brilhante, mais viciante, mais apaixonante, mais colorida, um pouco mais minha a cada beijo roubado, dado. O caos da cidade cinza consumia a gente, sem que nós pudéssemos fazer nada. E ela? Ria da adrenalina e me beijava de forma continuada. Era como se ela pudesse tirar as preocupações da minha cabeça e me fornecer doses homeopáticas de paz e amor puro em meio ao intenso caos interno e externo que tínhamos em mãos ali. Não há preocupações quando estou com ela porque ela preenche meu pensamento com total maestria. Meu corpo quente e a peça fria debaixo da blusa, gelada.. e ela diz que eu deveria "ter deixado essa porra em casa". Que nada!!! Se alguém entrar em desacordo conosco eu cuspo fogo, sem pensar, sou granada e ela é o pino, sem ela explodo, vivo sem trava, ela gosta disso, eu sei que gosta... Acho que se atrai em mulher problemática. Ela só se irrita quando eu a chamo de mandraka, irritação e stress que passa quando eu dou sessão de bucetada. Ela me traz uma calmaria gigantesca no abraço, é laço que me prende no amasso, não me deixa dar palco pra nenhum perreco do nosso lado... Então logo concordo que deveria ter "deixado essa porra em casa".
Seus lábios doces e molhados me fazem acreditar que não há nenhum outro lugar onde eu gostaria de estar, de entrar... Senão aqui. Ela é isso. Somos isso. Fazer o quê?
Ela é meu amor simples e banal de fim de mundo, talvez meu último. Talvez eu não seja capaz de amar mais ninguém igual. Talvez nem queira. Ela é amor que fortalece e eu não quero desejar outra mulher nunca mais nesta vida.
A selfie que ela tirou comigo no meio de uma rua qualquer capturou a fumaça do baseado e minha expressão mostrava a vontade de passar ao lado dela o máximo de tempo que nos fosse permitido. Hoje. Pra sempre. Tanto faz. Nosso amor transcende o tempo, a distância, o espaço físico. Atropela tudo. Rolo compressor atropelando o passado. Nada e ninguém consegue competir com esse sentimento, não crio espaço...
Era uma sexta feira gelada que a gente tava rasgando São Paulo na loucura e na coragem, então não dá nem pra dizer que o frio incomodava, com ela tão perto nada nunca é ruim. Nada, entende? Ela é calor e amor. Meu amor. Dupla imbatível, tipo Carlitos e Gail, Bonnie e Clyde. Mas Bonnie e Bonnie.
Amor banal, verdadeiro, puro, original. Dado de forma sincera, espontânea. Ela segue sendo minha, mesmo que aqui, eu sigo sendo dela em todo lugar... O mundo está acabando, o tempo encurta a cada fôlego que eu tomo... O mundo está acabando, só nos resta amar... Ela ri. A pupila dilatada olhando pra mim... Os olhos fechados quando ela sorri. E quando vejo os olhos apertados, me pergunto o que mais eu ia querer além da realidade e raridade desse amor? O que eu mais eu precisaria? Porra nenhuma.
"O mundo está acabando" - eu digo, e repito... e ela? Ela segue registrando nossos momentos verdadeiros, para que a gente não se esqueça nunca o quanto somos felizes juntas, somos muito, sem a necessidade de validação de outrem, vivendo no nosso mundo real, o que temos aqui é só amor, mas é amor puro, nosso, sincero, honesto, parceiro e respeitoso...
E nada mais.


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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

blá blá blá você você você

Eu seria tão mais feliz se eu pudesse sempre ter você no meu paladar, seu gosto, o sabor doce da tua boca no beijo despretensioso e lento que a gente dá na cama, dos teus lábios molhados, de quando minha língua acelera nas tuas curvas, maratonando sem pressa alguma a delícia que você é, queria apertar um botão e ser capaz de sentir exatamente a sensação dos teus beijos pelo meu corpo, com você embolada em mim, tipo uma só. Você arrepia cada pelo do meu corpo quando entra carinhosamente em mim. Te quero sem limites. Sou fã da cara de safada que você faz quando eu sento nua no seu colo. Te convidando pra morar entre minhas pernas. Teria uma foto dessa expressão colada no teto do meu quarto porque você me faz sentir a coisa mais gostosa do mundo. A gente é - sem dúvida - a coisa mais deliciosa do mundo.
Você me traz a felicidade dos filmes bobos de romance que você gosta e a paz que eu não tenho porque o mundo me rouba, mas você, olhando dentro dos meus olhos... Você para o meu mundo e me devolve a paz. Às vezes acho que só você e capaz.
Sinto-me apaixonada.
Você é encanto que não acaba.
E parando pra pensar... Eu não quero que acabe também. Porque você faz bem.
Você protagoniza sonhos intensos dos meus desejos igualmente intensos e domina toda minha vontade. Acordo com saudades todos os dias.
Você transforma em especial cada uma das minhas noites comuns. Quando ri das coisas tontas que eu falo faz eu achar que cumpri muito bem o meu propósito de somente fazer suas noites um pouquinho mais divertidas e felizes.
Gosto da sua presença comigo, gosto mesmo sabe?
Porque eu continuo apaixonada. Porque eu sempre fui e acredito que o amor tem mesma sua cara. Sua expressão, seu gosto. Você é festa pro meu coração. Borboletas que moram no meu estômago e acordam somente quando te vêem. Seu sorriso com seus olhos focados, me olhando apertados fazem tudo de ruim que eu sinto tirar um dia de folga. Você é paz mesmo.
É clichê, mas quero te contar que seu sorriso inspira dias bons pra mim. Que sua risada é gostoso, é Sol. Seus olhares me fazem acreditar que o amor não é banal e está em tudo, até mesmo nas coisas que eu nunca enxerguei com tamanha doçura. Você ferve meu corpo sem nem imprimir em mim suas digitais, também nem precisa. Você é imã.  Você é capaz de queimar meu corpo no fogo da paixão.
Você é amor, sabe? Te quero bem e acho que tudo bem, também. Eu disse que não falaria de amor... Mas aqui do alto do pico no frio da minha saudade, eu escrevi outro texto clichê sobre você.


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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Poema e Problema

E ela adora que eu falo tudo na cara dela até aquilo que ela não gosta de ouvir. Eu sou sincera e ela odeia. Verdadeira com ela e comigo, em primeiro lugar. Eu elevo ela pra caralho, mas comigo é sem bajulação. Ela gosta. Discute comigo em tom de brincadeira e eu acho tudo mega maluco, e até fofo. Faz eu pensar que a gente daria mesmo um belo par, mas aí ela me faz perder a linha, eu quase explodo, só eu sei o quanto eu sou mó paz e além do mais, eu só encostaria violentamente nela se ela estivesse sem roupa, louca, ganhando dedada e pedindo aquele tapinha no bumbum e na cara, momentos e momentos. Ela domina minhas lembranças. Meus ciúmes bobos. Ela enfia minha concentração no bolso. Ela monopoliza a minha atração, minha atenção. Beira o vício. E ela sabe e se diverte com isso e com o fato de que eu sou enlouquecida por ela, maluca, doida, apaixonada... Tudo, absolutamente tudo naquela mulher e sobre aquela mulher me interessa, me desperta o amor e me faz querer consumir mais e mais do meu tempo com ela. Teria, facilmente, uma vida com aquela filha da puta.
Ela me faz feliz demais quando aceita todo e qualquer convite meu, me enche de atenção e amor, de beijo na boca. O gosto da loucura na minha língua tem um sabor bastante doce, puro açúcar. Vicia e é perigoso. Ela me beija fedendo à paixão. E o cheiro dela tá grudado no meu moleton.
Ela é do tipo de mulher boba, bobinha, igual eu. Ri de piadas ruins. Memes ruins. Das minhas falas ruins. Eu fico boba e encantada com pouco, sonhando em tê-la encontrado bem antes nessa trajetória, vivo recebendo muito mais do que eu preciso. Ou quero. Ou busco. Ela vibra na mesma energia, intensidade, sintonia que eu e sinto que somos brilho. Com ela o ritmo da vida fica mó paz.
É isso.
Maluca por ela com ou sem meus dedos após amassos e beijos, entrando e saindo dela ou bagunçando seus cabelos, em silêncio, ouvindo a respiração dela num cafuné pós sexo ou no carinho que antecede tudo. Gosto de tocar seu corpo. Gosto de ser tocada por ela.
Eu adoro ela dentro da minha casa, mesmo sabendo que tudo que eu ofereço pra ela é buceta e água. Com ela dentro da minha casa, o tesão me domina, ela entra do meu quarto e em cinco minutos eu já quero estar dentro dela, então sem muito rodeio eu puxo a calcinha pro lado.
A mão dela tocou suavemente meu pulso, daí ela foi subindo, alcançou meu ombro, deslizou pras minhas costas, minha nuca, tocou minha orelha - o que me fez rir - e me abraçou. Invadiu meu espaço sem pedir licença, sem formalidade alguma e eu não gosto mesmo das coisas muito formais. Por cinco segundos inteiros da minha vida eu consegui prestar atenção somente em uma coisa, me concentrar mesmo, parar ali e só apreciar algo. Ela, no caso. E ela tava linda pra caralho. O inverno abraçava meu bairro, gelado. Eu fumei um na cadeira do meu quarto apenas contemplando o universo enquanto ela me chupava. Minhas memórias celulares mais vívidas fazem ela continuar morando mais na minha cabeça do que na casa dela.


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domingo, 30 de outubro de 2022

mil sóis

Ela me encontrou de quebradinha, na caladinha, nossa clássica fugidinha. No sigilo porque minha vida particular e o que eu faço fora dos olhares dos outros não interessa a ninguém. Fora da rotina, bem longe da minha casa, lá estava ela... bebendo e agindo na emoção, coisa que nem sempre eu faço, mas mesmo não sendo muito boa com emoções, minha razão foi pro espaço assim que ela me mandou convite e localização. "Vem?" "Vamo!" Eu vou, óbvio que eu vou. Ansiando trepar com ela, quem sou eu pra falar não? Tendo em vista que eu adoro um convitinho sacana, uma trepadinha gostosa no meio da semana, eu aceitei logo de primeira, tesão, solidão ou só falta de vergonha na cara? Eu não sei, mas encontrá-la foi aceitar o que pudesse vir desse encontro e eu adoro, muito mesmo, a companhia dessa mulher, marcha no que é!
No quarto trancada com ela, ela me contou que sonhou comigo, deu saudade e no fundo, ela sentia e até mesmo sabia que me encontraria ainda naquele dia mesmo. Os olhos dela se fecham quando ela sorri e eu acho graça quando ela fala essas coisas. Além do mais, qual  é o convite que ela me faz e eu consigo resistir em paz? Nenhum. Ela me tira dos problemas, me deixa off algumas horas na semana.
Adoro implicar com ela e falar que ela só tá querendo buceta e não tá sabendo pedir. Ela sabe que isso não é mentira e por isso também ri. O que ela quer de mim que ela não tem, tirando meu coração? Nada. Não atinge o coração, mas tem a preferência da meu corpo. Minha boca é viciada em lamber ela inteira, devagar. E no resumo, o que ela quer eu adoro dar pra ela, com vontade, fora da regra. O que ela quiser a gente faz. Combinado ou não, quando acontece é tão sempre muito bom. Ela é a única mulher nesse mundo que me faz atrelar, confundir aquele sexo bom, um chá de buceta com paixão.
O gosto dela, enquanto molhada, me satisfaz. Sinto uma sede violenta dessa mulher e do beijo molhado dado nos lábios, lambida na boca e na cara, sem pressa, sem nada. Ela é gostosa, deitada de costas pra mim ganhando dedada é mais ainda. Gemendo baixinho com aquela voz gostosa, é mais ainda. Rebolando esfregando o rabo em mim é mais ainda. Eu poderia listar uma infinidades de coisas que a gente faz que é gostoso e "mais ainda".
Ela andava nua pelo quarto, maravilhosa, extremamente gostosa e toda rabiscada, a luz vermelha pintava e destacava as expressões de desejo no meu rosto, no rosto dela. Ela me acha engraçada, eu a acho mais ainda principalmente quando ela fala que vai acabar com essa minha vida de desprendida, de vagabunda, de farra sentando na minha cara. Eu taco nela com vontade, com saudade, com cuidado. Buceta vicia? Talvez a dela sim, depois do orgasmo, ela me chupou muito molhada, enquanto eu gravava videozinhos, fudendo e fumando meu baseado, afim somente de registrar o momento, sem expressar muita coisa. Depois em pé, na minha frente, percebi os olhares dela percorrendo meu corpo despido, de forma incansável. Me senti realmente um quadro raro, parte de uma moldura linda - que somos nós. Repito a pergunta, então: chá de buceta ou paixão?
Eu nem proponho defesa porque ela não somente me comia, mas me devorava - também - de forma incansável e calmo. Muito nosso.
Ela ferve no meu corpo, fazendo festa como a paixão, como eu e ela dentro do carro, do quarto, de qualquer espaço. Quente como o momento onde eu entro nela, subindo os graus dos dias frios de São Paulo, fervendo o ambiente, eu olhava pra ela, entre os lençóis, dentro dela era tão quente quanto mil sóis. Ela engole e me cospe de volta pro mundo completamente derretida, fazendo com que eu escorra amor. Ela é foda, a moral é minha se eu der pra ela eu fico sem. E sim, buceta gostosa vicia pra caralho. A gente encerra a noite na luz vermelha do meu quarto, discutindo poesia barata, com ela fumando na janela, experimentando loucuras em uma madrugada.
Vou tomar outra multa por causa dessa filha da puta.


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quarta-feira, 19 de outubro de 2022

cínica manhã cinza

 "Bom dia!" - Eu gritei e ela sorriu, genuinamente feliz em me ver. O estado de apaixonamento em que ela se encontra, ainda - assim como eu - a fez beijar a minha boca com disposição, um misto de afeto e desejo que eu nunca senti antes com ela. Fiquei nervosa. Tremi mesmo. Praticamente me agarrou assim que me viu, sem muitas etiquetas ou regras na recepção, só amor e beijo na boca. E eu adorei. Minha saudade me fez abraçar aquela mulher tão apertado que o choque foi inevitável pra nós, foi físico, carnal, quente, fez um barulho imenso no coração. Contato, às vezes é só disso que eu acho que a gente precisa. E por isso, dado a intensidade que somos nós, eu e ela, perto demais, os medos, os receios, traumas ou sei lá, às vezes voltam. E eu não quero mesmo encontrá-la porque eu preciso sentir e entender que, pra mim, seguem sendo encontros onde eu nem quero ou devo dar algum significado, são encontros onde eu me levo por inteira e tento me preservar o máximo possível pra não voltar em pedaços, mas eu continuo me permitindo porque eu nasci filha da puta até comigo e muito corajosa. E também não deixá-la em pedaços do alto da vida dela lá no nono andar. Porque eu sou eu, e só posso ser eu e ela não ia se atrair por mim se fôssemos iguais. Eu sei que ela sente o mesmo.
Ela sabe que eu mudei pra caralho e hoje em dia eu a trato com amor e cuidado, mesmo ela sabendo que eu não vou viver dentro do cercadinho limitado onde ela quer que eu viva porque isso só vai fazer eu sumir ou virar um ponto de interrogação na vida dela, um buraco negro, verdadeira mulher mistério. Então confesso que vez ou outra ainda me perturba um pouco encontrá-la, me assusta um pouco mesmo que eu não fique remoendo os sentimentos e sensações ruins, nem projetando que tudo pode ser mesmo bom, tudo paz, mar de rosas e tudo mais. Talvez seja minha maior convicção: a capacidade que todo mundo tem de conseguir ficar em paz. E o direito de lidar com tudo da forma que for melhor pra si.
Enfim.
Faz um tempo que eu tô mó paz.
Faz um tempo que ela tá mó paz.
Faz um tempo que ela não me chama de estoicista de merda.
Faz um tempo que eu não transo com ela de forma voraz, também. Ela me excita no mesmo nível que me assusta. Aliás, acho que tenho atração física por estar em risco. Só nisso somos iguais. Uadauel.
Faz um tempo que ela senta em bares quaisquer acompanhada de qualquer outra mulher que não sou eu, me mandando mensagem falando que o sábado a noite não tá como ela realmente gostaria que estivesse, me contando depois que essas mina patriçoca que ela se envolve suga o humor dela. Dialogo longo até eu mandar um "Se eu te der um montão de beijo na boca resolve? ✓✓".
Atraída 100% pelo perigo, repito.
E foi exatamente assim que ela pôs fim ao espaço de tempo que eu não vinha até ela na velocidade de um foguete da NASA.
Ela faz o momento ser o certo, eu gosto das fugidinhas que damos, das risadas que damos, das fodas que damos e já demos.
A selfie que ela tirou comigo no espelho do banheiro do quarto dela capturou a fumaça do baseado e minha expressão que deixava claro a vontade de passar ao lado dela o máximo de tempo que nos fosse permitido. Hoje. Resolvi o humor dela com muita língua, maconha e dois dedos. Ela me excita no mesmo nível que o perigo.
E eu nem sei dizer se ela fica mais gata de noite ou de dia.


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quinta-feira, 22 de setembro de 2022

deusa silenciosa

De costas pra mim, ela me provocava comigo encostada na parede preta do meu quarto, o led vermelho bem vivo nos queimava o coração e dava um toque especial na situação, ela me pressionava contra o concreto gelado usando o quadril, eu a puxava pra mim como se eu quisesse provar que seria possível sim dois corpos ocuparem o mesmo espaço, coisa de louco, de duas loucas de vontade... Uma pela outra.
Uma das mãos dela na minha nuca, a outra mão ainda estava indecisa entre entrelaçar os dedos nos meus ou cravar a ponta dos dedos na minha coxa, a língua entrava na minha boca de lado, meio errado e eu adorei. Minha mão segurava o pescoço dela com bastante amor que eu ofereço porque eu sou a maior mete fofo que tem, e o vigor que ela espera porque eu sou do time que mete forte também... Com a mão no pescoço dela eu aproveitei pra acarinhar o rosto dela porque eu gosto mesmo de sentir ela quando ela está tão perto.
Ela mordia meu rosto, eu beijava carinhosamente seu queixo, rosto e boca, mas minha língua invadia seu espaço de forma voraz, ela retribuía me beijando de forma desesperada, eu amo beijo lento, eu amo beijo molhado e ela parecia querer me engolir. Eu adoraria ser engolida, devorada por ela. Me beijou e me lambeu os lábios. Me pressionou ainda mais com o quadril, deu aquela leve e deliciosa reboladinha, senti minhas pernas quase moles, sério. Parecia que ela tinha decorado a sequência das coisas a se fazer comigo, sei lá. Respirei mais fundo e ela deu risada da minha cara. Ela consegue reconhecer o momento que entende que eu tô rendida. Essa filha da puta ainda faz meu coração parar, tenho certeza. Me ferve. Não dá.
Dedilhou com a ponta dos dedos da minha coxa até a virilha, o arrepio foi inevitável, colocou minha calcinha pro lado e foi quando eu pude ter certeza que ela só queria saber o quão molhada eu estava, aquele pele na pele que me deixa apaixonada.
Minha mão entrou na blusa dela, então... Inesquecível meu polegar tocando o seio e a minha outra mão caindo do pescoço pra dentro do shorts, seguindo pra dentro da calcinha... Tão molhada quanto eu, tão molhada que me deu água na boca. Levei meus dedos à boca e eu senti que as pernas dela também ficaram moles.
"Me come?", foi o que ela sussurrou pra mim meio sorrindo meio convidandos, desafiando, provocando, querendo.. os olhos dela fechados. Eu amo a pele dela arrepiada, eu queria ter cada parte do meu corpo encostando dela, no papo memo.
Tirei a blusa dela dela com velocidade, uadauel, o shorts ela mesma tirou em simultâneo. A filha da puta é ligeira demais, como pode. Eu só vi o shorts no chão com a calcinha. Gostosa. Virou, me beijou ofegante enquanto eu brincava de entrar, eu não quero pular nenhuma preliminar mas fica basicamente impossível quando ao mesmo tempo em que sinto ela lubrificada, ela me beija soprando o calor do corpo dela pra dentro da minha boca, deliciosa. Eu adoro quando ela me dispensa tanta atenção e tempo assim, adoro lembrar que ela só tirou a boca da minha boca quando me pediu pra chupar. E assim nos mantivemos até embaçar as janelas, até estremecer as pernas, até as gargalhadas bobas, felizes e descontraídas tomarem conta de nós. Quando nós duas gozamos, ela bola um pra gente fumar no meu quarto dentro desse bairro silencioso, só fumaça subindo. E eu não caibo em mim, de tanto contentamento.


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sexta-feira, 16 de setembro de 2022

soneto do dedo dentro

Sua língua entre os lábios, desejo
Meus, dela, do calor, do momento
Sua boca na minha, no escuro da sala, sem medo
Mas com sentimento e consentimento

Depois do tapa, mais um dedo dentro e vem o gozo
Na calça, no banco do carro, na cama e no chão
No chuveiro, lavando o cabelo, nóis fode de novo
O boca a boca, corpo a corpo é o resumo da excitação

Vinho com gelo no copo
Divide comigo o baseado e a madrugada
Me come sentada no colo

No led vermelho
Com doce na mente
...com ela me embolo


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soneto do amarelo

Por toda vida, pintei o amor com errada cor
Naveguei por mares de luxúria, sem cais ou elos
E fiz morada, ancoradouro, onde você rega flor
Já não busco tesouro, só nos cafunés nos teus cabelos caramelo

Linda e dourada
Eu fiquei apaixonada nos detalhes, trejeitos
Bela e malvada
Nessa noite de chuva te escrevo sonetos, sinto seus efeitos

Os bravos mares enfrentei, oceanos desbravei
E só em ti vejo perigo
Só vejo abrigo entre suas pernas, onde aportei

As ondas de saudade que surfei, foram flagelo
E dentre as coisas que faço pra não te esquecer
Passei a pintar tudo, tudo mesmo... de amarelo.


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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

fiz parecer brincadeira, naturalmente é o que eu faço

Acendi meu último baseadinho enquanto assistia a chuva caindo na cidade ensolarada, transformando-a numa cidade cinza igual onde eu moro, tempo triste, parece que suga a energia e a felicidade da gente, sei lá, tudo revolto. Não tem felicidade alguma nos domingos, no dia dezenove desse mês e nem nos dias de chuva. Só um baseado e áudios dela cantando e cantado mal, pra trazer cor de volta, pra me fazer rir. E ela? Jamais seria feliz sem Sol, eu acho.
Nos encontramos em uma praça próxima à casa dela. Não demorou muito até eu avistar o carro dela e a ansiedade por vê-la novamente tomar conta de mim. Eu sempre volto pronta pra um diálogo sobre tudo ou dividir algum tempo de silêncio ao lado dela, o que ela quiser. Tá paz. Mas quero confessar que corri até ela com os dedos cruzados na torcida para que ela já estivesse com a chave virada em relação a mim e a nós, e tudo mais. Porque de mim ela sabe que sempre pode esperar um abraço apertado - independente da situação - pelo menos isso ela sempre teve, tendo em vista que eu sempre voltei após cada desentendimento entre nós. Lá estava eu novamente, pronta pro próximo impacto, com todos os problemas superados e perdoados, esquecidos mesmo. Acho que obtive a paz de não remoer as coisas ruins, não consigo mais me manter ocupando espaço de pensamento revivendo ressentimentos, nem as mágoas, nem porra nenhuma porque o ódio é uma mala pesada demais e o passar dos anos foi me deixando cada vez mais preguiçosa de carregar qualquer pessoa ou sentimento que não agrega, que pesa. Já não gasto energia com isso. Vou denominar meu estado atual de semi-paz porque eu ainda me acho perturbada e perturbável pra caralho, o próximo passo é ser um pouco mais paciente, talvez menos explosiva ao ponto de achar que muita coisa seria melhor resolvida com um tiro no pé ou na mão.
Enfim.
Eu estava quase chegando até ela quando apaguei o baseado, a ansiedade bateu mais forte. Assim que eu me aproximei um pouco mais, ela me encarou firme, derreti, quis correr. Pra ela e ao mesmo tempo dela. Quis ir embora e ao mesmo tempo levá-la comigo, inferno de mulher. Deu mesmo vontade de fugir como nos velhos tempos... mas não sou eu que falo que cheguei até essa cidade com meus próprios pés? O perdão é uma escolha, mas o esquecer é uma dádiva, e isso está em minhas mãos.
- Ah, Jéssica... - Balançou a cabeça. Me vê e ri, sorri, sei lá. Toda vez. Eu gosto quando ela fala o meu nome. Pude sentir um pedido de desculpas não verbalizado, não necessário, não vim até aqui procurando isso. Ela apoiou a cabeça ao banco do carro, o olho no olho. - entra, tá frio.
Assim que entrei no carro em pleno horário de sessão da tarde, numa tarde bastante cinza e chuvosa foi como se ela pudesse mesmo mudar instantemente o clima, botar um sol brilhando na máxima lá fora. Eu só consigo desgostar dela quando eu tô longe, igual droga. Com ela próxima, nada mais importa... toda vez que eu a beijo, é como se ela fosse um super ímã, meu corpo procura contato e não cansa até encontrar, ela não recusa e é sempre bom. Quando eu a toco eu sempre imagino que seria delicioso ter mais mãos para que eu possa sentir um pouco mais dela. Quando ela se deita sobre mim e o perfume da loção pós banho gruda na minha camiseta é tipo um pedaço de amor que eu carrego comigo, tipo souvenir, mas o que a gente se presenteia mesmo é na ajuda da construção e manutenção das deliciosas memórias celulares das trepadas que a gente acerta e encaixa, dando forma, corpo e gosto à tudo que a gente imagina e quer uma com a outra, sexualmente falando. Ela não me deixa passar vontade, eu também não arrego e assim seguimos.
Enfim.
Acho que hoje tinha mesmo um Sol brilhando dentro do carro, tinha amor, maconha, beijo na boca e reconciliação. Je ne regrette rien.
Eu quero sentir esse hype. Eu quero aproveitar essa brisa, mas quero agora. Não porque temos pouco tempo, temos todo o tempo do mundo... mas sim porque eu sei que tudo muda muito rápido igual maré, então é por isso que quando eu a amo, eu a amo com pressa, quando eu a amo quero ela centímetro por centímetro. Quero devorar ela até eu não aguentar mais, até minha mão cair, foda-se, uma só nunca é o suficiente. Eu quero olhar pra ela até decorar ela inteira, até eu conseguir reproduzir a risada dela dentro da minha cabeça, se eu quiser. Recentemente troquei de óculos e aparentemente esses também não podem me ajudar... Eu continuo cega, perdida no mundo e morrendo de amor.


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domingo, 11 de setembro de 2022

alvorada

O beijo dela tinha o gosto da minha gota e do meu corpo. Tudo com ela é tão gostoso.
Mais uma noite que nós saímos do jet sem nem dar tchau porque ela foi rápida e me fez o convite que eu queria e ela também, me tira de qualquer lugar a hora que ela quer... Essa é a grande verdade. E e o toque da alvorada foi comigo sentindo ela molhada, entregue, deliciosa e retribuindo meus dois ou três dedos dentro dela com aqueles gemidinhos gostosos que ela me presenteia, que é delicioso de ouvir, que me incentiva. O olhar normalmente vem combinado com ela me puxando pra mais perto, eu colo nela, queria me fundir enquanto fodo, sei lá. Que porra de ideia de se abraçar sem roupa, no ápice da vontade de transar com essa mulher? Não sei, mas meu olhar implorava pra gente não sair de cima da outra nunca mais... ou até a gente não conseguir mais porque nem mesmo o cansaço trazido do dia e noite anterior e a sobriedade chata de uma quase manhã inibiu a intensidade dessa nossa foda gostosa. Ela sabe que eu fico maluca com beijo na boca e trepadas sem pressa, então ela me beijou lento por um bom tempo. A língua dela na minha, os seios tocavam os meus também, como que faz pra tirar as mãos dela.
Pouco depois, em pé, apoiadas na mesinha no canto do quarto dela, eu mal podia me lembrar de tê-la despido. Mas sei que nós duas nós encontrávamos nuas, suadas, grudadas... Ela nua tá entre as top três obras de arte mais lindas que eu já pode contemplar pessoalmente, mas ela foi a única que eu pude tocar. Eu podia sentir ela molhada, ainda, apoiada na minha coxa, podia sentir ela pingando, igual a mim.
- Cê é gostosa... - sussurrei e ela sorriu, fez a expressão que me pede buceta. E quando recomeçou eu ganhei beijos pelo corpo, descendo, sacou minha calcinha pro lado, ela me chupava, me beijava, me olhava... e tudo de novo logo após. As pontas dos dedos cravados no meu quadril me trazendo pra mais perto, tesão animal, a voracidade lasciva que só a saudade e ansiedade que eu estava de dar pra ela poderiam nos proporcionar. A pressa e vontade de tê-la entrando em mim enquanto eu rebolo, às vezes, dispensa preliminares. Me olhava impressionada toda vez que eu rebolava, disse que eu a surpreendo porque minha cara não diz que eu faço isso. Rebolo enquanto ela me come porque meu hobby é perturbar a cabeça dela, porque é gostoso e me falta muita vergonha na cara. Ela sabe que me ganha principalmente quando sabe que eu já tô na curva, fora da linha. As únicas duas coisas que quando me são oferecidos eu nunca recuso não importa o horário é buceta e maconha. Os dois juntos então? Pura sorte.
Me chamou de cheirosa, de gostosa, parou o beijo... me olhou e me beijou novamente logo em seguida. Perco tudo. E se ela continuar me olhando assim, tudo que acaba recomeça logo após. Se a gente trepar de novo eu fico apaixonada, só mais uma... mais uma eu viro fã-girl.


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domingo, 4 de setembro de 2022

chá, chá, chá

Dentre todas essas pessoas que vem, que vão, que passam e eu sei que não me cabem...Ela é a que eu mais gosto quando está, quando vem, quando cabe e encaixa, quando permanece mesmo que naquela janelinha de tempo na rotina apertada e chata que ela tem, eu gosto dela porque é ela. Por tudo e porque sim. Por cada detalhe dela, gosto porque eu fico demasiada encantada quando ela me olha com cara de sono e saudade, adoro quando ela dorme comigo aos sábados, pela tarde. Eu taco beijo, dedo e massagem. Esse é o pique.
Ela tem cheiro de chá de maçã e olhares atentos ao me descobrir, ao me redescobrir de manhã, deliciosa como somente ela mesma, me veste inteira de amor e tira minha roupa toda vez fazendo eu me sentir uma pedra preciosa, uma caixinha de tesouro, uma grande gostosa. Eu dou risada porque acho graça, fofo, único, calmo... Ela fala comigo devagarinho, me beija e rebola lento, e ela faz cada coisa como se soubesse que isso é basicamente meu ponto fraco. Ela me impressiona em tudo que faz comigo e me faz sentir ao me deixar inteiramente recoberta com as impressões digitais, saliva e amor.
Eu saio da casa daquela mulher e ela já construiu um duplex pra morar sozinha na minha mente. Que se foda que é temporariamente.
Ela é audaciosa, cria as situações e me pega. Gosto dela.
Me sinto apreciada encontro pós encontro. Na minha casa, na casa dela, em qualquer lugar... Apreciada mesmo. Apreciada igual ao chá que ela ama, igual ao chá de buceta que ela me serve sempre quente, apreciada igual à minha fumaça e igual eu também a aprecio em cada sentido da palavra. Em cada encontro. Mas não somente isso. Ela me tem de um jeito dela, informal, pessoal, solto, dela. E eu adoro essa atração barata. Ela me ganha e me leva quando eu tô no alto da minha vontade e nos dias introspectivos também, onde eu não quero ouvir ninguém e nem fazer contato visual. Mas se for com ela... eu quero. Porque ela me deixa high. Sem precisar de nada além dela mesma. Ela é puro êxtase.
Eu gosto quando ela bola meus beck, tira minha roupa,, beija minha boca, me conta coisas idiotas, e depois escolhe um filme que minha hiperatividade não vai me deixar ver. Ela me beija, me olha e sorri. Eu não aguento sorriso no beijo. E daí a gente vai chegando mais perto na cama, e é gostoso como a gente soa encaixadinha principalmente quando a coxa dela está sobre a minha. Eu sei que escrevo somente sobre sexo, mas entre nós não é o ponto principal, e às vezes é pra ser só um amasso, mas quando se trata dela fica impossível não ter conotação sexual. Ela me deixa maravilhada, encantada. Fora de mim. Sabe atração animal? Ela longe me restam somente memórias celulares, siririca e saudade.
Ontem choveu. Lá fora chovia e dentro do meu quarto bagunçado... ela me molhava. Me bagunçava também. Ela é ótima nisso. A melhor. Eu sei que ela sabe e - sei também - que ela gosta. Ela é dessas filhas da puta que nascem pra mexer com a gente.
Detalhadamente eu escrevo pra lembrar depois. Pra não esquecer de nada, sobre ela? Não quero esquecer nenhum segundo do que aconteceu mesmo sabendo que não tem como esquecer dela me chamando de gostosa e de bonitinha tão pertinho. Ela ali depois de muito desejo, nua me beijando quase que sem parar no ápice da última vez que estivemos juntas, eu maravilhada e sem cansar. Lindo de ver o tom de pele dela se misturando ao meu e tudo isso misturado ao vermelho do meu led refletido no teto, eu amo ela junto com as minhas luzes coloridas. Traz cor pra minha vida. Brilhante. Ressaltava as sensações, um pacote de emoções deliciosas que eu gostaria de conseguir explicar mas não consigo. Nada do que eu escreva é suficiente pra deixar claro o quanto eu adoro tudo isso, ela é mais que qualquer palavra dessas. Ela é meu sorriso quando eu a vejo, ela é meu abraço mais apertado. Só sei que gosto de verdade dela.
Tá paz!


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terça-feira, 30 de agosto de 2022

olhos ressaca, texto sincero

E mais uma vez eu estava lá, olhando pra maquiagem dela borrada. Me sentindo extremamente cansada. Longe pra caralho de casa, me colocando em situações que eu não gosto. Em lugares que eu não suporto. Beijando o rosto e ouvindo opinião de gente que eu nem gosto. Me colocando inteiramente dentro dessa situação chata e viciosa... Abrindo a porta no chute dessa situação insuportavelmente cíclica. Viciante mas sem propósito, sem empatia. É só isso mesmo que ela espera de mim? Uma troca mútua de decepções e retaliações sem nenhum sentido? Ela só me chamou aqui pra me cobrar por coisas que eu odeio ser cobrada? Por coisas que não tem cabimento ela me cobrar? Mais uma DR sem R. Sem fundamento.
Eu não escrevo pra responsabilizar ela por nada - pelo contrário - eu escrevo para que eu possa ler amanhã ou qualquer hora dessas, com a cabeça mais fria, o coração mais sossegado e perceber que eu tô me deixando ser levada, pra me lembrar que barco desgovernado o mar engole, afunda ou leva pras pedras. Ela às vezes parece criança quando entra na fase de desafiar adulto e eu otária que sou... sigo me permitindo que ela me leve no limite da explosão emocional, o próximo passo é ela encobrir os erros dela citando os meus. 
Eu não gosto do cheiro dela misturado com o cheiro do álcool porque sei que nunca vem positividade logo após, só a mesma sensação bosta de sempre: cheia com todo o vazio que ela me preenche, solta e desprendida na zona do total desconforto e a certeza de que a noite vai acabar comigo tirando ela do rolê sendo extremamente otária, deixando marcas no braço dela porque ela me ataca, talvez ela sinta tesão em ver minha face tomada pelo ódio, então ela fala coisas que não deveria e chama as falas de "verdades", faz a paciência tatuada no meu dedo não servir de nada. Eu não tremo. Não cedo e não deito.
Meus olhares arrependidos olham pra ela... olhos ressaca. Lá estavam os esperados olhos castanhos tempestuosos que me imploram por alguma atenção ao mesmo tempo em que me fazem sentir extremamente preterida, rejeitada mesmo. E eu odeio quando ela faz isso. Mas quando ela entra nessas brisa errada de que eu nunca quero nada com nada, supondo ou manipulando meus sentimentos.... isso me gera raiva, mais nada importa pelo menos não pra mim - queria ser baseada em sentimentalismo, mas não consigo... ela é presa nesse looping de tentativas burras de lidar com tudo de uma vez, com muito mais do que o emocional dela - ou o meu - permite. É complicado. Eu não sei lidar, e às vezes nem quero também. Eu quero mesmo é fugir pra não olhar pros olhos dela quando as cobranças chegam, quando os contras são bem maiores do que os prós. E ainda assim... Eu não a culpo. Foda-se. Eu sou explosiva, mas já não quero vingança. Sorte minha e dela que eu só falo merda, pego ela pelo braço, encho o saco e não tô nem aí pra opinião dela. Reconheço meus erros, aceito meus defeitos. Peço desculpas e não estou tirando meu peso de culpa, minha parcela das escolhas erradas. Nada. Mas a minha vida é só minha e o que ela pensa sobre mim, não me importa. Só de tentar me julgar ela já está errada... eu não escuto grito e não batalho pra caber no espaço de ninguém. Além do mais, eu só consigo saber e entender o que se passa na minha cabeça... mas daria quase qualquer coisa pra saber o que se passa na cabeça dela por que no papo? Eu não estaria transitando entre minha cidade e esse apartamento do nono andar se eu não fosse louca por ela. Eu venho porque sinto saudade, já me questionei pra caralho isso, mas é só vontade. Venho porque ela me quer aqui, também. E infelizmente ainda há alguma busca por algo, seja lá o que for... Nem que seja uma trepada certeira, um beijo na boca. Às vezes eu acho que não quero olhar pra ela novamente nunca mais... e eu vou vivendo tranquilamente até olhar novamente pra ela de novo, até ela se fazer presente e eu achar que eu poderia mesmo olhar pra ela em todos os dias da minha vida. A distância entre nós tem um sabor amargo, difícil de engolir.
Distâncias físicas.
Distâncias que só existem na nossa cabeça.
Distâncias.
Eu sigo aqui, consciente e cúmplice de tudo que eu mesma me faço. De cada sentimento que eu faço ela sentir. De como eu sou maldosa e fodo com a autoestima dela, em contrapartida na maioria das vezes que eu a encontro, sou derrubada sem paraquedas lá do topo das minhas altas expectativas, pelo menos aproveito a queda, o frio na barriga e o vento na cara.
Amanhã é outro dia... Então amanhã eu que lute e hoje quero mais é que ela se foda.
Iboa.


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segunda-feira, 18 de julho de 2022

todos os dias antes de dormir lembro e esqueço como foi o dia

Os primeiros raios de sol que decretaram o fim da madrugada a deixaram ainda mais bonita. Fiquei pensando no quanto eu gosto dela. No quanto eu gosto quando ela me chama, quando ela faz questão de me ver. Mesmo que nem sempre seja pra sei lá... só suprir alguma lacuna emocional, às vezes é só carnal. Carência. Saudade. Não importa, eu amo e que se foda. Eu amo cada encontro e sempre lutei muito pra que a gente não ficasse querendo dar sentido e simbologia pra tudo, por isso cada encontro até hoje, até aqui foram como o primeiro. Sempre conhecendo um pouco mais dela, mas nunca muito... estranho, até. Tudo sempre do zero. Por mais que eu goste, até isso cansa, enfim.
A varanda do quarto dela totalmente aberta me permitia uma visão dela em alta definição. Clara. Bem iluminada. Dentro do meu abraço. Mais iluminada. Até despenteada. Cara de sono e rebordosa clássica e evidente de quem usou droga, bebeu algumas coisas, trepou pra caralho e dormiu mal, um déjà vu com uma colher a mais de açúcar e uma dose gigantesca a mais de amor, o afeto jogado aqui... em uma de suas formas mais puras. Tudo muito melhor e muito mais genuíno do que eu poderia imaginar, desejar ou prever. A sensação de conforto foi predominante pra mim, inédito. Juro. Paz demais. Liberto. Solto. Zero conflitos. E pra mim é isso que eu acho que o amor precisa ser: segurança, reciprocidade e paz. Cais. Eu prefiro ser a mulher que sou hoje, que silenciou as inseguranças de antes e prefiro a mulher que ela é hoje, silenciando as incertezas de agora. E eu me orgulho da mulher com a maturidade e responsabilidade que ela se tornou porque sei que a principal diferença entre nós é que eu sempre fui cercada de amor e segurança desde pequena, e ainda sigo numa tentativa de melhorar todas as minhas relações - inclusive com ela. Demorou até ela finalmente entender isso, baixar a guarda e querer o mesmo. Sem criar batalhas, sem me fazer criar barreiras, sem retaliações idiotas ou desgaste emocional porque eu já não tenho mesmo mais idade pra isso, nem paciência.
Na madrugada tudo que eu tinha era o silêncio de paz dentro da minha cabeça, o ambiente sendo preenchido pela minha voz e as risadas dela por qualquer coisa boba que eu falo. Ela vai rindo, rindo, rindo... E de repente quando eu percebo, a gente se agarra, se pega pra caralho. Eu me sinto muito atraída por mulher feliz e por mulher filha da puta. Ela consegue ser os dois, é sobre isso. Gosto do sorriso dela quando está comigo, da risada, da nossa aproximação espontânea e principalmente de como toda vez em que a gente se encontra o toque, contato, estar no mesmo ambiente se torna algo necessário pra nós. Por isso eu gosto de equiparar ela à um vício porque é na mesma intensidade que eu vivo, absorvo da mesma forma. O mesmo impacto. O mesmo arrependimento no pós.
O que ela não se propõe a fazer que ela não concretiza? Nada. É foda.
Meus dedos buscaram contato com ela a noite toda, a pele macia do braço, o calor das coxas encontrando o morno das minhas mãos. A ponta dos dedos na barriga dela, o carinho leve e ela sonolenta quase dormindo, mas querendo viver tudo ali comigo. A vida preparou pra mim um cenário ideal, a cama, a luz do quarto, todo o espaço e ela totalmente dentro dentro do meu abraço, clichê, a sensação de segurança era prevalente. Essa foi uma das poucas em que adentrei o apartamento do nono andar tendo muito claro que eu queria estar ali.
As mãos dela também me buscaram boa parte da noite e tudo parecia sonho demais pra mim. Sem a minha busca incessante por sabe-se lá o quê, sem ela me cobrando coisas que eu odeio ser cobrada. Sem nada, nada de ruim, nada de tenso. Nada mesmo. Nem olhos castanhos fechando o assunto e o clima.
E foi mesmo muito tempo até aqui, muitos encontros onde a gente estava desencontrada e sem propósito nenhum. Não que agora tenha um grande propósito, não há - pelo menos não pra mim. Só queria um momento ao lado dela e acredito que são só as coisas seguindo o rumo que a gente dá pra elas. Os sentimentos tendo o peso que a gente dá pra eles. E além do mais ela sabe que eu não vou ficar guardando rancor nenhum.
O charme dessa mulher é inquestionável. Me agarra, me enlaça. Eu não consigo não prestar atenção nela. Quando ela me olha parece que me arranca suspiros, me rouba mesmo o ar e me preenche com tanta paixão que às vezes chega a ser demais pra mim. E tudo estava lá, diante de nós, acontecendo. Insuportavelmente e deliciosamente encaixado. Ligado. Certo. Continuado. Como se a situação toda tivesse sido muito esperada por mim, por nós. Foi como se eu nunca tivesse passado um dia sequer longe dela, eu dormi e acordei na brisa. Eu dormi e acordei com ela ali, dentro do meu abraço... totalmente nua, despida de orgulhos, do ego e dos medos. Via de mão dupla.
Foi difícil sair da cama.


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terça-feira, 28 de junho de 2022

après ce soir

Tremi assim que apertei o botão de número nove dentro do elevador, o nervosismo de não saber muito bem o que me esperava lá em cima estava lá... ecoando na minha cabeça, ocupando um bom espaço ao meu lado dentro do elevador, a ansiedade batendo de um lado pro outro dentro do meu coração, quase criando uma brecha pra sair de dentro do peito... em contrapartida eu estava totalmente disposta a encarar o que viesse, afim de zerar tudo de negativo. Corajosa ou viciada em ser cúmplice, vítima e algoz ao mesmo tempo? Eu não sei, mas estava pensando primeiramente em mim, nela também claro. Eu respirava fundo numa tentativa de acalmar as sensações, encarar as coisas sem deixar tudo pela metade quando se trata dela é novo pra mim e eu sempre sinto que tem alguma coisa pendente entre mim e ela, algum clima estranho que fica pairando sobre nós em algum momento, principalmente quando a gente entra na brisa de se afastar e dissolver uma a outra do posto de mulher da vida, encaixe ideal ou qualquer equivalente desses. Eu prometi pra mim mesma que nunca mais falaria sobre o que ela fez comigo ou o que eu fiz com ela, eu sei que a amo mas também sei que eu amo muito mais a mim mesma. E ainda assim a nuvem cinza de chuva pesada continua lá... Mesmo que não tenha motivo porque eu não devo porra nenhuma pra ela, nem ela pra mim. E acho que nem mesmo eu conseguindo zerar tudo com essa mulher essa sensação vai passar, só que ainda assim acho importante nos dar a chance de tentar, enfim. Enquanto o elevador subia, por algum motivo a porta abriu, ninguém entrou, mas eu quis descer dois andares antes. Fui pela escada repassando na minha cabeça o quão rápida eu vim até ela hoje. Deixando tudo e todos pra trás mais uma vez, pra depois, pra outro dia e tudo bem. Agora eu tô aqui lutando pra conseguir parecer minimamente normal assim que eu olhar pra ela. O nervosismo sufocava, toda vez que a vejo soa como a primeira. O frio na barriga é inevitável. Degrau por degrau bem devagar.
Sentia-me sem arrependimento nenhum. Nenhum medo. Nada. Só ansiedade mesmo. E mesmo que tivesse algum arrependimento, ela tiraria essa sensação de mim assim que saí da escada e percebi que ela já me aguardava em frente à porta, eu a conheço suficiente pra saber que eu ela tá um pouco ansiosa também. Meu coração amoleceu assim que eu a vi ali. Ela rouba o ar, eu vou sempre falar sobre isso. O ar e as palavras. Burguesa filha da puta, ela me olha e faz os primeiros segundos do encontro ficarem meio em slow. Toda vez.
Eu dei uma respirada fundo, usando a bombinha porque eu sei que ela acha graça. Deu aquela risadinha que eu gosto do som e me olhou com tanta ternura que eu não pude deixar de retribuir automaticamente. Os olhos castanhos não fecharam tempo nenhum e seria um tanto quanto impossível porque já chovia quando eu cheguei, ela quis ser do contra dessa vez. Ela brilha tanto aos meus olhos que eu posso comparar ela ao Sol. Puro brilho em plena madrugada... Brilhando na minha vida. É foda. Me atrai tanto que parece vício. Deve ser vício, coisa da minha cabeça.
Ela me encarava de frente, me prendia. Dei risada da ousadia. Entendi as intenções. Abraço e beijo formais. Sem muita proximidade. Mas as intenções estavam lá.... As piores. Estampadas na bolinha do olho dela. Não nego prazer. As intenções eram as mesmas que as minhas desde que eu bati os olhos nela a primeira vez na minha vida, enfim, ela é especialista em me fazer sentir a falta dela, ela fabrica todo amor do mundo e estoca tudo isso no meu coração. Ela, na verdade, me faz assimilar coração ao amor, enfim. Me tira da realidade, entende? Ela me torna um pouco mais passional. Me faz agir com emoção, quase que zero razão. Quase.
As horas seguintes foram de diálogos leves, soltos, sem atrito. Me contou um pouco sobre a rotina, retribuí a confiança. Nós não tínhamos nada além da vontade pura de estar ali. Deliciosamente regadas somente à sobriedade. Sem álcool, sem drogas... Único estímulo que eu tinha era minha falta de vergonha na cara, a mão dela tocava minha perna do joelho à coxa, descia e subia... Era sutil, gostoso... Mas direto. Me pareceu um convite, eu reconheci a expressão de vontade no rosto dela e então eu a beijei a boca. Sem pressa alguma minha língua deslizou na dela com desejo, tocando com vontade mesmo, nem sempre é isso mas é muito bom quando é, lambi os lábios, sem pressa, que beijo é esse que não me deixa mais parar de beijar aquela boca, lambi o pescoço que tinha gosto de putaria das braba à um passo de acontecer, cheiro de vontade sendo fabricada. Ela vira uma vontade incessante quando está comigo porque quanto mais eu como mais eu tenho vontade de comer. Quanto mais eu entro, mais dentro dela eu quero estar. Num impulso minha mão esquerda puxou o shortinho do pijama dela e a calcinha pro lado e me garantiu espaço pra dois dedos dentro. Ela me olhou nos olhos e rebolou pra encaixar melhor, eu boto e ela rebola... no looping. O que além das maravilhosas e deliciosas memórias celulares que a gente fabrica eu pensaria agora? No que mais eu prestaria atenção senão no gemido gostoso que ela me dá quando eu tiro e entro novamente? Em pouco tempo ela estava nua, minha boca nas costas dela, descendo e mordendo a bunda, virou pra mim e eu segui sem tirar meus dedos de dentro, minha boca, minha língua na buceta dela e eu metendo num ritmo forte e lento, percebi que ela estava tão molhada que eu me afogaria. O cheiro... O gosto... tá aí o meu vício. Voltei meus lábios pros dela e nesse momento é onde eu geralmente me perco e não consigo mais parar, obedeço cegamente a libido. Transamos pra caralho a última noite... foi incrivelmente paz. Mas o que realmente me surpreendeu foi que ela não nublou a manhã seguinte, e isso me deixou doida de vontade de voltar o mais rápido possível depois dessa noite. E tudo bem.


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domingo, 26 de junho de 2022

esquece tudo que complica e esgota

A vibração do celular foi o que desviou, roubou minha atenção.
Respirei fundo uma vez.
Duas.
Três.
Quatro.
Diversas vezes.
Diversas, juro.
Meus olhos não conseguiram desgrudar da notificação na tela do meu celular. Eu sabia que era ela, eu não sei como sabia... mas sabia. E a sensação de tê-la "próxima" à mim ainda é uma perturbação instantânea pra minha cabeça, me faz confrontar uma série de vontades, uma inquietação dentro do meu peito, uma vontade desmedida. Ansiedade. Eu me conheço o suficiente pra saber que eu vou fazer exatamente o que ela me pedir pra fazer. E tudo bem porque eu nunca faço nada que eu não queira fazer. E também sei que só quero ir até a casa dela trepar com ela até umas hora porque agora eu posso, porque é gostoso, porque agora o jogo inverteu e ela decidiu que me ama pra caralho, muito tempo depois de eu querer muito a proximidade com ela, depois de tanto tempo eu faço isso só pra ela ver que o mundo gira. É puramente oportunidade, ela jogando oportunidades no meu colo e eu deixando a ocasião me tornar uma verdadeira filha da puta porque pra ser honesta mesmo... Estar com ela não é uma vontade que eu tenho diariamente, mas eu a quero quando ela se torna acessível. Só por querer. Ela me quer quando me faço acessível, também. Eu não gosto de relações difíceis, aliás eu não gosto de nada muito difícil, e ela sabe como conseguir tudo o que quer de mim sem fazer muito esforço. Olha o tamanho do espaço que eu dei pro monstro que eu mesma criei. Monstro de estimação, às vezes embaixo da cama, às vezes na cama comigo. E tudo bem, embora a paixão às vezes me faça vê-la com mais doçura, ponderando tudo. O amor AINDA me faz colocar uma colher de açúcar nas decisões que a envolvem.
Mas tá paz, ela sabe que tudo que eu faço com ela - ou não faço - é porque eu quero. E exclusivamente tudo que faço é sob vontade, preferencialmente a minha. Então tem se tornado cada vez mais fácil e frio eu lidar com meus problemas quando eles batem à minha porta, quando eles estão bem na minha frente... mas nesse texto não tem nada de novo, já antecipo que nada de novo acontece aqui. Mais do mesmo. Eu não neguei o convite, já vou avisando... Hoje é mais um dia onde eu tô jogando todos os meus outros dias de paz pelo ralo, comprometendo meus dias de sol, minha saúde emocional e mental, ou seja: fodendo meu equilíbrio como um todo. Foda-se. Eu precisei lidar com isso e quando percebi lá estava ela, um resquício, um vestígio dela, a notificação - até inesperada - estava lá... Pipocando na tela do meu celular. Eu não consigo ignorar e deixá-la sem resposta. A situação me obriga à ter um posicionamento.
Lá estava ela. A mulher que faz eu me superar no quesito fuga, seja da forma que for. De fugir com ela, pra ela ou até mesmo dela. Ela me vence. Passa em cima de mim igual rolo compressor, no papo. Queria me mudar pra Marte, mas lá também talvez ela me ache. Ou melhor: talvez lá, também, eu me permita ser facilmente encontrada por ela. Enfim. É tudo sobre o que a gente se permite, e esse texto fala somente do meu exercício do livre arbítrio e zero senso de certo ou errado.
Na tela o número que rouba minha paz e eu não vou salvar nunca mais, mas ainda assim eu sei de cor. O DDD diferente do meu. Três palavras que direcionam a noite, mesmo. Ela me enfia no bolso com três palavras.
"Vem me ver?". Sim, hoje foi só isso mesmo que ela precisou me dizer. O convite mesmo com várias intenções me soou amigável, verdadeiro, embora eu saiba que o impacto negativo vai me foder demais depois, mas eu aceito. Tanto faz. Já tive tantos impactos negativos que um a mais ou a menos não parece fazer tanta diferença assim.
Meu relógio apontava 1h39 de uma noite quente e bastante ordinária. A mensagem, agora aberta, ainda aguardava a resposta. Calculei em quanto tempo conseguiria me livrar dos meus amigos e da minha companhia, adoraria que eu pudesse o fazer sem ser percebida e aparecer rapidamente lá... Bem na frente dela. Olhando a cara de surpresa que ela faz quando eu broto do nada depois da meia noite. Cedendo primeiramente à minha própria vontade, mas ainda assim aceitando qualquer convite dela. Qualquer convite dela quando é feito de forma direta seguido de um possibilidade clara de ação, eu aceito. Odeio tesão, vontade sem possibilidade da execução, sem ação, provocação. Os convites dela são tipo um desafio pra mim.
Basta uma mulher me fazendo uma proposta indecente e eu high as fuck, totalmente vulnerável às minhas próprias vontades, importante lembrar que eu estaria totalmente vulnerável se eu estivesse sóbria, foda-se.
Parece que ela sabe quanto eu tô prestes a saborear novos beijos, a um passo de contato íntimo com outras mulheres, ela saca que eu não recuso prazer. E ela sabe que pode me chamar a hora que for mesmo que ela só queira algum tipo de prazer, que ainda assim eu vou derrubar todas as paredes até ela. Porque é ela. Ela ri dos meus óculos tortos, ela ainda me beija em cada novo encontro. Tudo parece calmo.
E quando estamos aqui em cima, do alto do nono andar... não há nenhuma mágoa mais, situação mal resolvida. Nada. Tudo dissolvido em encontros casuais, em conversas. Ela vivendo sempre os mesmos dilemas e por algumas horas tudo parece ser fácil de lidar. Acho que finalmente está mesmo ficando fácil de lidar. Ela nunca vai conseguir me tirar do posto de amor da vida dela, e vice versa. Eu nunca sequer tentei. E eu tô ficando ótima em transformar o pós encontro em algo produtivo pra minha cabeça, mas ainda é sobre isso, de novo, outra vez, ainda. É sobre ela, sempre. O que trago de novo hoje é que eu não guardei culpas, nem remorsos, nem nada.
Ela me torna um pouco mais passional. Até quando eu me mantenho distante dela ou faço uso do tratamento de silêncio, eu sei que é ridículo mas eu o faço por amor - por mais idiota que isso possa parecer.
Eu gosto de ser livre, aqui dentro, pra assumir que eu gosto dela... pra conseguir lidar com isso de uma forma que o amor não seja uma distração pra mim, pra não atropelar o meus sentimentos e os dela, pra não deixar ela estampar e estrelar meus sonhos.... de qualquer forma, eu nunca falei o nome dela pra ninguém. E pouco importa agora também.


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quarta-feira, 15 de junho de 2022

alô... alô... alô... alô... alô... alô... BANDIDA!

Eu gosto de toda situação onde ela me olha e diz que sentiu com saudade, eu acredito e acato tudo que ela fala, mesmo não tendo certeza se é verdade. E quem liga? Ela beija minha boca sussurrando que sentiu falta, e eu acho legal quando ela se abre. Ela me deixa 100% amor e paz. Calmaria. Sei lá se isso é totalmente possível, mas ela faz. E olhar diretamente pra cara dela ali, pessoalmente, é sempre o ponto zero pra ficar mais fácil de eu fazer ou receber o convite pra ser agarrada por ela, ser consumida e consumidora.
Eu a observei com bastante atenção enquanto ela dançava, mexia a raba, ia até o chão, parava, me olhava, jogava... Deu outro gole na minha garrafa de água com bala, famosa água de bandida. Vai surtar, eu sei que vai... Mas eu a deixo à vontade. Ela vai, ela volta, sabe que tá solta.
Mais um baile com a mesma de sempre, no mesmo bonde. Com ela eu tenho umas coisas de ser extremamente fã da intimidade, de repetir o que é gostoso, o que bate. Eu gosto da sensação do flerte, da conquista mesmo que eu nem esteja sendo conquistada, nem ela, nem nada. Nada precisa ser definido num status, e a gente se curte às claras. Transparente mesmo, tipo água limpa.
Eu não tô nem aí para o que ela faz da vida dela, com quem... desde que ela faça o mesmo ou melhor comigo, então quando ela me liga numa sexta ou sábado a noite ela me faz feliz, e volta a me faz feliz nas noites quentes de baile, fico muito feliz também quando ela me liga buscando somente companhia e eu ofereço uma dose de fuga da rotina nas nossas escapadas madrugadeiras e secretas pelo meu bairro, pelo dela ou nos botecos do outro lado, feliz nos nossos almoços algumas vezes às quartas na pausa do corre, dos job, sou feliz também nas vídeos chamadas onde eu - do nada - mostro meu peito ela eu e me chama de safada. Ela também não vale nada. Quero ser mais que a mina que transa bem gostoso com ela e faz ela dar risada, essa é a verdade. Ela me atraiu desde a primeira vez em que eu coloquei os olhos nela. Mal sabia eu, mal sabia ela. Meu problema é eu ser facilmente dominada por um sexo bom, enfim... eu gosto de um probleminha. É foda de assumir, mas eu gosto.
Meus dedos a acariciando na nuca me deixa louca pra queimar logo as horas ao lado dela gastando tempo, energia e dinheiro com futilidades. Eu amo ser envolvida nessa teia dela. Nada demais. Coisinhas bobas, sem peso nenhum e várias trepadas gostosas na escondida pra eu me lembrar depois. E eu não sei parar de pensar nas coisas deliciosas que ela faz comigo.
Só queria escrever sobre ela e sobre isso.


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quarta-feira, 8 de junho de 2022

bucaneira

A sexta dose de whisky na minha mão esquerda, aguardando minha coragem de terminar o que comecei, a mão direita segurando ela bem firme pela cintura, apertando o rabo e ela inteira, sem nenhuma medida de força, ela gosta e eu gosto, enquanto eu lambia seus lábios e pescoço de forma voraz como uma forma de tentar demonstrar que eu quero essa mulher, esse beijo, esse corpo e muito mais. Finalmente à sós com aquela gata que me enche de vontade sempre. Só eu, ela, minhas luzes, minha playlist e nada além disso. A vontade que eu sinto dela ocupa cada canto do ambiente. Hoje é meu dia de sorte, só pode. E eu quero lamber essa mulher inteira.
A madrugada em seu início nos proporcionando mais uma chance de criar lembranças deliciosas, nos mostrando seu charme, seus encantos, chances, oportunidades... Eu gosto. Qualquer hora da madrugada é sempre meu horário favorito. Eu sou tão fã da madrugada que - por mim - seria noite pra sempre.
As mãos dela que antes me acariciavam com pressa e muitíssima precisão agora me despiam sem pressa alguma dentro da privacidade do meu quarto. Me olhava inteira, dos pés à cabeça, com calma, me decorando, me fazendo sentir tentada. Lambeu meus seios com leveza, depois me beijou a boca como quem pudesse me engolir, lento... e talvez ela possa mesmo, talvez seja exatamente isso que eu queira: ser engolida, devorada por ela enquanto ela me come com fome. Eu a olhava com mais fome ainda. Eu quero ver até onde ela aguenta. Eu não sei parar. Eu gosto.
A pele dela em contato direto com a minha pele, a língua dela me molhando, uma noite fria de outono... mas ela era inteiramente capaz de deixar o ambiente quente pra caralho só por encostar em mim. Sentir que ela me deseja é delicioso e perigoso, me deixa no limite do tesão mesmo. Ela entrando em mim é gostoso e perigoso também. O dobro de gostoso e perigoso porque infelizmente eu adoro transar com ela e quero sempre. Gosto de sentar no colo dela e ela cravar as unhas nas minhas coxas, quadril, me comendo mesmo que numa rapidinha vespertina no melhor estilo quebra na rotina, sem eu sequer precisar tirar a calcinha, duas descontroladas, gosto quando ela se diverte em mim, comigo. Nós duas lá, jurando zero envolvimento, transadinhas toda semana, sem pular uma. Sem sentimento? Mas mantendo sempre a caixinha do afeto bem cheia mesmo na casualidade, carinho o tempo todo, mas depois é cada uma pra sua casa, semana de saudades até a próxima vez, sem pensar em desgrudar uma da outra. E hoje, especialmente hoje, muito envolvidas desde o início da noite sem pretensão alguma, as vontades não são planejadas e quando se trata da gente as coisas fogem do controle. E ela sabe quando é o momento mais propício. Me tira de mim, me oferece diversão e novas sensações.
Ela seguia dentro de mim, intensa, gostosa, dada, me beijando a boca lento, eu numa tentativa de não deixar o tempo escapar tão rápido. Juro que não conseguia me concentrar nem pensar em nada que não fosse ela, comigo. Tirou os dedos de dentro de mim. Provocativa. Ela quer que eu enlouqueça, não é possível. Na hora sequer lembro meu nome.
- Você tá molhada... Convidativa... - acho que molhei o dobro depois que ela disse isso.
Filha da puta. Deliciosa.
Eu adoro ela em cima de mim, de joelhos na minha cama, entre minhas pernas abertas... Ela iluminada somente pelas minhas luzes coloridas e pelo seu próprio brilho era a coisa mais linda em que meu olhar pousava, em muito tempo. Eu não quero esquecer essa lembrança deliciosa nunca mais.
Tipo miragem.
Linda mesmo.
Gostosa demais.
Dentro de mim, então? Gostosa demais.
Queria prestar um pouco e não assumir que enquanto ela me comia eu poderia jurar que me senti até momentaneamente apaixonada.


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quinta-feira, 12 de maio de 2022

Clichês para Bebel

A mão dela deslizou carinhosamente no meu rosto e eu não contive a felicidade em receber o toque. Ela ganha a minha atenção com toda delicadeza possível, muita calma,, os olhos dela encurralaram o rato que sempre foge. A mão escorregou pra nuca.
Toda vez que ela me abraça, ela o faz com a mesma intensidade de quem não me vê quase todo dia, e transa comigo como se fosse a primeira vez... sempre.
Ai ai ai.
E logo eu que me sentia tão cansada de ser/ter somente diversão pra essas mulheres malucas, me aparece a mais inusitada, não tô falando que ser bagunceirinha eu não gostava, e gosto ainda... Mas essas coisas que o afeto dado na intimidade me gera eu adoro mesmo, não aguento, perturba minha cabeça e eu fico encantada com uma diversão dessas. Enlouquece um pouco, rouba meu controle. Fora do meu normal, do habitual. Ela é tudo o que me atrai, então sei lá, só sei que após meus lábios terem tocado os lábios dela pela primeira vez eu nunca mais quis tirar. Pelo contrário, é quase o tempo todo querendo tudo que a gente já viveu de novo e mais um pouco.
Acendi meu beck enquanto a observava vestir-se novamente. Já é a quarta vez que a vejo só essa semana porque eu sinto saudade. E ainda há planos de fuga juntas na sexta.
Tá paz. Tudo paz. Pura admiração mesmo. Gata do caralho. Acho que meu olho até brilha quando eu olho pra ela, sei lá.
- Que foi?
Nem respondi, só levantei da cadeira e a beijei.
- Maconheira do caralho. - ela disse, me empurrando, eu ri, e respondi que ela me conheceu assim. Eu gosto quando ela fuma um baseado comigo e divide a brisa.
E ela tem gosto de amor quando eu a beijo. Sabor de mulher que me vira a cabeça quando eu como com vontade, sem talheres, apreciando ela com as mãos, puro tato. Cheiro de intimidade sendo criada. Eu gosto. Gosto dos encontros sóbrios e dos mais malucos, gosto de tudo. Ela me olha e automaticamente eu entro em puro estado de nervosismo e não sei nem o que fazer direito, então eu taco beijo. E ela fala pra caralho quando me vê, eu gosto disso também.
Ela tem gosto de amor pra vida, ou quase isso, cheiro daqueles amores que complementam a vida. Sei lá. Dose de alegria. Eu sou dessas que é fã da intimidade, muito ligada ao sexo e fã do sexo repetido pra melhorar ainda mais o que já é bom, imagina pra mim então que já foi incrível de primeira? Eu gosto de deixá-la a vontade comigo. Ela me deixa mó paz. Outra vibe. Outro mundo. Eu não quero outra vida.
A gente se curte e curte o momento onde quer que estejamos, isso é fato. Ela faz o momento ser leve pra mim, feliz, conduz minha brisa.
Eu só volto pra minha vida por causa das responsa, das onça. E devoro os dias que não a vejo - que denomino como dias de saudade - pensando em cada uma das vezes que devorei as horas passeando com voracidade pelo corpo dela.
Tô que é só saudades.
Mas por enquanto tá tudo paz.


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sábado, 7 de maio de 2022

sufoco

Parece que eu só pisquei mais forte e de repente eu já estava com meus amigos no meio do baile, depois pisquei mais forte ainda e lá estava ela, só ela, nem precisava mais ninguém... subindo viela por viela, envolvidona comigo e eu tacando beijo na boca dela. Sem parar.
Ai ai.
O outono deixava as noites do outro lado muito mais frias que o habitual. Baile lotado mesmo assim. Bailinho gostosinho, mas o clima quente mesmo era só entre a gente, eu e ela. Bêbadas inconsequentes escondidas lá no alto da favela. Só eu e ela, dez gramas de maconha, um copão de whisky com energético, entre uma dose e outra de Jack de canela, bebida escolhida por ela com a desculpa de que era pra esquentar. A gente ainda tem quase a garrafa toda, e eu tô tão quente que já tirei a blusa nesse frio do caralho - nem senti o frio, pra falar bem a verdade. Mais um beijo e ela vai ter eu no colo dela sem camiseta porque eu sou bem dessas mesmo... quando quero.
Toda vez em que ela me beijou a boca essa noite, toda enroscada braba que a gente deu... pensei que eu ficaria bêbada - caso já não estivesse - só de beijá-la. A língua molhada, azul de bala deslizou na minha e me deixou afim de levar ela pra casa na mesma hora. Instantâneo.
Mais uma dose de Jack? - ela me perguntou como se indicasse que não transaria comigo ali, e tudo bem. O dedo dela já quase dentro, ela já estava quase entrando na minha calcinha porra, ela é filha da puta, penso que só não quero que ela negue buceta porque eu tô bêbada e tô maluca. Transar com ela agora é igual necessidade, só quero, só vou, só preciso.
- Mais uma dose e casa? - respondi.
 Mais uma dose pra esquentar. Pra não deixar a gente perder o ritmo. Não vamos.
- Posso compartilhar algo bobo? - ela acenou com a cabeça que sim e fez aquela carinha dela de atenta que eu não aguento - Aqui é meu lugar favorito no mundo. - falei acendendo a metadinha de beck enquanto ela nos servia outra dose - eu gosto do visual, da altura, de ser escondido, de poder tipo... tá aqui agora com você, sei la, olhar pra tudo isso sem a gente ser vista. Gosto da sua companhia também. 
Ela riu como quem achou que pudesse ser mentira ou cantada, mas era verdade. No céu a Lua era a única iluminação que nós tínhamos lá do alto. A lua, meu isqueiro e as luzes que vem do baile lá embaixo.
- Você traz toda mina que você pega pra cá e fica falando isso? - Dei risada e neguei, mas sei que isso também é verdade.
Com ela é tipo tudo sempre paz, o jeito que rola com ela é natural. Desde o início, é diferente a paciência que ela tem comigo. Eu gosto. Me deixa confortável, me faz querer tá perto.
Olha o céu comigo sempre que o ar parece pesado pra respirar.
A atração carnal também é inquestionável. Do tipo rara, do tipo que todo beijo que ela me dá na boca deixa a minha buceta molhada. Eu quero ela grudada em mim, em cima de mim, eu quero afundar meu rosto nas coxas dela, eu quero carimbar minhas digitais em cada centímetro do corpo dessa mulher, deixar saliva por tudo, eu quero lamber as costas dela do rabo até a nuca, com dois dedos dentro. Animal assim, claro e direto assim. Eu quero transpassar ela mesmo, rasgar ela no meio, sem limites. Desmedido. Carnal mesmo. Ela me deixa pirada.
Eu tô maluca.
Ela é do bonde, eu gosto é disso, conheço há tanto tempo e do nada a gente passa a transar repetidamente pra caralho no sigilo, é isso?
Me olha com cara de tímida das vezes que me encontra no jet e eu percebo que conheci alguém mais sonsa do que eu. Vai buscar goró comigo e me beija em toda viela possível até a adega. Trajeto de dez minutos vira vinte e cinco, todo mundo percebe mas a gente não deve porra nenhuma pra ninguém, né?
Lá no alto ela tinha cheiro de minha dupla, de par ideal. Parou e me olhou no meio do beijo "sua carinha de sonsa engana" e três tapinhas leves no meu rosto, tipo de elogio que eu gosto... beijou meu pescoço. Ah mano.
- Tira a mão de mim vai, caralho. - Eu disse séria, ela sabe que eu sou perrequeira, ela responde colocando mais ainda as mãos em mim, cravando as unhas nas minhas coxas. Desde quando implicar tanto com alguém virou forma de flertar e eficaz? Menina maluca, eu gosto. Transa comigo na mesma brisa que eu tô, isso que é foda. Bebe comigo, dança comigo, fica comigo, usa comigo. Eu só queria tirar ela dali logo.
Odeio o sorrisinho debochadinho dela, mas adoro causar o mesmo. Ela gosta de surpresas então às vezes eu apareço do nada, só falta o laço, mas ela gruda em mim sempre que me vê, o laço é ela, eu dou o nó e ela aperta. Grude certo. Bala certa. Eu viro fã, me faz sorrir um dia todo e no outro eu já quero mais. Mais sorriso e beijo na boca.
O resumo disso é: dessa vez eu levei essa maluca pra minha casa, a gente se agarrou tanto que o motorista do aplicativo não entendeu nada, subi pro apartamento com ela me beijando a boca, com uma parada entre um lance e outro e minha mão irresponsável se enfiando dentro da calça sentindo ela tão, mas tão molhada... Pareceu que nós nunca chegaríamos no final da escada. Sufoco.
- Quer água? - perguntei na sala.
- Quero ser chupada... 
Ah para, vai virar minha cabeça assim... Precisou falar mais nada. E eu também não quero escrever mais nada. Só quero falar que não paro de pensar na gozadinha inundada e gostosa que ela deu em pé comigo atrás da porta do meu quarto. Espero ansiosamente repetir em breve.
Ai caralho, nunca mais escrevo bêbada.
Uadauel e tchau!


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sexta-feira, 6 de maio de 2022

ressalva

Amanhecer numa situação que eu considero errada - PRA MIM - sempre pesa muito, eu quero fugir, eu não quero interação social, eu só quero parar o incômodo, só quero me tirar da situação onde eu não me sinto em paz. Às vezes a vinda é uma caixinha de surpresas e eu evito vir porque eu não quero mesmo ter que lidar com a possibilidade de acordar ao lado dela e ela apagar o meu brilho antes mesmo do meu primeiro beck do dia, jogando sentimento no meu colo pra que somente eu lide com tudo isso sozinha, me enchendo de apontamentos de quem me conhece até mal, eu diria. E me perguntando se eu ainda tô transando com alguma conhecida dela.
O que isso importa, porra? Que diferença faz? Nenhuma diferença. Mas ela sabe que eu tô sim. Transando com as amiguinhas dela pra caralho.
A manhã era fria, até escura. Por mais que eu me questione muitíssimo quando venho pra cá, eu gosto. Eu estou quase acostumando e não problematizando mais nada. Eu gosto dela, muito mesmo, mas gosto mais quando está de noite, eu estou bêbada, ela bêbada e a gente se diverte sem roupa. Eu não sei lidar com ela enquanto casal, mas sei lidar com a casualidade... com ela ou com outras. Eu descobri que gosto mais quando eu tiro ela do alto do nono andar pra gente rasgar a madrugada na loucura juntas, mesmo sóbrias. Nem se for pra gente mergulhar pelada, nem precisa envolver sexo. É só ocupar espaços e criar boas memórias. Qualquer coisa que quebre a rotina dela, a minha. Qualquer coisinha ao lado dela, eu gosto.
Desde 5h07 eu estou acordada, é quando meu relógio desperta diariamente me lembrando que é a hora de ir pra casa. Lá estava então a velha - e muito bem conhecida - sensação da sobriedade do erro, a seriedade do erro, o peso do erro... E o erro? Bom, o erro tá aqui, ó... Deitadinho, acomodado, íntimo... do meu lado depois de trepar comigo e de ter me chupado quase a noite toda. O erro tá aqui, totalmente nu, cru e desmascarado. E a errada, errante, sei lá... tá louca pra fugir.
Blá blá blá...
Olhei pra ela enquanto ela dormia abraçada em mim, imóvel. Nua. Linda. Que erro, porra? Que erro? Talvez não tenha nada de errado, só o fato de que definitivamente eu não quero magoá-la, mas isso tudo ainda é sobre mim, eu só tenho 100% de certeza do meu lado da história, só tenho certeza mesmo de como eu recebi cada uma das situações. E de como hoje eu só quero paz. Eu não sou capaz de reconhecer as emoções nos rostos das pessoas, gestos, nada, nunca fui, desde pequena as emoções são confusas pra mim. Tipo daltonismo. Então as coisas precisam realmente ser claras pra mim. Eu não sei adivinhar nada. E hoje eu só quero paz.
Tá paz. O foda é não conseguir me encaixar em nada na vida dela, nem encaixar ela na minha. Os amigos dela me olham como se eu fosse uma carteira de droga ambulante, mas meu nome é Jéssica. Será que mesmo depois de me verem tantas e tantas vezes entre os aniversários dela, dos pais dela, da irmã dela, dos bares, dos feriados na areia e nas aleatoriedades dos encontros... eles sabem? Não que me importe porque meu foco é ela, sempre foi. Mas será que sabem? Entende? Me pergunto somente se alguma vez eles vão conseguir interagir comigo sem interesse em algo. E mesmo eu sendo tão fechada assim ela não entende como tudo mundo me acha legal. A família toda, as tias, as primas, aquela vizinha maluca. A pivetada toda dos andares de baixo. Eu gosto da minha vida, gosto tanto ao ponto de me sentir confortável pra não mudar nada em relação à ela. Eu não encaixo ela em nada. Talvez seja pouca questão. Eu sei que se eu não parar de fazer isso, eu não ajudo também. Eu não deixo ela me conhecer de fato, nem saber o quanto tudo mudou de uns anos pra cá. Talvez porque eu não queira inserir ela meu mundo. Porra, eu gosto dela... Gosto mesmo. Gosto desde que eu era uma piveta de dezessete anos e ela uma piveta de quatorze vivendo uma parada meio vibe aquele filme "Era uma vez...". Mas ainda acho que amor não é tudo dentro de qualquer relacionamento, tem outras coisas que não passam batido. É balela. Pelo menos quando eu olho à minha volta o amor sozinho não mudou porra nenhuma. Sou fiel somente às notas de papel.
Nada.
Nem com muito esforço.
Sozinho não vence, precisa alimentar e se deixar o amor sozinho... eu rapidamente esqueço que sinto. 


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quinta-feira, 5 de maio de 2022

"Oi Caramelo, tá paz? Tá fazendo o que?" ✓✓

Ela tem um jeito muito particular de conseguir o que quiser de mim. Às vezes a sensação que eu sinto é que ela fica gigante e eu pequena, ela domina meu corpo, minha mente facilmente, rapidamente. Ela me mastiga e eu torço pra não sair da boca dela nunca mais, ou pra que ao menos ela não me engula, não até a manhã seguinte. Não até eu vestir minhas roupas após uma noite ao lado dela acordada. A gente se aproveita muito. Eu gosto da sensação de intimidade, dos convites que vem do nada do "vamo agora?" Vamo, então bora. Se for tem que ser agora. É isso e mais nada. Ela me beija quando tem vontade, sem aviso prévio e eu gosto muito de ser beijada.
Queria morar dentro da cabeça dela, sério.  Igual ela alugou um apartamento dentro da minha mente e mora lá dentro por muito, muito tempo num mesmo dia. Às vezes esqueço, mas volta. Ela sempre volta.
Ela é mais que puro êxtase, é puro amor. Pura paixão e diversas sessões de reapaixonamento do brabo com uma dose extra de sexo encaixado, gostoso e com saudades, porque toda vez que eu venho aqui e a gente transa, eu fico com saudades no dia seguinte. Sempre pensando na  próxima vez em que eu vou estar nua na presença dela. Com ela me beijando de uma forma tão suave que eu não consigo parar de olhar pra ela. Ela me atrai, me arrasta, me perturba, me deixa uadauel das ideia. A língua dela percorre pelo meu corpo inteiro e eu só venho pra assistir isso.
Tem coisas que eu só faço por ela. Pra ela. Porque é ela. Porque eu sei que ela vai ficar feliz. E eu gosto mesmo dela. Já quis não gostar, mas eu gosto. Tento lidar com isso, com ela e comigo mesma da melhor forma que eu posso, e consigo. Eu sou mó paz.
Eu gosto do cabelo soltinho e caramelo, dos olhos castanhos que fecham tempo. Parece que ela se destaca. Brilha. Mais uma noite. Eu estava lá. É mais um texto cíclico, eu sei. Curto período de viagem, a busca por ela em algum pico da velha cidade. A mesma coisarada.
Eu a reconheci de longe, bagulho de louco, ela me viu da outra esquina rasgando o farol vermelho e a primeira coisa que ela disse foi que teve certeza que era eu. Só eu apareço em plena 1h59 da madrugada. Diz que me classifica como: "fi de exu mirim, que quebra vidraça, não fica parada, perturba e é perturbada, coração bom e cara de brava". Eu só acho ela gata pra caralho e mimada. Gata e mimada na minha vida nos prédio, do outro lado ou na favelinha e gata e mimada no velho bairro burguês silencioso, 100% asfalto. 
Ela diz que eu sou muito dela e eu dou risada. A gente se completa, será? Eu sei que é muito possível que a gente seja mó casal chave, mas eu gosto de questionar. Ela me complementa mesmo que seja uma noite só.
Vim até aqui só pra ganhar a porcaria de um beijo na boca e ela me beijou a boca assim que me viu. Sem o trajeto de beijar ombro - pescoço - queixo/bochecha antes. Direto. Na boca. Sem rodeio. Certeiro. Gostosa do caralho.
"Saudade, caralho!". Que beijo é esse que ela tem que me gera energia pra achar que tudo pode ser acertar?
Eu gosto do jeito que ela passou a me olhar com o passar dos anos. Me orgulho de como ficamos boas em assumir que a gente se gosta mesmo e fodac.
Era saudade.
Eu sei que sim e digo que era saudade, também, da minha parte. É aquilo, vamo fazer o quê, né? 


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