terça-feira, 31 de agosto de 2021

Capitu

"Te amo, tô com saudade... Quando vem me ver?"
A mensagem que chega no meu celular me faz sorrir, mesmo que eu saiba que ela mente o tempo todo, e me jura paixão como quem não é capaz de enganar tanto. Eu a conheço... Mas ela estranhamente me convence tão fácil que às vezes eu nem me reconheço, me faz render muito fácil, me convém demais, me ganha com meia dúzia de palavrinhas gostosas. Eu sou predestinada à escolhas deliciosamente ruins, e repetir os erros quando os mesmos valem a pena. E tudo que envolve ela vale sempre muito a pena. Eu gosto dela, mesmo que eu fuja disso, eu sei que eu gosto dela e acho que ela é meu erro favorito. Eu gosto da gente e de tudo que nós temos no segredo e sigilo dos vários motéis ruins espalhados pelo meu bairro. Todos os elos que nos ligam, coisa e tal.
Eu gosto do jeitinho tão reservado e discreto que ela tem de me comer com os olhos, só com os olhos, me fazer molhar sem me tocar. Me come lentamente sem que ninguém, além de mim, perceba. Tenho como hobby me fazer de sonsa, eu dou pra ela na minha mente cada vez que ela cruza o olhar com o meu. Eu adoro fingir que não percebo a intenção dela também, pra ver se ela deixa mais explícito, pra ver se ela é mais direta. É impossível negar que eu não sei o que ela quer. Eu sei, e até que muito bem porque eu quero o mesmo, a diferença é que ela esconde mal, então ser direta é o que resta pra ela. Eu sou manipuladora, hora insegura, hora egoísta e gosto muito dessa atenção. Faz bem pro ego, né?
Eu não tenho paz a partir do momento que ela aparece, eu preciso conseguir tudo o que eu quero, eu estou geralmente desacompanhada, ela tem toda liberdade do mundo pra querer ou não estar comigo, mas se eu souber que ela está lá é automático, eu a procuro. Quando ela me acha primeiro, é tão bom e tão delicioso observar enquanto ela invade meu espaço, tocando meu braço, mexe no cabelo, ela quer muito o meu olhar, ela me atrai, me cerca, me ganha, ela arrasta meu olhar quase tanto quanto eu arrasto o dela. Me tem na mira, e é abate toda vez. Um sorriso dela e uma mensagem no WhatsApp é chave pra ela me ter por inteira em menos de dez minutos, um convite é o que basta pra ela sair comigo de qualquer ambiente escuro e ir direto pra luz vermelha do meu quarto, disfarçando as trepadas noturnas abafando o gemido no travesseiro. Eu sou ótima jogadora, uma armadilha em formato de mulher, eu sei ganhar a atenção dela sem precisar de muito, mas eu sei que eu só consigo o que eu quero porque a vontade é mútua, intensamente e inevitavelmente mútua.
Ela é gostosa, do tipo que eu uso as memórias celulares sempre ao meu favor, tipo agora... Se eu fechar os olhos agora eu consigo sentir com exatidão as voltas que a língua dela dá na minha, a textura molhada dos lábios dela descendo pelo meu pescoço, por entre meus seios, a mão tava na minha nuca, mas ela desce pra barriga, momentos esses que ela sabe que eu sou fã de contato visual, lambe minhas coxas, me chupa até eu implorar ela dentro e então ela volta, sobe, fica por cima de mim, eu obviamente já estou rendida à está altura... Ela segura meu pescoço, um dedo a mais, entra mais forte, e então ela ganha um dos meus olhares mais desesperados, que seguem deixando explícito meu corpo reivindicando um banho de língua, uma botada mais forte e ela cede também.
"Goza comigo?" - Ela se masturba enquanto me come, acho incrível a concentração que ela tem. Não recuso o pedido.
Ela olha dentro dos meus olhos e é atraída, puxada pra dentro de mim, como um ímã mesmo, eu rebolo no ritmo da música que toca e eu sinto que posso dominá-la nesse momento, quase que como hipnose. Dizem que na hipnose você não faz nada que não faria normalmente. Posso chamar também de encantamento, sinto que tenho sobre ela um enorme poder de atração... Mais uma vez eu tô burlando as leis. Longe do flash das pessoas que nos conhecem eu tô queimando o mato com essa bandida. Me atraio demais pelas que adoram ser segredinho, fazer o quê? E posso ser sincera? Dar gostoso e com vontade é só armadilha, só pra me auto desafiar a melhorar cada vez que ela me tem nua em suas mãos... Mas eu só o faço por mim porque o problema sou eu mesmo que nunca resisto à ela e morro de saudade de vê-la despida de roupas e preocupações, louca, sentada, louca entrando em mim do jeito que eu gosto. Saudade bate em dobro quando eu lembro dela molhada e do meu rosto afundado entre as pernas dela, sou afogada com amor e ondas de tesão que buceta dela envia. Sinceridade é tudo né? Quando me vejo entre as pernas dela o ar é pouco. Eu nem sei mais como parar de desejá-la, mas é ela quem propositalmente é atraída pra jogar meu jogo.


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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

⚠ ¡Peligro! ⚠

Eu queria tanto que o mundo todo tivesse a mesma perspectiva que eu tenho dessa mulher porque ela é maravilhosa mesmo, no papo, maravilhosa sem dó, nem medidas, sem limites e sem sombra de dúvidas. Então eu escrevi textos aos montes pra ela, escritos exclusivamente a partir das memórias deliciosas que nós criamos, pra ilustrar tudo que eu acho dela, momentos que só eu a tenho e só ela me tem também, pelo menos ali, nua sentada no colo dela, enquanto ela desliza os dedos sobre minhas tatuagens, eu gosto de ser de alguém. Dela então... nem se fala. E contar, pra nunca esquecer, sobre as formas que somente eu a vejo. A gente sendo a gente, fodendo gostoso como sempre, ela é uma delícia de companhia e seríamos uma delícia de casal, caso a gente decidisse ser um, algum dia. Embora eu adore esse nosso casual com cada vez mais intimidade. O maior afeto que eu quero dela é cafuné e ela me fodendo beijando minha boca, só isso e eu fico de boa.
Ela consegue me fazer falar por horas, sem cansar, sem achar que eu atrapalho, ou achar que não tem sequer conexão tudo o que eu falo, me faz ter vontade de contar histórias que eu nunca contei pra ninguém, ela me abre tipo concha porque eu sou fechada pra caralho. Ela derruba meu muro em silêncio e com muita paz. Nem faz alarde. Sabe como e tudo que faz. Eu gosto de mulheres assim, me atrai. Mas por essa em específico eu sou puro encantamento. Pura atração, desde a primeira vez em que a vi. O tesão já veio pronto, eu nem construí.
¿Eso es peligroso?
Eu gosto tanto quando a gente foge e fica a sós, foge pra foder, foge pra se ver. Já falei disso tantas vezes e de tantas formas, mas é que toda vez que eu me encontro vestindo de volta todas as peças de roupa que ela me fez ter uma vontade incontível de tirar, umas horas ou minutos atrás, eu me encanto com o jeito que ela me olha, me faz sentir especial como nunca e desejada (por ela) como sempre. Ela me observa, sorrindo, puxa qualquer conversa que me entretém, e eu sigo vestindo peça por peça. Sem muita pressa. Louca pra que hoje seja uma daquelas vezes em que ela tira tudo de volta antes de eu terminar de colocar ou me encosta na parede, desliza uma das mãos por entre as minhas coxas, entra no meu shorts, puxa minha calcinha pro lado e me come em pé mesmo, me obrigando a ir embora molhada. E eu nem fui embora e já tenho vontade de voltar, é complicado. E quando eu volto é sempre delicioso igual foi de primeira, como que fala que eu não quero mais? Como que eu juro que não volto? Se eu quero muito. Se eu penso muito sobre nós. Eu estaria milionária se eu pudesse vender um pouco da saudade que eu sinto do abraço dela, do cheiro e dela no meu quarto. Ou vender a vontade que eu tenho de foder com ela.
Meu querer por ela, nua ou não, é um querer sem freio, não me contenho nunca ao lado dela. Mas não posso negar que eu me divirto pra caralho lembrando dela nua na minha cama, e da minha língua deslizando da barriga, subindo lentamente, até os seios... Tudo com ela é mais gostoso. Ela molhando, me olhando... Me ganha em tudo.
Eso es peligroso.


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terça-feira, 24 de agosto de 2021

fala comigo

Ela levou uns cinco minutos pra subir, e isso porque meu prédio é o primeiro da fila. No terceiro minuto começou a ficar incômodo e inquietante pra mim, a porta que eu mantive aberta enquanto aguardava que ela subisse gelava minha sala. Ela passou de menina à mulher problemática tão rápido que eu quase não pude acompanhar, ela não me acompanhou também. Eu quase coloquei música em plena madrugada pra rasgar o silêncio e eu conseguir não pensar em mais nada, só por um segundo.
Ela encurralou o rato. Me impressionou. E não foi nem entre as pernas, o que me impressionou mais ainda. Ela me assalta com qualquer tema tão bem que eu não me disperso mais, eu não fujo. E olha que eu fujo de mulher bonita. Nem contato visual.
E pra ser sincera... Eu não queria interagir com ela num espaço de tempo tão curto assim, entre um encontro e outro. Mas ela encurralou o rato. Eu não conseguiria fugir do meu próprio quarto.
Corri e descolei a placa da parede. Não que eu tenha a intenção de deixar ela chegar tão longe quanto dentro do meu quarto, mas...
Pensei que ela deu sorte de eu estar em casa, deu sorte de eu não tá com qualquer outra aqui, vendo um meteflix. Ela não me tiraria de dentro da buceta de nenhuma outra mulher, hoje. Não mais. Pelo menos esse poder eu recuperei e o tenho em minhas mãos. E nem vindo aqui na minha porta ela conseguiria isso.
Cinco minutos pra subir. Demora do caralho. Lá fora um frio de quatro graus. Maluca e filha da puta.
Cinco minutos... E lá estava... Degrau por degrau. Os olhos grandes e castanhos da cor da tempestade que chega cruzaram com os meus e eu não senti nada relevante e além do mais o tempo já está tão fechado que logo penso que ela não teria muito trabalho. Abaixa a máscara e me dá um sorriso, o mesmo cabelo no tom que eu amo, isso foi só observação mesmo, porque ela é do tipo que não muda nunca, o frio deixou a ponta do nariz dela vermelha, eu achei engraçadinho. Lembrei do tempo que ela passou no Canadá e de como o inverno lá deixava ela parecendo uma rena. Eu sempre gostei muito de brincar e falava que era por causa das drogas. Por um segundo eu até gostei de vê-la, só nós duas, ali.
Mas esse segundo passou rápido, no segundo seguinte meus olhos estranharam vê-la, foi como se eu fosse capaz de repelir ela. Não exatamente repelir, até porque ela já estava aqui e eu não mandaria ela embora. Mas quando eu quero, eu sou mesmo, já tive muitas ocasiões que eu fui repelente pra caralho com ela. Eu me tornei menos babaca com o passar do tempo.
- Sua terra faz frio. - Eu dei risada, ela sabe muito bem como ganhar um sorriso meu, dos sinceros. Sorriso é intimidade das brabas pra mim, mas ela ganha sorriso sem muita intimidade. Eu nem nasci aqui pra ela chamar de minha terra. Mas lembrei de como eu achava engraçado o jeito que a avó dela se referia ao nome da cidade onde eu moro, toda vez, por anos a mesma piada bobinha quando falava comigo ao telefone. Até quando eu me mudei, quando eu voltei. A mesma piada. O sotaque da avó, eu passei tardes inteiras escutando aquele sotaque característico de quem mora na região dela. Eu adorava escutar as histórias. Sei lá. Senti saudades da avó dela. Lembrei do quanto eu fui a favorita da família dela toda, do pai burguês, bêbado e às vezes chato, da vó, daquela prima com quem eu fumava um beck sempre, eu era a favorita até da vizinha velha maluca excêntrica que morava no andar de baixo, continuei sendo a mais queridinha dela mesmo quando ela quase pegou a gente se pegando no elevador. Mal eles sabiam o mal que a gente se fez enquanto casal, dos traumas criados aos montes... aquele rolê todo que nem tenho mais o que falar. A galera gostava muito de julgar, analisar a nós e a nossa relação baseados somente em rede social. Eu nunca fui flor que se cheira, ainda bem que eu sou mó paz hoje. E acho que ninguém conhece ninguém de forma extremamente intensa e verdadeira. E pra ser sincera, eu acho que filtros do Instagram deixavam a gente bem mais feliz do que a gente foi, de fato.
- Hoje é a noite mais fria do ano, eu acho. - respondi, ainda rindo. Pensei em perguntar logo porque ela veio antes mesmo dela se acomodar no meu sofá, mas penso também que soaria rude e na agonia instantânea que me dá por eu não querer saber, mas hoje achar suportável a presença dela invadindo meu espaço. - Tá tudo bem? Eu pedi um vinho pra gente. - todo aquele rolê do vinho ruim que ela gosta e deixar ela tranquila pra falar. Todo mundo fala pra caralho bêbado né?
Ela ri. O clima fica leve quando ela ri, eu gosto quando as pessoas se sentem bem.
- Você é foda... - balança a cabeça contrariada. Acho que ela não esperava que eu me tornasse tão receptiva e como eu sou do avesso ainda não entendi se foi um elogio ou uma crítica.
Me deu um novo isqueiro.
Tomou a garrafa de vinho toda.
Contou da multa que levou por eu ter fumado na escada do prédio.
Riu da placa.
Chamou o Uber... E foi embora.
Não tinha nada de relevante pra falar comigo.
Até eu entender que o mais relevante que a tenha feito vir foi eu mesma.
Maluca do caralho.


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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

easy like sunday morning

Ela é daquelas que uma mensagem no direct, quando há mensagem escrita, eu sei que basta. Pouco contato e muito tato, é só um encontro desses que a gente sai de casa pré disposta, na maldade mesmo, na vontade, daqueles normais (pra mim) onde eu já saio de casa caçando assunto, pedindo, querendo, rotineiros, às vezes eu ser sexual e chamariz de probleminha me incomoda, um pouco. O básico. Encontros onde eu somente positivo os convitinhos, hora eu faço os convitinhos e assim seguimos, nossos encontros só são encarados, vistos com muito tesão, duas bucetas molhadas, aquele beijo gostoso de fazer o coração balançar mesmo e uma vontade tremenda de dar e não tem nenhuma intenção de gerar casais. Mas ela... Essa tem potencial. Queria, viu? Meu olho brilha, entende? Ela me soa diferente, chamativa, especial. Do tipo que vira a cabeça da gente. É desgraçadinha. Gostosinha, bonitinha, delicinha. Tudo demais e me impressiona. Melhora a cada vez. Me tira do sério.
Já teve situação dela me fazer ficar pensando por um bom tempo na rebolada que ela dá comigo dentro, lembrando do quanto eu amo assistir enquanto eu entro... e no quanto me excita foder ela sentada, ela goza e escorre pro meu pulso, me trava lá dentro. Queria que ela me ensinasse como não parar, como conseguir tirar meus dedos de dentro dela, minhas mãos dela. Ela é puro tormento, fogo que arde, pulsa, ficar muito tempo sem encostar nela é quase como abstinência, mas não somente isso. Falei de contextos sexuais, mas já teve situação onde eu fiquei pensando nela um bom tempo e a única coisa que aconteceu foi um beijo de quebradinha numa noite que eu só fui buscar um chá. Um beijo rápido, não durou sequer um minuto, mas isso já bastou pra ela ter controle quase que absoluto da minha mente. O corpo dela quando encosta no meu me deixa excitada na hora, juro, às vezes até antes do beijo... não é possível que ela não sinta o mesmo que eu. Química viciante.
Essa já tem tudo, já ganhou o mundo então agora basta um rosh na quebrada, ela ama uma festinha particular nas favelinha, ama atenção de favelada e se não rolar outro lugar, ela transa tranquilamente em vielinha, basta uma sessão de whiskyzada, um funkzinho e ela brota, aparece do nada e some igual fumaça, tá comigo e sabe que vai foder fofo, dormir fofo, transar forte, transar fofo, transar forte e dormir forte, pouco importa... Ela simula o afeto tão bem e eu sou presa fácil de um sexo gostoso, sempre atraída facilmente pra toda armadilha em formato de buceta. Eu gosto é de treta. Gosto muito. Sou dessas, que se foda. Vou mentir pra quem?
E eu tô sempre nas mesmas localizações, nem é tão difícil assim de me encontrar. Fala sério. Saio de casa tendenciosa, como eu disse. Se ela quer me achar, ela vai. Zero vontade de perder a chance de transar com ela.
Eu não quero nem saber.
E eu gosto assim... Com ela? Com ela só rola se for assim, só pode ser se for assim, entre nós é aquela vibe de que nem o número do telefone precisa estar salvo, já salvei o número dela e por uns dois meses eu não a vi e ninguém falou nada, eu não chamei, ela não chamou pura falta de assunto mesmo, então penso que salvar o número me deu azar. Mas quando tem assunto, ele rende, só é desenrolado mesmo pessoalmente, seguido de um jet sempre muito bom e depois é resumo. Nem quero falar o quanto ela é gata, tem uns cem moleques e cem mulheres no mesmo direct com essas ideia e eu tenho certeza que de elogio ela tá saturada, então o que agrega eu usar a atenção que eu ganho pra falar que ela é gata? Mas ela é, e puta que pariu e como é! Eu não tô nem aí, eu sou do tipo que vou bolar um beck pra ela e fazer ela rir. Prefiro elogiar as gozadas molhadas e deliciosas que ela me dá. Ou a visão que eu tenho dela de quatro, Ela é mais atacante que eu. Tem quase quem quiser e eu adoro quando ela me escolhe. E hoje... Plena sexta feira, eu dei sorte. Filha da puta, gostosinha. Fala manso, fala calmo. E eu amo o jeitinho que ela fala comigo. Nua então? Pode até chamar meu nome completo que eu não ligo. Ela é boa de tomar tapinha na bunda. Cachorra do jeito que ela é, a coleira que eu vou dar pra ela é meus cinco dedos no pescoço. De piranha - igual a mim -  o rato não foge, isso que é foda. Ouvi isso essa semana. Hoje o rato come queijo adoidado. E que se foda mesmo.
Ela consegue fugir do banal e não ser nenhum pouco entediante, ela não deixa o clima mudar. Diversão de doze horas e talvez um pouco a mais quando a gente se empolga.
Essa sabe seduzir, soube me atrair. Essa desgraçada sabe entrar e sair de qualquer quebrada, me surpreende, otimiza meu tempo, meu amor, tenho amor pela buceta dela.. Me encontra sempre... Sente meu cheiro de mulher que ama dar pra ela, só isso explica. É o tempo de eu tomar um doce e ela brota do meu lado, conhece meus aliados, chega em mim e joga a verdade na cara, quer fuder comigo sempre, pelo menos sempre quando me encontra, pelo menos lembra de mim quando me encontra... e ela? Como esquecer? 
Enquanto ela me quiser eu vou fazer o que? Só ceder.


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segunda-feira, 2 de agosto de 2021

mas isso outra vez?

E antes mesmo que eu pudesse parar, desacelerar um pouco, processar e lidar com toda desarrumação mental, emocional que foi eu tê-la encontrado - e lidar, também, com o fato de ter fugido - em uma noite que tinha tudo pra ser incrível, mas que soou tão adversa pra mim, ela estava lá... na minha porta.
Eu não sei o que ela faz aqui.
E só pra pontuar e falar a verdade talvez o excesso de droga na minha cabeça aquela noite tenha feito eu me sentir um pouco mais atacada e desrespeitada do que eu realmente posso ter sido. Eu vou acreditar que sim, que foi só uma percepção distorcida da realidade, momentaneamente, devido ao efeito do mdma. Todo playboy quando me olha me vê como um milheiro de papel, os amigos dela então... Mas eu estava lá, por ela, pela consideração, por dinheiro, não importa. Eu estava mesmo me permitindo acreditar que me enganei, tentando dar uma segunda impressão pra quem tira com a minha cara e com o jeito que eu falo, socializando e fingindo que eu não sabia o que eles queriam. Nunca foram meus amigos de volta. Mas tá bom. Suportável. Eles não fazem parte da minha vida, eu já nem sei se eu quero falar sobre isso outra vez. E eu decidi começar a tentar ver o lado bom das situações e das pessoas, mesmo que naquela situação quando eu penso sobre tudo eu realmente não acho mesmo que eu tenha feito a coisa errada ao fugir. Literalmente fugir, pá puff... Teria sido pelo nono andar se eu fosse o James Bond, igual deu lá no meu teste MBTI. Eu estava ali e de repente eu não estava mais, rápido e fácil assim. Rato foge. Rato é muito bom de fugir. Pareceu uma atitude ruim, situação engraçada e mesquinha até pra mim, mas eu vou me respeitar sempre, qualquer pensamento ou vontade minha por mais maluca que possa soar eu vou respeitar acima de qualquer consideração, minha consideração vem comigo em primeiro lugar. Aquele rolê de fazer o que for melhor pra mim.
B l á b l á b l á.
Mas eu não sei o que fazer agora, eu não consigo pensar em nenhuma rota de fuga, não tenho nenhuma carta escondida na manga, eu não sei o que ela faz aqui.
Eu recebi a mensagem dela no whatsapp avisando, com uma foto da portaria do prédio onde eu moro, cinco minutos antes de ela tocar o interfone da minha casa sem parar à quase uma hora da manhã no meio da semana mais fria do ano.
Pensei em não atender por dois minutos inteiros, cento e vinte segundos pensando em sumir, mas ela continuou insistindo e eu lembrei o quanto eu quero parar de ser cuzona com ela. Pensei em descer rápido igual uma bala e beijar a boca dela com toda paixão do mundo, a mesma paixão que eu guardo no bolso só porque é impossível esquecer, mas que eu já nem sinto queimando, pensei, novamente, no quanto eu quero parar de ser cuzona com ela... quando eu me lembro da gente, eu lembro que já jurei tantas vezes parar de ser assim com ela e por quantas vezes eu não peco e me permito ser comandada pelo ego? Hoje vai ser diferente, não por ela... mas por mim.
Optei por fingir não ter visto a mensagem, fingi surpresa ao atender o interfone. Eu nunca ouvi a voz dela no meu interfone, foi uma novidade confusa pra mim. Eu não fiquei confortável com a visita e o principal fator é eu não saber a motivação da presença dela aqui, e é bem estranho olhar ela e meu bairro juntos no mesmo quadro. Parece que não encaixa.
Que porra ela está fazendo aqui? Qual é o problema dela?
Faz quatro graus na rua agora e ela está lá fora no frio madrugadeiro da cidade cinza, admirei a coragem. Essa mulher é mais louca que eu, sempre foi. Caralho. Eu sou só mais sangue frio, mais estrategista, eu fazia as coisas na intenção, na vontade de magoá-la mesmo, sempre propositalmente, sempre pro lado mais errado e dolorido da coisa... Sentir um impacto negativo era melhor que não sentir nada, né? Eu só fui mais filha da puta, mas a louca da relação sempre foi ela. A mais fervida, estourada, a maluca... Acho. Ela era o lado mais emoção, mais no estilo fazendo as coisas sem pensar muito, só pra continuar fazendo coisas uma pra outra que só geravam coisas ruins, um sentimento ruim de digerir e que mesmo não sendo tão benéfico pra nós, ainda era um sentimento. O ódio mantém a gente ligado a alguém, né? Acho. Ódio ainda é um sentimento se você alimenta. Imagina agora quando é ódio e amor juntos? Tudo demais... Alimentados demais. Sentido demais porque com ela eu nunca consegui sentir pouco. Eu nunca consegui gostar pouco de nada. Ódio, paixão, ciúmes, razão, emoção... se você misturar tudo isso dá eu e ela. Eu sou pura paixão, razão e erro.
Que se foda... nada muda os fatos agora, né?
Ela tá esperando eu apertar os botões pra abrir a primeira portaria, ainda, tem aproximadamente meio minuto. Por incrível que pareça, meio minuto parada, sem fazer nenhum tipo de barulho ou movimento, pra mim, é muito tempo. Eu calculei, calculei e pela primeira ela encurralou o rato e não foi nem foi entre as pernas. Olha só.
Eu não sei porque ela veio, por um segundo pensei na placa roubada, por um segundo pensei que ela poderia ter seguido a recomendação dos órgãos mundiais de saúde e ter simplesmente FICADO EM CASA. Ela não teria vindo lá da casa do caralho só por causa da placa, sei lá. Eu não teria ido até lá se eu soubesse que o único saldo positivo e ápice daquela noite seria eu ter roubado a placa, enfim. Ela nunca veio até aqui por mim, também. É importante lembrar. Tampouco viria por culpa de uma placa de R$9,90.
E eu não sei lidar com ela na minha porta. Sabe quando parece que quanto mais a gente tenta amenizar mais desconfortável a situação se torna? Então.
Eu permito a entrada.
Ela não deve demorar até estar tocando minha campainha. Ainda estou surpresa e admirada em como ela pela primeira vez encurralou mesmo o rato e o obrigou a lidar com a situação instantaneamente, no ato mesmo, sem fugir... ela não entenderia nem que eu explicasse.
Não importa mais o motivo pelo qual ela veio, hoje eu não vou quebrar os acordos de paz.



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