terça-feira, 11 de maio de 2021

últimaspalavrasdelaparamim

E então... mesmo depois de olhar o fim do alto do precipício, queimando todo o restante do tempo que eu tinha respirando o ar frio que faz na serra catarinense, um estranho desespero, um banho de agonia, saudade... 
Ela me diz:

"E nessa história, Jessie, seu sorriso será sempre o meu favorito, suas manias estranhas também. Tuas alergias ainda estarão nas minhas lembranças ao ver um sabonete colorido na prateleira do supermercado. Quando aquela minha amiga chegar, seu vídeo imitando-a ainda passará na minha cabeça, e eu vou morrer de rir. Toda vez que olhar o céu azul lembrarei que sou daqui, e que aqui era para ser o seu lugar. Cada vez que meu pulmão expulsar a fumaça do cigarro com raiva, vou lembrar de ti, e a fumaça vai escrever seu nome. Nessa história, ainda vamos nos encontrar, mas dessa vez não se esconda atrás da porta do banheiro, esteja ali. Não quero perder um segundo ao seu lado. E quando você me perguntar se isso tudo é real, mais uma vez ao invés de beslicá-la, vou te roubar um beijo. A diferença? Vou sussurrar ao pé do seu ouvido que: "Foi real..."

Ainda vou buscar sua pele macia, riscada... Seu cheiro, o cheiro daquele creme que eu não recordo o nome. E mesmo com meus tropeços, cada segundo pensando em ti Jessie, valeu e valerá a pena. Quem está em uma luta silenciosa sou eu, agora, e que você possa voar provando outras flores... Mas prometa nunca esquecer da flor que o seu colibri tanto procurou um dia. Não importa o que aconteça, estarei aqui. Você sabe onde me encontrar. O errado que deu certo, e deu errado. Você me bagunça, me desculpe por não lutar pelo nosso pequeno castelo. Vomitando palavras emaranhadas, tentando expulsar a dor daqui.
Maldita hora que descobri que realmente sou ótima stalker.
Desculpe.
I'll see you soon."

Ela nunca mais voltou e eu, em contrapartida, nunca mais voltei a ser a mesma.


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segunda-feira, 10 de maio de 2021

sal e suor

E só eu sei e vivi a saudade insuportável que eu senti dessa mulher, saudade que eu guardei aos montes nos porões do sentimento, da cabeça, do peito.... Enfim, a saudade dela nunca foi coisa de momento e por vezes eu achava que nem teria fim. A sorte é saber que nenhum momento é capaz de durar pra sempre.
A culpa, se é que há, é toda e exclusivamente minha (mesmo que eu não carregue) porque depois do primeiro beijo, primeira foda, eu me apaixonei. E eu senti falta porque ela propositalmente optou por me fazer falta. Talvez fosse pirraça, retaliação por algum "mau comportamento" meu. Mas nós éramos jovens demais e a diversão em me tirar de outros braços, do meio de outras pernas, que seja... fazia ela se sentir super poderosa, jogo infindável, ego gigante, inflado, depois de um tempo o vai e volta ficou chato. 
Hoje eu já não sou facilmente convencida por qualquer mulher, nem por ela, nem tão jovem quanto eu era quando eu era manipulada por ela... Mas ainda hoje ela sabe que me convence a vir usando pouquíssimos argumentos e a minha necessidade de pertencimento e o fato de eu gostar muito de sexo sempre me fez querer voltar. Isso é fato. Ela joga bem, eu também, a combinação me cheira a perigo.
Antes do plim que eu tive na cabeça, eu jurava que era amor. Ela jura até hoje que é. Eu não sei o que é, mas chega a ser irônico ela falar que me ama e eu só conseguir pensar que ela fode muito bem. Nada além.
O amor passou.
Mas eu sigo transando com ela para que ela nunca seja capaz de me esquecer porque eu sou filha da puta e egoica também. 
Eu sempre fui ótima em priorizar e ter como meta os desejos dela, e só pra confirmar: olha eu aqui de novo. É... O sorrido dela é o mais convidativo, quando ela me chama pra vir não posso negar que a possibilidade de transar com ela é o fator que me excita.
É puramente sexual.
Prazer carnal.
"Vou embora depois que você gozar...". E se ela dorme, às vezes eu nem dou tchau... Às vezes demoro muito pra voltar ou não volto também. Passo meses...
Vivo um dia de cada vez. E hoje... Hoje eu me perdi.
Então só vou encerrar dizendo que aqui do alto do nono andar, além da voz gostosa que ela tem, gemendo, chamando pelo meu nome, pedindo mais forte... Eu não escuto mais nada, e nem sequer me lembro de mais nada. Nas poucas horas onde me encontro nua no quarto dela, é como se não existisse vida ou problema fora dali. Ela me observa, o olhar de encantamento é mútuo... Desde o primeiro.
Deixo o celular tocar sem me importar com quem me solicita do outro lado... Ela é tipo uma das minhas poucas fugas na rotina que são capazes de me fazer esquecer o que existe da porta pra fora. Ela me preenche de uma forma que na minha concepção quando eu estou com ela é: a vida sem ela não é nada. Mas é importante lembrar que quando estou longe a ideia de uma vida com ela é improvável, inconcebível... mesmo que no primeiro olhar que ela me dê meus problemas tenham a mesma consistência que areia. 
Um dia de cada vez, né?
E sobre hoje, pra minha sorte, e a sorte dela, é que hoje eu não vim sem motivo, e nem vim no intuito de fugir. E ela tá sem hora. Isso significa que ninguém vai embora.
Sem pressa, o dia e a noite de hoje eu vou gastar ao lado dela. 
Aqui com ela eu só escuto a música da caixinha de som que está no cômodo ao lado, fodendo com zero afeto, nós duas embaladas na minha trilha sonora conturbada de funk dos brabo, daqueles que eu gosto mesmo, daqueles que eu nem escuto a letra, mas eu sei que gosto porque ficou marcado eu transando com ela, no sofá da casa dela e ela acompanhando a batida jogando a buceta em mim. Pedindo que seja sempre forte sem dó, pedido que eu cumpro. Nem é uma hora da manhã ainda, e eu já tô loucona de whisky e md, ela de bico verde. Atravessei a cidade pra transar com ela, e a maldita nunca me decepciona, especialista em me dar do jeito que eu gosto.
Ela é a saudade que eu cultivo porque eu sei que ela vai matar com a sentada mais gostosa que ela puder me dar. Vir ainda é a mais pura garantia de um sexo bom, daquelas foda que eu chupo ela com fome (e ela goza pra matar a minha sede).
Morro de fome de buceta.
Safada.
Eu não valho nada e a cotação cai mais ainda quando ela me pede pra botar dentro com a cara de filha da puta que só ela tem. Como que fala não assim?
Mas a principal pergunta que eu me faço é: como que eu entro nesse apartamento jurando que eu não é somente isso que eu espero dela, no fim?


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